sexta-feira, setembro 30, 2011

Gretchen reclama de preconceito após assumir que virou garçonete

30/09/2011 - 09h30 - Atualizada em 30/09/2011 - 09h54

da Redação

A cantora Gretchen usou seu perfil no Twitter para reclamar de preconceito. Ela, que confirmou estar trabalhando como garçonete em um café nos Estados Unidos, se revoltou com as críticas geradas pela nova profissão.

"Vocês são ridículos. Quanto preconceito. Tenho mesmo que acreditar que continuo no sucesso. Tenho que repetir de novo (sic). Pague minhas contas, quite minhas dívidas e ganhe o direito de falar da minha vida", escreveu a cantora.

Gretchen defendeu a profissão de garçonete: "Qual é o preconceito? Aqui na América e no Brasil é um emprego como qualquer um".

Simony e David Brazil defenderam a cantora. "São poucas as mulheres que tem essa coragem esse peito e esse M mulher que a Gretchen tem", escreveu Simony em seu perfil.

quinta-feira, setembro 29, 2011

"Playboy" divulga sua capa de outubro

28.09.2011 - 18h50

Do UOL, no Rio

Na tarde desta quarta-feira (8), a "Playboy" divulgou a capa de sua edição de outubro, que traz a atriz Desirée Oliveira. Desirée interpreta a Mulata Difícil no quadro do metrô do humorístico "Zorra Total". As imagens de Desirée foram tiradas em uma estação de trem desativada de São Paulo, fazendo uma clara referência ao programa da Globo.

A revista traz ainda uma entrevista com Aguinaldo Silva, autor de "Fina Estampa". Na publicação, ele descarta a possibilidade de um beijo gay na novela das nove. "Beijo gay, só lá em casa", afirmou ele, como já havia adiantado em entrevista ao UOL.

terça-feira, setembro 27, 2011

Inédito de criador de Sherlock tem edição

"The Narrative of John Smith", primeiro livro do escocês Arthur Conan Doyle, sairá no Reino Unido. Traz as reflexões de um homem que sofre de gota e fica confinado num quarto. Foi escrito entre 1883 e 1884, mas se perdeu no correio. Ainda não há previsão para sair no Brasil.

Inédito de criador de Sherlock tem edição

"The Narrative of John Smith", primeiro livro do escocês Arthur Conan Doyle, sairá no Reino Unido. Traz as reflexões de um homem que sofre de gota e fica confinado num quarto. Foi escrito entre 1883 e 1884, mas se perdeu no correio. Ainda não há previsão para sair no Brasil.

sexta-feira, setembro 23, 2011

Descoberta que contradiz teoria de Einstein intriga cientistas

23/09/2011 - 07h38


Jason Palmer
Da BBC News

Cientistas estão intrigados pelos resultados obtidos por cientistas do Centro Europeu de Investigação Nuclear (Cern, na sigla em inglês), em Genebra, que afirmaram ter descoberto partículas subatômicas capazes de viajar mais rápido do que a velocidade da luz.

Neutrinos enviados por via subterrânea das instalações de Cern para o de Gran Sasso, a 732 km de distância, pareceram chegar ao seu destino frações de segundo mais cedo que a teoria de um século de física faria supor.

As conclusões do experimento, que serão disponibilizadas na internet, serão cuidadosamente analisadas por outros cientistas.

Um dos pilares da física atual – tal e qual descrita por Albert Einstein em sua teoria da relatividade – é que a velocidade da luz é o limite a que um corpo pode viajar. Milhares de experimentos já foram realizados a fim de medi-la com mais e mais precisão.

Até então nunca havia sido possível encontrar uma partícula capaz de exceder a velocidade da luz.

"Tentamos encontrar todas as explicações possíveis para esse fenômeno. Queríamos encontrar erros – erros triviais, erros mais complicados, efeitos indesejados – e não encontramos", disse à BBC um dos autores do estudo, Antonio Ereditato, ressaltando a cautela do grupo em relação às próprias conclusões.

"Quando você não encontra nada, conclui, 'Bom, agora sou obrigado a disponibilizar e pedir à comunidade (científica internacional) que analise isto'."

Partículas aceleradas

Já se sabe que os neutrinos viajam a velocidades próximas da da luz. Essas partículas existem em diversas variedades, e experimentos recentes observaren que são capazes de mudar de um tipo para outro.

No projeto de Antonio Ereditato, Opera Collaboration, os cientistas preparam um único feixe de um tipo de neutrinos, de múon, e os envia do laboratório de Cern, em Genebra, na Suíça, para o de Gran Sasso, na Itália, para observar quantos se transformam em outro tipo de neutrino, de tau.

Ao longo dos experimentos, a equipe percebeu que as partículas chegavam ao seu destino final alguns bilionésimos de segundo abaixo do tempo que a luz levaria para percorrer a mesma distância.

A medição foi repetida 15 mil vezes, alcançando um nível de significância estatística que, nos círculos científicos, pode ser classificada como uma descoberta formal.

Entretanto, os cientistas entendem que erros sistemáticos, oriundos, por exemplo, das condições em que o experimento foi realizado ou da calibração dos instrumentos, poderia levar a uma falsa conclusão a respeito da superação da velocidade da luz.

"Meu sonho é que outro experimento independente chegue à mesma conclusão – nesse caso eu me sentiria aliviado", disse o cientista.

"Não estamos afirmando nada, pedimos a ajuda da comunidade para entender esses resultados malucos – porque eles são malucos. As consequências podem ser muito sérias."

quinta-feira, setembro 22, 2011

Kajuru dribla SBT e dá entrevista com goleiro Bruno a Datena

colunistas - ricardo feltrin

22/09/2011 - 10h48


RICARDO FELTRIN

EDITOR E COLUNISTA DO F5

A entrevista exclusiva de Jorge Kajuru com o goleiro Bruno deverá ser exibida na Band, e não no SBT. O jornalista obteve a primeira entrevista exclusiva com o goleiro, que está preso em Contagem, Minas. Bruno, alguns amigos e parentes são acusados de envolvimento na morte da modelo Elisa Samúdio, no ano passado.

Kajuru disse, nesta quinta, que a entrevista com Bruno foi feita em dezembro passado (e não na semana passada, como dissera anteriormente). Ele afirma que só pôde divulgar o feito (a 1ª e única entrevista de Bruno) ontem, porque havia uma pendência judicial envolvendo um ex-advogado de Bruno --que receberá, segundo o jornallista, em torno de R$ 150 mil para autorizar a exibição na Band.

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Kajuru, que tem contrato com a Esporte Interativo (emissora UHF só de esportes), obteve acesso a Bruno após meses de negociações com a defesa do ex-goleiro do Flamengo, no ano passado. Kajuru também tem contrato com uma rede de afiliadas do SBT, mas, contratualmente, não tem obrigação de ceder o material à emissora --que desejava o material.

Ele decidiu dar o furo jornalístico a seu melhor amigo, José Luiz Datena, do "Brasil Urgente" (Band). A Band ainda não decidiu quando vai exibir o material. No total, a entrevista durou cerca de 1h30.

"Não dei esse material para a Band. Dei ao Datena. Se o Datena estivesse na TV Arapiraca, ainda assim eu cederia a ele", disse Kajuru, 50, à coluna nesta quinta.

Além do SBT, Jorge Reis da Costa, o Kajuru, já trabalhou na RedeTV!, Cultura, Band e ESPN. Também fez programas exclusivos para internet. É conhecido por sua briga com cartolas, e seu temperamento explosivo já lhe rendeu inúmeras ações judiciais e inimigos.

O CASO ELISA SAMÚDIO

Elisa Samúdio foi morta provavelmente um ano atrás, depois de sumir de um hotel no Rio, para onde tinha viajado com o filho --cujo pai era Bruno. O jogador não aceitava a paternidade da criança. Durante as investigações do rumoroso caso, a polícia obteve denúncias de que Elisa fora espancada no sítio do jogador, no período do desaparecimento.

Um primo do goleiro, então menor, e o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foram apontados como executores do crime. A defesa deles nega. Elisa era modelo e chegou a fazer filmes pornôs. Seu corpo jamais foi encontrado.

Em julho passado, a polícia indiciou o goleiro Bruno e outros suspeitos foram indiciados por homicídio, sequestro, formação de quadrilha, corrupção de menores, cárcere privado e ocultação de cadáver.

Outro acusado, Marcos A. dos Santos foi acusado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Outros escaparam da acusação de assassinato, mas foi mantida a de cárcere e formação de quadrilha.

Questionado pela coluna a respeito de sua impressão sobre Bruno, após a entrevista, Kajuru afirmou que, embora tenha "dúvidas sobre quem cometeu o crime", ele acredita "que Bruno não participou diretamente do assassinato".


quarta-feira, setembro 21, 2011

Leia a íntegra do discurso da presidente Dilma Rousseff na abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU

21/09/2011 - 11:34 | Redação | São Paulo

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, abriu nesta quarta-feira (21/09) a 66ª Assemblaia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Ela destacou o fato de ser a primeira mulher a inaugurar a sessão extraordinária e focou seu discurso na crise econômica mundial e no pedido para a criação de um Estado palestino. Leia abaixo o discurso na íntegra.

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Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na abertura do Debate Geral da 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas - Nova Iorque/EUA
21/09/2011 às 11h20

Nova Iorque-EUA, 21 de setembro de 2011


Senhor presidente da Assembleia Geral, Nassir Abdulaziz Al-Nasser,

Senhor secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,

Senhoras e senhores chefes de Estado e de Governo,

Senhoras e senhores,


Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo.

É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico.

Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste Planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres.

Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino. E são também femininas duas outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje.

Senhor Presidente,

O mundo vive um momento extremamente delicado e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade histórica. Enfrentamos uma crise econômica que, se não debelada, pode se transformar em uma grave ruptura política e social. Uma ruptura sem precedentes, capaz de provocar sérios desequilíbrios na convivência entre as pessoas e as nações.

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Mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados.

Agora, menos importante é saber quais foram os causadores da situação que enfrentamos, até porque isto já está suficientemente claro. Importa, sim, encontrarmos soluções coletivas, rápidas e verdadeiras.

Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as conseqüências da crise, todos têm o direito de participar das soluções.

Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É, permitam-me dizer, por falta de recursos políticos e algumas vezes, de clareza de ideias.

Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento. Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade.

O desafio colocado pela crise é substituir teorias defasadas, de um mundo velho, por novas formulações para um mundo novo. Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais amarga da crise – a do desemprego – se amplia. Já temos 205 milhões de desempregados no mundo. 44 milhões na Europa. 14 milhões nos Estados Unidos. É vital combater essa praga e impedir que se alastre para outras regiões do Planeta.

Nós, mulheres, sabemos, mais que ninguém, que o desemprego não é apenas uma estatística. Golpeia as famílias, nossos filhos e nossos maridos. Tira a esperança e deixa a violência e a dor.

Senhor Presidente,

É significativo que seja a presidenta de um país emergente, um país que vive praticamente um ambiente de pleno emprego, que venha falar, aqui, hoje, com cores tão vívidas, dessa tragédia que assola, em especial, os países desenvolvidos.

Como outros países emergentes, o Brasil tem sido, até agora, menos afetado pela crise mundial. Mas sabemos que nossa capacidade de resistência não é ilimitada. Queremos – e podemos – ajudar, enquanto há tempo, os países onde a crise já é aguda.

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Um novo tipo de cooperação, entre países emergentes e países desenvolvidos, é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais.

O mundo se defronta com uma crise que é ao mesmo tempo econômica, de governança e de coordenação política.

Não haverá a retomada da confiança e do crescimento enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países integrantes da ONU e as demais instituições multilaterais, como o G-20, o Fundo Monetário, o Banco Mundial e outros organismos. A ONU e essas organizações precisam emitir, com a máxima urgência, sinais claros de coesão política e de coordenação macroeconômica.

As políticas fiscais e monetárias, por exemplo, devem ser objeto de avaliação mútua, de forma a impedir efeitos indesejáveis sobre os outros países, evitando reações defensivas que, por sua vez, levam a um círculo vicioso.

Já a solução do problema da dívida deve ser combinada com o crescimento econômico. Há sinais evidentes de que várias economias avançadas se encontram no limiar da recessão, o que dificultará, sobremaneira, a resolução dos problemas fiscais.

Está claro que a prioridade da economia mundial, neste momento, deve ser solucionar o problema dos países em crise de dívida soberana e reverter o presente quadro recessivo. Os países mais desenvolvidos precisam praticar políticas coordenadas de estímulo às economias extremamente debilitadas pela crise. Os países emergentes podem ajudar.

Países altamente superavitários devem estimular seus mercados internos e, quando for o caso, flexibilizar suas políticas cambiais, de maneira a cooperar para o reequilíbrio da demanda global.

Urge aprofundar a regulamentação do sistema financeiro e controlar essa fonte inesgotável de instabilidade. É preciso impor controles à guerra cambial, com a adoção de regimes de câmbio flutuante. Trata-se, senhoras e senhores, de impedir a manipulação do câmbio tanto por políticas monetárias excessivamente expansionistas como pelo artifício do câmbio fixo.

A reforma das instituições financeiras multilaterais deve, sem sombra de dúvida, prosseguir, aumentando a participação dos países emergentes, principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial.

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O protecionismo e todas as formas de manipulação comercial devem ser combatidos, pois conferem maior competitividade de maneira espúria e fraudulenta.

Senhor Presidente,

O Brasil está fazendo a sua parte. Com sacrifício, mas com discernimento, mantemos os gastos do governo sob rigoroso controle, a ponto de gerar vultoso superávit nas contas públicas, sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais, nem nosso ritmo de investimento e de crescimento.

Estamos tomando precauções adicionais para reforçar nossa capacidade de resistência à crise, fortalecendo nosso mercado interno com políticas de distribuição de renda e inovação tecnológica.

Há pelo menos três anos, senhor Presidente, o Brasil repete, nesta mesma tribuna, que é preciso combater as causas, e não só as consequências da instabilidade global.

Temos insistido na interrelação entre desenvolvimento, paz e segurança; e que as políticas de desenvolvimento sejam, cada vez mais, associadas às estratégias do Conselho de Segurança na busca por uma paz sustentável.

É assim que agimos em nosso compromisso com o Haiti e com a Guiné-Bissau. Na liderança da Minustah, temos promovido, desde 2004, no Haiti, projetos humanitários, que integram segurança e desenvolvimento. Com profundo respeito à soberania haitiana, o Brasil tem o orgulho de cooperar para a consolidação da democracia naquele país.

Estamos aptos a prestar também uma contribuição solidária, aos países irmãos do mundo em desenvolvimento, em matéria de segurança alimentar, tecnologia agrícola, geração de energia limpa e renovável e no combate à pobreza e à fome.

Senhor Presidente,

Desde o final de 2010, assistimos a uma sucessão de manifestações populares que se convencionou denominar “Primavera Árabe”. O Brasil é pátria de adoção de muitos imigrantes daquela parte do mundo. Os brasileiros se solidarizam com a busca de um ideal que não pertence a nenhuma cultura, porque é universal: a liberdade.

É preciso que as nações aqui reunidas encontrem uma forma legítima e eficaz de ajudar as sociedades que clamam por reforma, sem retirar de seus cidadãos a condução do processo.

Repudiamos com veemência as repressões brutais que vitimam populações civis. Estamos convencidos de que, para a comunidade internacional, o recurso à força deve ser sempre a última alternativa. A busca da paz e da segurança no mundo não pode limitar-se a intervenções em situações extremas.

Apoiamos o Secretário-Geral no seu esforço de engajar as Nações Unidas na prevenção de conflitos, por meio do exercício incansável da democracia e da promoção do desenvolvimento.

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O mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis.

Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger; pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger. São conceitos que precisamos amadurecer juntos. Para isso, a atuação do Conselho de Segurança é essencial, e ela será tão mais acertada quanto mais legítimas forem suas decisões. E a legitimidade do próprio Conselho depende, cada dia mais, de sua reforma.

Senhor Presidente,

A cada ano que passa, mais urgente se faz uma solução para a falta de representatividade do Conselho de Segurança, o que corrói sua eficácia. O ex-presidente Joseph Deiss recordou-me um fato impressionante: o debate em torno da reforma do Conselho já entra em seu 18º ano. Não é possível, senhor Presidente, protelar mais.

O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea; um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não-permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento.

O Brasil está pronto a assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho. Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. Temos promovido com eles bem-sucedidos processos de integração e de cooperação. Abdicamos, por compromisso constitucional, do uso da energia nuclear para fins que não sejam pacíficos. Tenho orgulho de dizer que o Brasil é um vetor de paz, estabilidade e prosperidade em sua região, e até mesmo fora dela.

No Conselho de Direitos Humanos, atuamos inspirados por nossa própria história de superação. Queremos para os outros países o que queremos para nós mesmos.

O autoritarismo, a xenofobia, a miséria, a pena capital, a discriminação, todos são algozes dos direitos humanos. Há violações em todos os países, sem exceção. Reconheçamos esta realidade e aceitemos, todos, as críticas. Devemos nos beneficiar delas e criticar, sem meias-palavras, os casos flagrantes de violação, onde quer que ocorram.

Senhor Presidente,

Quero estender ao Sudão do Sul as boas vindas à nossa família de nações. O Brasil está pronto a cooperar com o mais jovem membro das Nações Unidas e contribuir para seu desenvolvimento soberano.

Mas lamento ainda não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nesta Assembléia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título.

O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional.

Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia – como deve ser.

Senhor Presidente,

O Brasil defende um acordo global, abrangente e ambicioso para combater a mudança do clima no marco das Nações Unidas. Para tanto, é preciso que os países assumam as responsabilidades que lhes cabem.

Apresentamos uma proposta concreta, voluntária e significativa de redução [de emissões], durante a Cúpula de Copenhague, em 2009. Esperamos poder avançar já na reunião de Durban, apoiando os países em desenvolvimento nos seus esforços de redução de emissões e garantindo que os países desenvolvidos cumprirão suas obrigações, com novas metas no Protocolo de Quioto, para além de 2012.

Teremos a honra de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano que vem. Juntamente com o Secretário-Geral Ban Ki-moon, reitero aqui o convite para que todos os Chefes de Estado e de Governo compareçam.

Senhor Presidente e minhas companheiras mulheres de todo mundo,

O Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. E que uma verdadeira política de direitos humanos tem por base a diminuição da desigualdade e da discriminação entre as pessoas, entre as regiões e entre os gêneros.

O Brasil avançou política, econômica e socialmente sem comprometer sequer uma das liberdades democráticas. Cumprimos quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, antes 2015. Saíram da pobreza e ascenderam para a classe média no meu país quase 40 milhões de brasileiras e brasileiros. Tenho plena convicção de que cumpriremos nossa meta de, até o final do meu governo, erradicar a pobreza extrema no Brasil.

No meu país, a mulher tem sido fundamental na superação das desigualdades sociais. Nossos programas de distribuição de renda têm nas mães a figura central. São elas que cuidam dos recursos que permitem às famílias investir na saúde e na educação de seus filhos.

Mas o meu país, como todos os países do mundo, ainda precisa fazer muito mais pela valorização e afirmação da mulher. Ao falar disso, cumprimento o secretário-geral Ban Ki-moon pela prioridade que tem conferido às mulheres em sua gestão à frente das Nações Unidas.

Saúdo, em especial, a criação da ONU Mulher e sua diretora-executiva, Michelle Bachelet.

Senhor Presidente,

Além do meu querido Brasil, sinto-me, aqui, representando todas as mulheres do mundo. As mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que padecem de doenças e não podem se tratar; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego, na sociedade e na vida familiar; aquelas cujo trabalho no lar cria as gerações futuras.

Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje.

Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade.

E é com a esperança de que estes valores continuem inspirando o trabalho desta Casa das Nações que tenho a honra de iniciar o Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da ONU.

Muito obrigada.

terça-feira, setembro 20, 2011

"Tropa de Elite 2" é o candidato brasileiro ao Oscar 2012

20/09/2011 - 11h11

PAULA COSTA
Colaboração para o UOL, no Rio

O longa-metragem "Tropa de Elite 2" é o filme nacional indicado a concorrer a uma vaga na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar 2012. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (20) pela Comissão Especial de Seleção da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, no Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio. Nesta pré-seleção, quinze filmes brasileiros estavam inscritos, entre eles "Assalto ao Banco Central", "Bruna Surfistinha", "Malu de Bicicleta" e "VIPS".

"Foi analisada a qualidade de todos os filmes. Mas “Tropa de Elite 2” teve mais vantagens técnicas”, justificou Ana Paula Dourado Santana, presidente da Associação Brasileira de Cinematografia. “A importância dessa indicação é para lançar o filme como produto de expressão cultural. ‘O Tropa de Elite 1’ é excepcional. Mas ele não funcionou lá fora. Vamos ver como a sequência será recebida”, comentou Ana Paula.

Para Nelson Hoineff, representante da Academia Brasileira de Cinema, o fato do filme abordar a corrupção teve peso significativo na escolha. “Esses 11 milhões de brasileiros (bilheteria de "Tropa") estão fartos de corrupção. Acho que por isso aconteceu essa sinergia do público. O brasileiro não aguenta mais, e o público se expressou por meio do ‘Tropa’”, argumentou.

Entre os internautas do UOL, "Tropa de Elite 2" também era o favorito para ser o representante brasileiro ao Oscar. Dentre os mais de 25 mil votos obtidos na enquete de UOL Cinema, 62% deles foram para o longa dirigido por José Padilha.

segunda-feira, setembro 19, 2011

Sem vencer há nove jogos, Flamengo amarga seu maior jejum na história do Brasileiro

19/09/2011 - 07h09
Pedro Ivo Almeida
No Rio de Janeiro

O mesmo clube que se orgulhou de ter conquistado de forma invicta o Campeonato Carioca, e de ter passado grande parte do ano com apenas uma derrota (para o Ceará, pela Copa do Brasil), agora vê, literalmente, o outro lado da moeda. Com o empate em 1 a 1 diante do Botafogo, neste domingo, no Engenhão, o Flamengo atingiu um recorde do qual jamais vai se orgulhar e certamente nunca buscou: o maior jejum de vitórias em sua história no Campeonato Brasileiro.

Sem um resultado positivo há 45 dias, quando bateu o Coritiba por 1 a 0, o técnico Vanderlei Luxemburgo minimizou o resultado do último domingo e colocou a marca negativa "na conta" dos tropeços diante de times em situação mais delicada na tabela de classificação.

"É um jejum que incomoda muito, mas não adianta achar que o resultado de hoje (domingo) foi o problema. O que não dá para aceitar são as derrotas para Bahia e Ceará. Não podemos ficar tanto tempo sem vencer e perder para estes times 'pequenos'", justificou o técnico rubro-negro.

Mesmo ciente do problema que terá de resolver, Luxemburgo tentou amenizar as críticas e afirmou que o time, ainda que não tenha vencido, já apresentou uma evolução satisfatória no clássico do último domingo, onde um empate seria algo normal.

"Apesar das críticas, o resultado foi normal. O time jogou bola, ao contrário das outras partidas, e estou satisfeito com a produtividade. Jogamos um clássico e o jogo foi muito igual, não dá para reclamar de hoje (domingo)", ressaltou Vanderlei.

Antes apontado como forte favorito ao título, o Flamengo, que dividia a ponta da tabela com o então líder Corinthians, amarga a sexta colocação e está a oito pontos do atual primeiro colocado, o Vasco, que tem 45 pontos. Diante do jejum, já há quem admita que a luta do clube se resume a uma vaga na Libertadores, descartando a briga pelo sétimo título brasileiro.

Buscando findar o incômodo jejum e evitar uma possível crise interna, o Flamengo volta aos gramados na próxima quarta-feira, quando enfrenta o Atlético-MG, às 20h30, em Sete Lagoas (MG), pela vigésima quinta rodada da competição.

domingo, setembro 18, 2011

Brad Pitt: 'Entrevista com o Vampiro me deixava infeliz'

18/09/2011 07h00 Da redação

Brad Pitt disse, em entrevista ao Entertainment Weekly, que a experiência de filmar Entrevista com o Vampiro, de 1994, foi uma experiência extremamente deprimente.

"Eu estou infeliz no filme. Seis meses de escuridão. Lentes de contato, maquiagem, estava com o papel da prostituta", disse o ator de A Árvore da Vida.

Brad contou, em seguida, sobre o motivo que o fez seguir com as gravações. "Um dia, eu surtei. Eu liguei para David Geffen, que era o produtor, e disse: 'David, eu não consigo mais fazer isso. Não posso. Quanto vai me custar para cair fora?' Ele respondeu, calmamente: 'US$ 40 milhões'".

Em Entrevista com o Vampiro, Brad vive Louis de Pointe du Lac, um vampiro com problemas existenciais.

sábado, setembro 17, 2011

Com show de golaços, Barcelona massacra com 8 no Osasuna e afasta desconfiança

17/09/2011 - 16h52
Do UOL Esporte
Em São Paulo

Dois empates bastaram para iniciar a desconfiança no ‘supertime’ do Barcelona na temporada. Mas os jogadores trataram de acabar com qualquer tipo de dúvida ao massacrarem o Osasuna com vitória por 8 a 0 em direito a um show de golaços.

A vitória deixou o time catalão provisoriamente na vice-liderança do Espanhol, com sete pontos em três partidas disputadas. O Osasuna sofreu a sua primeira derrota na competição, após dois triunfos seguidos.

O primeiro tempo foi um passeio completo do Barcelona. Os gols foram saindo em profusão, das mais diferentes formas possíveis e com artilharia compartilhada. O único que ‘destoou’ desta democracia na etapa foi Messi, que balançou as redes duas vezes.

A primeira vez que o craque argentino marcou foi aos 4min, em lance de oportunismo após boa jogada de Daniel Alves. Aos 11min, um lindo lance com conclusão mais bela ainda de Fàbregas: 2 a 0.

O Barcelona não diminuiu o ritmo e voltou a marcar aos 33min com Villa, com direito a finta no goleiro do Osasuna antes da conclusão. Aos 39min e 40min, dois gols quase que seguidos: Roversio (contra) e Messi. No intervalo, 5 a 0, fatura definida no Camp Nou, com direito a adversário na lona.

Mas quem achava que o Barcelona tinha gasto todo o seu repertório, se enganou. Em jogada de craque, Xavi Hernandez recebeu na entrada da área e tocou por cima do goleiro Fernández aos 11min da segunda etapa, marcando o sexto dos catalães na partida.

A partir daí, o Barcelona tirou o pé, o técnico Pep Guardiola começou a fazer alterações e o Osasuna cresceu na partida, tendo até um gol anulado pela arbitragem. O rival, porém, acabou pagando pela ousadia.

O Barcelona resolveu voltar a jogar e a marcar belos gols. Aos 31min, Villa recebeu sozinho na área, ainda teve o preciosismo de fintar o goleiro e tocar para o gol vazio. Dois minutos depois, Messi (com extrema facilidade) passou pelo meio da defesa e fez o oitavo dos mandantes. Até cabia mais. Mas o ‘supertime’ resolveu parar por aí.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Santos tem DVD com faltas em Neymar para calar Ceni

Um DVD repleto de faltas sofridas por Neymar faz parte da munição do Santos para rebater a crítica de Rogério Ceni ao atacante. Segundo os santistas, as imagens mostram uma série de lances em que os adversários abusam de violência contra o craque. E, em muitos casos, não são punidos com cartão.

O material está pronto, mas sua divulgação não é certa. Depende da vontade da diretoria e do departamento jurídico. Os responsáveis pelo conteúdo afirmam que as cenas implodem a imagem de Neymar construída pelo goleiro são-paulino, que acusou o rival de simular 50% das faltas anotadas pelos árbitros.

Em tom de brincadeira, há quem diga que o DVD deve ser dado de presente para Rogério.

Na Vila, a declaração do goleiro soou como pressão sobre a arbitragem, já visando o próximo confronto entre as duas equipes, além de desrespeito com o colega mais novo. Existe preocupação com a possibilidade de um clima bélico no clássico por causa da polêmica.

Leia mais sobre o assunto:
Rogério Ceni foge de polêmica com Neymar, mas admite: “sou chato mesmo”
Site de Neymar xinga Ceni e diz que ele é “chato pra c…”

quinta-feira, setembro 15, 2011

Ex-Panicat quer processar Dani Bolina por declaração sobre prostituição

15/09/2011 - 08h42

Da Redação

A ex-panicat Andressa Zizzari, também conhecida como "mUlher Macabra", não gostou do comentário de Dani Bolina, que afirmou que "as panicats antigas são garotas de programa", durante participação no programa "Tudo é Possível", da Record.

"Fico muito p... com essa história, pois iniciei minha carreira no 'Pânico' e nunca precisei ser garota de programa. Eu quero que ela explique isso e cite nomes, pois caso contrário posso levar isso adiante e processá-la. Na minha época (2002-2004) eu nunca ouvi esse tipo de comentário, na verdade, ouço agora. Eu quero que ela se retrate e espero que no mínimo afirme que eu não tenho nada a ver com esse assunto. Quero uma postura decente", declarou Andressa ao UOL por telefone.

A ex-panicat afirmou que pretende voltar para TV, mas não quis dar detalhes. "Estou estudando a proposta de três emissoras para participar de um quadro."

quarta-feira, setembro 14, 2011

Cinco aeroportos não começaram obras para a Copa, indica balanço do governo

14/09/2011 - 11h27
Camila Campanerut
Em Brasília (DF) *

Um dado preocupante marcou a divulgação do primeiro balanço das ações do Brasil para a Copa do Mundo-2014: cinco dos 13 aeroportos das cidades-sedes para o Mundial ainda não iniciaram as obras. Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus, Recife e Salvador são as cidades que ainda não tiraram do papel as obras nos aeroportos.

O balanço sobre a preparação brasileira para a Copa foi divulgado em Brasília pelos ministros do Esporte, Orlando Silva, do Planejamento, Miriam Belchior, das Cidades, Mário Negromonte, da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, e da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt.

“Depois de estádios, aeroporto é o assunto mais delicado. Estádio e aeroporto compõem os dois pilares essenciais para o sucesso do mundial”, alertou o ministro Orlando Silva.

O sistema de transporte é no momento o grande gargalo na organização da Copa. As 49 obras dentro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) selecionadas entre as que proporcionaram maior mobilidade urbana, apenas em cinco das 12 cidades-sede iniciaram suas obras. “A mobilidade será o maior legado da Copa”, destacou, no entanto, o ministro Orlando Silva durante a apresentação do evento.

Já a situação dos estádios parece ser um pouco mais tranquila. Todas as 12 arenas que serão utilizadas na Copa-2014 já tiveram suas obras iniciadas. A previsão do governo é de que nove delas sejam concluídas até o final de 2012 e as restantes, de Manaus (AM), São Paulo (SP) e Natal (RN), até o fim de 2013. O apoio financeiro para as realizações partiu principalmente do BNDES, que ofereceu uma linha de financiamento que chega a R$ 400 milhões. Os contratos assinados totalizam R$ 2,3 bilhões.

terça-feira, setembro 13, 2011

O sorriso foi minha arma, diz a recém-eleita Miss Universo 2011

13/09/2011 - 03h43


Bárbara Paludeti
Do UOL Tabloide
Em São Paulo

Nunca antes na história deste país”. Não tem nada a ver com Lula ou política, mas se encaixa perfeitamente com a eleição de Leila Lopes, a nova Miss Universo 2011, candidata de Angola que, pela primeira vez leva o título para seu país.

A eleita na 60ª edição do concurso, que aconteceu no Brasil pela primeira vez, revela que seu sorriso cativante foi a grande arma para vencer o certame. “Meu sorriso contagia as pessoas e mostra minha personalidade. Sou alegre e consegui mostrar que sou divertida”, conta a Miss Universo 2011.

Leila afirma que a grande dificuldade de sua jornada rumo à coroa foi a timidez. “Ficava com aquela dúvida: será que os jurados vão ver que eu tenho alguma coisa com toda a minha timidez?”.

Ainda por conta da timidez, bem no início de sua luta pelo título, ela achava que não conseguiria, mas começou a acreditar no que as pessoas diziam, de que ela teria chance de ser miss. “Sempre sonhei com isso [ser miss] e comecei a dizer para mim mesma: ‘eu vou ganhar’. Disse para os meus amigos que queria ganhar aquela coroa”, conta a bela.

Durante as semanas que antecederam o Miss Universo, com uma agenda extensa e lotada de compromissos por São Paulo, Leila disse que aprendeu a ser mais respeitável e paciente. Em relação aos bastidores do concurso, ela frisa: “não é complicado, mas é outro mundo”.

Apelidada de “diamante africano”, quando questionada sobre racismo, Leila foi enfática na resposta: “racismo não me atinge. Os racistas sim devem procurar ajuda, porque não é normal uma pessoa pensar assim no século 21. Qualquer tipo de preconceito não tem fundamento”.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Após rusga, Teixeira já ameaça Globo com a Copa América-2015

12/09/2011 - 10h03

DE SÃO PAULO

A rusga de Ricardo Teixeira com a Globo devido a veiculação de reportagem negativa envolvendo seu nome pode ter mais capítulos. O presidente da CBF disse a cartolas próximos que, se a emissora continuar produzindo reportagens contra ele, irá dificultar a vida da Globo na compra dos direitos de TV da Copa América de 2015, que será no Brasil. Prometeu agir nos bastidores para que a rede carioca não seja soberana na disputa.

A informação está na coluna Painel FC, assinada por Eduardo Ohata e Bernardo Itri, publicada nesta segunda-feira pela Folha. A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.

domingo, setembro 11, 2011

Iziane segue o caminho dos astros da NBA e pede dispensa do Pré-Olímpico das Américas

11/09/2011 - 16h03

Do UOL Esporte
Em São Paulo

Considerada uma das principais armas do Brasil para a disputa do Pré-Olímpico das Américas, a ala Iziane pediu dispensa do grupo e não disputará a competição, a partir do próximo dia 24, em Neiva, na Colômbia. A jogadora do Atlanta Dream, da WNBA (basquete americano) seguiu os mesmos passos de Nenê e Leandrinho, que atuam na NBA e também não disputaram a competição com a equipe masculina, que garantiu vaga na Olimpíada de Londres-2012.

Ao contrário de Iziane, a pivô Érika, que também atua no Atlanta Dream, atendeu à convocação e se apresentará ao técnico Enio Vecchi já em Neiva, no próximo dia 23. Segundo Hortência Maccari, diretora da seleção feminina, as conversas com as duas jogadoras existiram durante todo o período de treinamentos e, desde o começo, Érika deixou claro que disputaria o Pré-Olímpico. Já a resposta de Iziane foi aguardada até o últim momento.

"Esperamos a decisão da Iziane até esse momento, pois era o prazo máximo para essa resposta. Na tarde de ontem (sábado), ela enviou um comunicado avisando que ela defenderia o Atlanta até o fim da WNBA. O caso de Iziane é diferente da situação da Érika, pois o contrato dela está terminando e ela tem intenções de continuar jogando na WNBA. Caso viesse para defender o Brasil, ela temeu que as portas da WNBA se fechassem, já que estão na fase dos playoffs", afirmou Hortência.

No comunicado, Iziane afirmou que tinha o desejo de defender a seleção brasileira na competição, mas reitera que terá de disputar os jogos de sua equipe no basquete americano até o fim da temporada. Além disso, diz ter o desejo de jogar o Pan-Americano de Guadalajara (MEX), em outubro.

"Acredito que não terei problemas para isso, já que terá terminado a temporada aqui nos Estados Unidos", disse.

Sem Iziane, Enio Vecchi definiu neste domingo o grupo brasileiro que tentará garantir vaga na Olimpíada.

Veja as 12 convocadas:

Palmira Marçal – Ala/Armadora – 26 anos - 1,75m - Poty/A. Cometa Unimed Catanduva (SP) – PR
Patrícia de Oliveira Ferreira – Ala – 32 anos - 1,82m - Ourinhos Basquete (SP) – SP
Micaela Martins Jacintho – Ala - 31 - 1,80 Santo André/Semasa (SP) – RJ
Franciele Aparecida do Nascimento - Pivô - 23 anos - 1,92m - Cadi La Seu (Espanha) – PR
Silvia Cristina Gustavo Rocha Valente - Ala - 28 anos - 1,86m - Ourinhos Basquete (SP) – SP
Bárbara de Queiroz - Armadora - 25 anos - 1,80m - Unimed/Americana (SP) - SP
Damiris Dantas do Amaral - Pivô – 18 anos - 1,92m – Celta de Vigo (Espanha) – SP
Nádia Gomes Colhado - Pivô – 22 anos - 1,94m - Santo André/Semasa (SP) – PR
Clarissa Cristina dos Santos – Pivô – 23 anos - 1,87m - Unimed/Americana (SP) – RJ
Gilmara Justino - Pivô - 30 anos - 1,85m - Poty/Açucar Cometa Unimed Catanduva (SP) – SP
Erika Cristina de Souza - Pivô – 29 anos - 2,00m - Atlanta Dream (EUA) – RJ

sábado, setembro 10, 2011

Vettel, brincando de colecionar poles

Ainda não tinham passado 10 minutos do treino classificatório em Monza quando tuitei: "Vettel desta vez não vai nem fazer suspense pra conseguir a pole..."

Não foi uma previsão complicada. Longe disso. A superioridade do alemão e de seu Reb Bull era nítida, clara, visível ali nas retas e curvas rápidas do Parco di Monza. E não deu outra.

O virtual bicampeão conquistou a 10ª pole em 14 corridas nesta temporada, a 25ª na carreira. Com isso, deixa para trás mitos como Piquet e Lauda e se isola na oitava colocação dessa estatística.

Monza viveu mais um dia ensolarado. Que, logo cedo, começou a viver o domínio da Red Bull.

No terceiro treino livre, deu dobradinha, com Vettel cravando 1min23s170, 0s364 sobre Webber. Massa foi o terceiro, seguido por Hamilton, Button, Rosberg, Schumacher, Alonso...

A sessão classificatória aconteceu com 29ºC no ar, 44ºC no asfalto.

No Q1, Vettel ainda deixou Hamilton brincar um pouco. O inglês fez 1min23s976, 0s026 melhor do que o alemão. Button foi o terceiro, com Alonso em quarto. Massa passou em sétimo. Bruno, em 13º, com Barrichello logo atrás.

Foram cortados Alguersuari, Trulli, Kovalainen, Glock, D'Ambrosio, Ricciardo e Liuzzi.

O Q2 viu a retomada da normalidade lá na frente e uma briga acirrada pelas últimas vaguinhas no top 10.

Vettel logo de cara fez 1min22s914, arrasando a concorrência. Button ficou em segundo, a 0s117. Depois, Hamilton, Rosberg, Alonso, Webber, Schumacher, Massa, Petrov e Bruno.

Sim, lá atrás, na última chance, o brasileiro da Renault arrancou 1min24s157 e conseguiu avançar. Histerias à parte, foi mais um belo trabalho do quase-novato. Que assim, de corrida em corrida, vai mostrando que merece um lugar na F-1.

Barrichello ficou em 13º e foi alijado do treino. Também dançaram Di Resta, Sutil, Maldonado, Pérez, Buemi e Kobayashi.

E veio o Q3.

Na primeira volta, Vettel já fez 1min22s613 e acabou com a brincadeira. Ou não. Porque, como se precisasse reafirmar sua superioridade, ele ainda melhorou o tempo na última volta, para 1min22s275.

Sem adversários, brincou de desafiar a si mesmo.

Hamilton larga em segundo, a 0s450. Button e Alonso formam a segunda fila. Na terceira, Webber e Massa. Petrov sai em sétimo, seguido por Schumacher. Rosberg é o nono. Bruno, que nem foi à pista no Q3, para poupar pneu, sai em décimo. Um erro dele e da Renault, na minha modesta opinião dava pra buscar coisa melhor.

Palpite para amanhã? Já dá para tuitar (e blogar) com quase 24 horas de antecedência. Vettel.

Escrito por Fábio Seixas às 10h12

sexta-feira, setembro 09, 2011

Um mergulho na prostituição de luxo do Congresso

Home Brasil 247 > Poder

Reportagem da revista meiaum e do Brasília 247
revela os meandros do comércio sexual no coração do poder

04 de Agosto de 2011 às 17:54

Rafania Almeida – Políticos gostam de holofotes, de aparecer. Nem sempre. Também atuam por trás das cortinas, no escuro, debaixo dos lençóis. Em casas noturnas, flats, apartamentos funcionais e até no local de trabalho. Pagando por isso, claro. Como fazem homens em geral, independentemente da atividade profissional, dirão. E especialmente quando têm dinheiro e poder. Por que deputados e senadores seriam diferentes?

O problema é que o negócio da prostituição corre solto nos prédios do Congresso Nacional. Em corredores, gabinetes e às vezes no plenário, garotas insinuantes se oferecem, são agenciadas por cafetões de terno e gravata e cortejadas aberta ou discretamente por algumas de Suas Excelências. Não há liturgia do poder que resista.

O mais grave é que algumas são pagas com o dinheiro público, contratadas por parlamentares para "trabalhar" em seus gabinetes. Mas nos gabinetes não trabalham, naturalmente. Passam todos os dias pelo Congresso só para bater o ponto e receber horas extras. As tarefas que executam são fora do expediente.

A meiaum passou três semanas no Congresso conversando e observando. Garotas de programa só para VIPs abriram suas "caixas de pandora" e revelaram como trabalham. Contaram preferências de políticos que conheceram nos dias de sessões e nas noites de prazer.

Agenciadores também falaram sobre suas atividades e tentaram recrutar a repórter.

Jovens que acabaram de chegar à maioridade têm rendimento mensal de dar inveja a marajás. Algumas garotas são bilíngues, moram em bairros nobres, têm o corpo aperfeiçoado por dispendiosas cirurgias estéticas e roupas de grife, geralmente presentes de clientes.

"Se os políticos fizerem greve, as putas de Brasília quebram as pernas", afirma uma delas.

I Evangélico e solteiro procura
Cabelos negros, compridos e olhos marcados pela maquiagem exagerada. A beleza não é de chamar a atenção. Por isso ela usa as roupas justas, muito apertadas na região da paixão nacional, em cores fortes. Quase todos têm histórias dela para contar.

Seu trabalho é coletar assinaturas de deputados em projetos de lei. Há muitas meninas fazendo isso nos corredores da Câmara. Ela faz há dez anos, mas não se limita às assinaturas. Não faz cerimônia. Chama muitos parlamentares pelo primeiro nome, com intimidade.

Distancia-se para conversar com um deputado, a jornalista espera. Volta e é clara: "Você precisa ser simpática. Sorria. O deputado gostou de você. Vou arrumar uma 'matéria' com ele para você".

Ela estava se recusando a dar entrevista e não queria falar nem quanto ganha ("menos de R$ 3 mil", cedeu). Só aceitou conversar quando o deputado lhe perguntou quem era a moça com quem falava. "Ele mandou dizer que é da bancada evangélica e é solteiro", cochichou. "Não seja boba! Ele te traz pra cá, para o gabinete dele.

" Quando o deputado evangélico e solteiro volta, faz questão de apresentá-lo. Ressalta os olhos claros do homem de 46 anos, 20 a mais que a jornalista, e seu alto poder aquisitivo. Salienta que era ela a responsável pela apresentação, enquanto ele conferia o "produto".

Ele foi embora e ela repetia que mandaria a jornalista ao gabinete dele, garantindo que poderia "contar" com ela. Foi quando se sentiu à vontade para revelar que um deputado pagou sua faculdade de Direito, mas ela desistiu na metade.

"Fazer Direito para quê? Ficar enfiada em uma salinha? Eu amo colher assinaturas. Amo os parlamentares. Quero fazer isso pelo resto da minha vida."

E contou que comprou um apartamento de R$ 200 mil no Guará, valor que não cabe nos R$ 3 mil que diz receber.

Um homem observou a movimentação e aproximou-se: "Ela ganha muito mais por fora. Já saiu com deputados. Mas está mais para agenciadora do que agenciada. Se quiser, te consigo uma vaga aqui e você vai parar rapidinho em um gabinete". Fez a mesma recomendação que a moça da roupa de cores fortes. "É só ser mais simpática e fazer o que pedem. Pode ser amante, mas não precisa ser fixa."

Um bom desempenho poderia render à jornalista até R$ 10 mil por mês, segundo o rapaz.

II O charme das assinaturas
Belas e ousadas. Esse é o perfil das garotas das assinaturas da Câmara. O objetivo é conseguir pelo menos 171 assinaturas para um projeto. Em meio às garotas é possível encontrar poucos homens, e há duas ou três senhoras que já estão lá há anos na função. Poucas meninas não chamam a atenção pela aparência. Nem todas vão além do recolhimento de assinaturas, mas não são poucas as que buscam mais do que isso.

Uma delas, de pernas grossas e quadril abundante, se destaca pelo tamanho do vestido. A jaqueta jeans esconde um pouco, mas nada desmerece as curvas da pequena moça em cima de seu salto 15 cm. Alguns disfarçam, enquanto outros quase quebram o pescoço para conferir o corpo dessa e o de outras meninas. Há parlamentares que nem assinam, mas fazem questão de dar uma paradinha para cumprimentá-las. A simpatia é mesmo arma de trabalho, às vezes exacerbada.

As moças não trabalham todos os dias, apenas em dias de sessão, de terça a quinta-feira. É no banheiro do corredor das lideranças que abrem o bico sobre suas aventuras políticas. "Aquele velho me levou para a tal festinha, como é pegajoso!", revela uma delas, aos risos. Outra dá dicas para aguentar, pois os "presentes valem a pena". Contam detalhes sórdidos sobre as atitudes de Suas Excelências, mas sem deixar escapar demais e se queimar no meio. Outra admite: "Eu adoro as festinhas. Vou a todas".

O colega, homem, em desvantagem na corrida pelas assinaturas, aproveita a ausência das meninas para revelar segredos: "Aquela ali mesmo era ninguém aqui. Andava de jeans e camiseta. Hoje posa em cima do salto e vestidinho brilhante, contratada pelo gabinete de um deputado". Diz que já viu meninas que ganhavam R$ 3 mil sem nenhum contrato com a Casa receberem bônus de até R$ 15 mil.

"Deputado não mede esforços para conseguir o que quer, se é que você me entende", conta o rapaz. "Você não tem vontade de colher assinaturas também? Tem gente aqui que ia gostar de você", pergunta, no intuito de também ganhar um por fora.

III O ponto das mexericas
São 19 horas de terça-feira. O movimento nos Anexos II e IV da Câmara aumenta consideravelmente. É hora de bater o ponto. Pessoas chegam com filhos vindos da escola, vestindo moletom ou roupa de academia, para não perder as horas extras. As meninas se destacam. Há as que chegam de chinelo, correndo para não perder o horário, outras com os cabelos molhados, roupa justa. Entram e não demoram cinco minutos para se afastar. Têm de ser discretas. As mais espertas entram pela parte de trás do Anexo IV e pegam carona na parte da frente. Assim, fica mais difícil desconfiarem da maracutaia.

No dia seguinte, a jovem dos cabelos molhados chega religiosamente no mesmo horário. Dessa vez um pouco mais calma. Entra, volta poucos minutos depois e fica sentada no fundo do prédio. Acende um cigarro, lancha, conversa com um comerciante que fica por ali. Em dia de sessão extra, é preciso ficar pelo menos até as 20h30 para ganhar um adicional no fim do mês.

Os motoristas das autoridades as apelidaram de mexericas. Recebem uma grana, têm crachá, batem ponto e estão na lista de funcionários, mas trabalho que é bom, nada. A não ser que prestem serviço fora da Casa. "No Anexo IV é mais fácil burlar, no II o serviço é técnico e tem gente de olho", diz um funcionário há 15 anos lá.

Um homem apontado como agenciador de garotas aperta os olhos e reduz o volume da voz para falar: "Cada deputado tem R$ 60 mil para fazer nomeações. Pode chamar quem quiser, inclusive as amantes. Sai mais barato pagar uma garota pra não vir trabalhar do que ter gasto dobrado, não é?"

Para ele, bobos são os que se satisfazem com R$ 1 mil mais transporte e alimentação para virarem laranjas. "Elas, não. Ganham muito bem, têm status de funcionárias da Casa e nem ficam aqui. Podem trabalhar por fora." E finaliza: "Tá interessada?"

IV Esforço que compensa
As duas moças têm beleza e grande poder de sedução. Fazem sucesso no Congresso. A mais famosa é uma loira que já ganhou de jantares românticos nos restaurantes mais caros da cidade a propostas de programa com direito a voo de jatinho. Contratada pela Câmara, desfila pelos corredores com sua beleza estonteante, que deixa até outras mulheres babando. É concorrente forte.

Apaixonados sem cacife para passar uma noite com a moça dizem que ela já foi mais humilde. "Cobrava R$ 700, mas, depois de desfilar com o mais cotado dos parlamentares e o maior fã de garotas de programa, já pede R$ 1.200 por uma noite."

Apesar de trabalhar para outras pessoas, escolheu seu preferido e costuma passear com ele pelos corredores da Câmara. Ela é o biótipo de que ele gosta, por isso tem o privilégio de ser a garota eleita. "Ela é tão encantadora que tem homem sofrendo de amor, pagando presentes caríssimos para conquistá-la, mas ela prefere o dinheiro e só satisfaz aqueles dispostos a pagar-lhe", revolta-se um admirador.

A outra não mediu esforços para fazer contatos no Congresso e conseguir uma carteira de clientes de respeito e contas bancárias milionárias. A espertinha conseguiu crachá falso que lhe dava acesso ao plenário, onde podia fazer, literalmente, o corpo a corpo com os deputados. Certa vez, armou uma confusão e foi barrada pelos seguranças, que descobriram a falcatrua do crachá.

E quem disse que isso a impediu de conquistar seu objetivo? Já havia tido o tempo necessário de fazer "amizade" com parlamentares e garantir um lugar ao lado deles no elevador de autoridades, onde não importa o crachá, mas o poder do deputado ou do senador. Segurança algum ousa levantar a voz para ela. Fez, aconteceu e conseguiu uma vaga no Senado. Trabalhava no cerimonial, mas foi demitida pelos sucessivos barracos que aprontava. Foi indicada para trabalhar na Procuradoria-Geral da República, onde passava apenas para deixar a bolsa e voltar ao Congresso para dar duro. Bastaram os três meses de experiência para ser demitida e voltar ao Senado, no emprego em que está até hoje.

E ainda aproveita para fazer propaganda do negócio que mantém fora, com serviços que custam R$ 1.200 por noite.

V A calcinha vermelha
A noite brasiliense é um paraíso para as aventuras de políticos. Os lugares favoritos são a casa de shows Pathernon, no Setor de Indústrias Gráficas, e a boate do Hotel Bonaparte, na Asa Sul. Abrigam as jovens mais bonitas e mais caras e os ambientes mais discretos. Seguranças, motoristas e assessores figuram como amigos, para que ninguém desconfie de nada. Elas comem e bebem do bom e do melhor por conta de Suas Excelências.

"Sempre me alimento melhor quando o cliente é político. Eles querem mostrar que podem e nisso não economizam." Miriam é encantada por eles. Na cama da menina de 18 anos, eles se transformam em pessoas carinhosas, preocupadas, atenciosas: "Está com frio? Eu cuido de você". Se é governador então, melhor ainda, ela diz. Ela não se esquece do prefeito mineiro que atendeu durante uma das marchas dos prefeitos. "Ele continua me ligando, mesmo não estando aqui."

Diz que o dinheiro dos políticos garantirá a ela, em breve, um apartamento no Sudoeste. Por hora, preocupa-se apenas em se manter bonita e pagar o aluguel de R$ 2 mil do flat no bairro nobre. Em julho, nas férias, aceita fazer programa com pessoas de menor poder aquisitivo. Cobra R$ 400 a hora, dependendo do tipo de trabalho. "É apenas para manter o meu padrão de vida, mas eu gosto mesmo é quando o Congresso está funcionando. Ganho muito mais."

Sem os políticos, diz, "as putas da cidade quebram as pernas". Foi com um deputado nordestino que teve uma de suas noites mais inusitadas. Achou que a calcinha vermelha rendada que ele tirou do bolso do paletó era presente para ela. Ainda agradecia quando o deputado deixou-a boquiaberta: ele se despiu e vestiu a lingerie. "Ele desfilava pelo quarto como uma lady. Andava na ponta dos pés, sorria, parecia uma miss."

Enquanto ela sorria discretamente e o elogiava, descobriu que seu papel naquela madrugada não seria o da menina inocente e sedutora, mas o do homem da relação. Depois disso, nunca mais o viu.

VI A gaveta das notas de R$ 100
Mesmo recebendo R$ 26 mil por mês, fora verbas indenizatórias, há parlamentares que pechincham muito ao negociar com as garotas de programa da cidade.

Viviane, loira de seios naturalmente fartos, não aceitou barganhar com dois deles, que pediram que ela e a amiga baixassem o preço do programa no apartamento funcional. "Nunca faria isso. Deveriam é pagar melhor. Eles roubam dinheiro do povo, incluindo o meu, e não perderia a oportunidade de tirar uma boa verba deles."

Viviane os conheceu em um famoso restaurante da Asa Sul. A sofisticação dela chamou a atenção dos dois parlamentares. Ela bebia um uísque Jack Daniel's quando foi abordada. Disse que sairia com as duas excelências se eles estivessem dispostos a pagar. Eles aceitaram, mas só reclamaram do preço no encerramento dos trabalhos.

A loira prefere sair com altos funcionários do governo. Foi com eles que conheceu uma mansão no Lago Sul, com piso de mármore Carrara e um quarto com uma gaveta de mais de um metro de comprimento, de onde um dos clientes tirava notas e mais notas de R$ 100 para impressioná-la. O grande trunfo da jovem de 24 anos, que chega a ganhar R$ 30 mil por mês, é um lobista famoso. "Ele tira bolos de dinheiro do bolso para pagar tudo", conta. Já o viu gastar R$ 2 mil em um jantar para quatro pessoas em um restaurante.

Viviane ainda não está satisfeita. Quer o contato de uma mulher que promove festas no Lago Sul para políticos, com a presença de mulheres famosas e capas de revista, cujos programas saem por, no mínimo R$ 13 mil. "E ainda quero desfilar no Congresso para incrementar minha renda."

VII 19 anos, R$ 25 mil na bolsa
Morena, 1,63 metro, 55 kg, cabelos negros, 400 ml de silicone em cada seio, 19 anos. É no Pathernon que Rayka mostra o corpo e o talento para atrair homens. "O segredo é não se atirar. Quem tem dinheiro gosta de seduzir." Enquanto as colegas partem para cima dos engravatados, ela joga o charme de longe.

É quando prefeitos, clientes assíduos da casa quando estão na cidade, não economizam para conseguir uma noite com ela. Cinco meses atrás, morava em Goiânia e ganhava pouco. Hoje tira R$ 25 mil por mês, fora presentes, como R$ 4 mil em roupas em um shopping caro da cidade. Tudo graças aos clientes financeiramente favorecidos, como empresários e parlamentares, além dos "queridos prefeitos" que pagam até R$ 3 mil para uma noite com a moça.

"Sou a mulher que eles querem que eu seja. Executiva, moleca, devassa. Eles me pagam para isso." Já fez papel de namorada, de sobrinha. Para isso, estuda espanhol e inglês. Precisa estar sempre disposta, social e apresentável para não levantar suspeitas. Goianos e gaúchos são os mais seduzidos pelos encantos de Rayka. "Também são os mais exigentes", assegura. Na hora da fantasia, vale tudo, com pagamento sempre em dinheiro, não importa o valor.

Programa bom é programa ilegal
Garotas de programa circulam abertamente pelo Congresso, mas deputados e senadores não querem reconhecer a profissão que elas exercem. Em 2003, o então deputado Fernando Gabeira, do Partido Verde, apresentou proposta de regulamentação da profissão, com base em reivindicações de organizações da categoria. Ouviu mulheres que já haviam abandonado o sexo como trabalho e outras que ainda sobreviviam disso.

Mas de nada adiantaram os depoimentos dramáticos de mulheres que sofrem nas mãos de cafetões. Em 2007, o relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ACM Neto (DEM-BA), deu parecer contrário e a proposta foi derrotada.

Gabeira afirma que ACM Neto tem uma visão equivocada do projeto, achando que aprová-lo seria uma afronta à família. "Essas mulheres usam o corpo para sustentar suas famílias", diz. O ex-deputado pega no ponto: "É um problema de consciência e contradição no discurso".

O projeto de Gabeira previa fiscalização profissional e, com isso, o risco ao já ilegal emprego de agenciadores, que fazem a intermediação entre os parlamentares e as garotas de programa. Gabeira diz que um grupo de deputados tenta ressuscitar o projeto e colocá-lo em tramitação. As organizações não governamentais envolvidas no assunto tentam fazer um movimento em prol do projeto, mas não há nenhuma garantia de que seguirá adiante.

Já o deputado João Campos (PSDB-GO) pretende acabar com a prostituição. Apresentou um projeto de lei que criminaliza o pagamento por serviços sexuais. Outras propostas parecidas já foram apresentadas e arquivadas, como a do então deputado Elimar Máximo Damasceno, eleito pelo extinto Prona em São Paulo.