"É CLARO QUE, COMO TODO ESCRITOR, TENHO A TENTAÇÃO DE USAR TERMOS SUCULENTOS: CONHEÇO ADJETIVOS ESPLENDOROSOS, CARNUDOS SUBSTANTIVOS E VERBOS TÃO ESGUIOS QUE ATRAVESSAM AGUDOS O AR EM VIAS DE AÇÃO, JÁ QUE A PALAVRA É AÇÃO, CONCORDAIS?" CLARICE LISPECTOR - "A HORA DA ESTRELA"
domingo, outubro 07, 2012
Eleições: você conhece a história da urna eletrônica?
04 de Outubro de 2012 | 07:30h
Leonardo Pereira
Mais de 137,8 milhões de brasileiros devem sair de casa para votar, no próximo domingo, 7. É o dia para o qual estão marcadas as eleições municipais, quando serão apontados os novos prefeitos e vereadores do país. E todas essas pessoas contarão com uma forcinha da tecnologia na hora de oficializar suas escolhas.
Desde 1996 o Brasil dispõe de um sistema de votação informatizado que se tornou modelo no mundo inteiro. Naquele ano, cerca de um terço do eleitorado pôde escolher os candidatos por meio da urna eletrônica, e a novidade foi tão bem avaliada que Argentina, Equador, México, Paraguai e República Dominicana já realizaram eleições com urnas emprestadas pelo governo daqui.
Trata-se de um microcomputador dividido em dois terminais, um fica com o mesário e o outro, com o eleitor. O primeiro indica basicamente que a pessoa esteve presente, enquanto o segundo registra apenas o voto, sem identificar a pessoa - dessa forma, teoricamente é impossível associar uma informação à outra.
Cinco modelos de aparelho já foram usados: UE98, UE2000 (ambos com sistema operacional VirtuOS), UE2002, UE2004 e UE2006 (com Windows CE). A partir das eleições de 2008, adotou-se uma única plataforma, baseada no software livre Linux. E a urna não para de ser modificada; em 2010, 1,1 milhão de eleitores tiveram contato com um modelo equipado com leitor biométrico, que neste ano será testado por mais de 7,5 milhões de pessoas.
Nova velha inovação
A tecnologia chegou às eleições em 1986, quando houve um recadastramento nacional para unificar e informatizar a situação do eleitorado. Até então os cadastros eram regionais, então era possível tirar um título em cada Estado, e tudo era controlado por fichas. Depois da modernização foi possível instalar um parque computacional para o Tribunal Superior Eleitoral e uma rede que ligava o TSE a 27 tribunais regionais eleitorais e 2.854 zonas eleitorais Brasilafora.
Oito anos depois, em 1994, os votos passaram por um processo de modernização: continuavam sendo apurados manualmente, mas eram digitalizados em seguida. Em 1995, a Justiça Eleitoral já tinha um banco de dados informatizado, uma boa rede de dados e todos os votos disponíveis eletronicamente, então partiu para a informatização efetiva do voto.
Antes foi necessário pensar em formas de se simplificar o processo, já que muitos eleitores poderiam ter dificuldades, a exemplo de analfabetos e idosos. A solução foi adotar o código numérico e, para tornar as coisas ainda mais fáceis, o teclado da urna foi organizado para ficar igual ao do telefone.
Dá pra confiar?
Representantes dos partidos, da sociedade civil, da Ordem dos Advogados doBrasil e do Ministério Público podem auditar todo o sistema eletrônico antes, durante e após o pleito para dar credibilidade ao processo. O TSE garante que tudo é seguro.
Em 2009, pela primeira vez, os sistemas foram abertos ao público para que qualquer um tivesse a oportunidade de hackear as urnas. Na ocasião, todos os planos de testes foram aceitos e cerca de 40 especialistas em tecnologia gastaram quatro dias tentando alguma violação, mas ninguém chegou lá.
A urna possui memória interna e externa, ambas com assinaturas digitais que impedem violações. Se houver tentativa de alteração nos votos, mesmo que o aparelho esteja desligado o sistema identifica inconsistência e aponta erro de integridade. Quando acaba o dia de votação, os dados são criptografados e gravados em uma mídia (pendrive ou disquete) com a assinatura digital - para garantir que os resultados partiram da urna adequada.
Só depois da verificação digital, o boletim de urna é decifrado, mas depois é feita uma sequência de testes de consistências. Qualquer tipo de problema que apareça no meio do caminho invalida o boletim inteiro.
Neste ano, uma equipe formada por professores e estudantes da Universidade de Brasília conseguiu passar por tudo isso e descobrir os votos de uma urna disponibilizada para testes. Eles acharam os votos, mas não a identidade de quem havia escolhido os candidatos, e para alcançar o objetivo tiveram ajuda do próprio TSE, que lhes entregou o código-fonte das urnas.
Controvérsia
Diversas entidades reprovam o sistema usado por aqui. Existe até um site dedicado ao combate do processo atual, o FUE - Fraude Urnas Eletrônicas, que reúne informações sobre o tema.
Em 2002, uma lei (10.408) chegou a ser aprovada para devolver o voto impresso ao processo e, naquele ano, cerca de 7 milhões de pessoas testaram outro formato de urna. Após o voto, surgia um papel para conferência visual, o eleitor não tinha contato físico com aquilo, só assentia e a impressão era posta em uma urna lacrada. No ano seguinte foi aprovada a Lei 10.740, instituindo o registro digital e revogando o texto anterior.
Em 2009, o Congresso Nacional trouxe mais uma vez o voto impresso, por meio da Lei 12.034, mas o TSE se posicionou contra. A Procuradoria Geral da República entendeu que a impressão feria a Constituição porque exporia a escolha dos eleitores, então ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, acatada em 2011 pelo Supremo Tribunal Federal, que expediu medida cautelar para impedir a mudança até o julgamento do mérito.
http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/eleicoes-conheca-a-historia-da-urna-eletronica
segunda-feira, junho 25, 2012
A vida que teremos na web
TEMPOS MODERNOS
Por Sergio da Motta e Albuquerque em 19/06/2012 na edição 699
Net Smart: How to Thrive Online, de Howard Rheingold, US$ 16,20 (Amazon Books)
Tiago Dória escreve sobre tecnologia e seus impactos sociais para o Último Segundo, do portal iG. E o faz com muita competência e capacidade crítica. Ele publicou na terça-feira (12/06) um artigo de extrema importância no qual disseca o livro Net Smart: How to Thrive Online, do pesquisador, crítico e professor Howard Rheingold, que estuda as “comunidades virtuais” há décadas. Toda a argumentação do autor gira em torno da nova vida que teremos na web, e as adaptações necessárias para uma boa vida em rede.
A vida na web pode ser muito mais difícil do que se pensa. Bem maior do que nosso poder de subestimar o que já damos por conhecido, mas na realidade não foi ainda esclarecido totalmente. Um ambiente povoado por armadilhas, spams, tentativas de apropriação de dados pessoais (phishing), manejo de dados irresponsáveis e venais por parte de plataformas da rede, intimidações online (cyberbulling) limitação de escolhas pessoais... Viver na web é mais perigoso do que se imagina, caro leitor – e acredito que você já aprendeu por si mesmo essa desagradável realidade.
Vivemos em rede, mas pouco sabemos sobre seu funcionamento. Viver em rede não é como existir numa sociedade verticalmente hierarquizada, como já demonstrou Manuel Castells (A Galáxia da Internet, Zahar, 2003). As redes têm “considerável dificuldade em coordenar funções, em concentrar recursos em metas específicas e em realizar uma dada tarefa dependendo do tamanho e complexidade da rede”.
O que é um algoritmo, afinal?
Dória cita Rheingold, que em seu livro traz os exemplos do navegador Internet Explorer e do Facebook:
“De mesmo modo, Rheingold acaba contribuindo para o coro dos que acreditam que, atualmente, o Facebook é uma espécie de Internet Explorer, algo que milhares de pessoas usam, mas que faz um mal para o desenvolvimento da web. A esta altura do campeonato, criticar a plataforma de rede social é meio como chutar gato morto, mas, mesmo assim, o ponto de vista é pertinente.
Rheingold mostra que, ao lançar o botão de ‘curtir’, o Facebook reconheceu a importância da curadoria. O ato de criar um perfil é um exercício de desenvolvimento de identidade. No entanto, a plataforma de rede social deseduca. Diferente da ação de navegar aleatoriamente pela internet e do Twitter, em que você desenvolve a sua própria habilidade de filtrar informações, no Facebook tudo vem pronto e mastigado. Um algoritmo define o que é relevante.”
Quem quer entregar seus gostos pessoais, suas preferências e outros dados a um algoritmo? E o que é um algoritmo, afinal? De forma simplificada, são instruções lógicas em sequência, e que não permitem interpretações ambíguas, destinadas a obter um determinado resultado. O “algoritmo” do Facebook, então, é o conjunto de todas as regras codificadas em linguagem de programação que fazem que a rede tenha obtenha determinados resultados. E a maioria dos usuários não conhece nem um nem outro: não sabem como o Facebook faz o que faz, ou por que.
Milhões de solitários
Rheingold acredita que se você não sabe exatamente como funciona exatamente uma determinada tecnologia, é bem provável que você se torne vítima dela. Concordo com isso. Pode ser paranoia, mas quantas ações judiciais a rede social responde por administrar precariamente os dados dos usuários? Por manipulá-los? Por tomar posse deles e entregá-los a anunciantes? Tiago Dória comenta que, a esta altura das coisas, criticar o Facebook “é lugar-comum, mas necessário”. O fiasco no lançamento público das ações é só um reflexo das expectativas exageradas do mercado e da credulidade ingênua da maioria dos usuários, que se acostumaram a ceder seus dados sem nada em troca. O professor Rheingold, um homem marcado pela contracultura, acredita que deveria ser postado pelas mídias sociais um aviso que tornasse o internauta consciente de que está a fornecer todos aqueles dados de graça cada vez que estivéssemos prestes a entregar nossas intimidades a uma rede.
Apesar de todo o seu desenvolvimento, e do aumento do nível de segurança no ambiente da rede social de Zuckerberg, ela ainda representa perigo para todos os que não conhecem bem suas matreirices e caminhos tortuosos. Certeiramente, ele avisa que redes como a de Zuckerberg “deseducam”. Pensam por nós mesmos, reduzindo-nos a meros aparvalhados peões envolvidos em um jogo que não compreendemos e por isso saímos sempre perdedores. Ponto para o professor. Há perigo na rede, e este é o maior deles: retirar do usuário seu poder de decisão, sua capacidade de escolha, assimilação e aprendizado. O segundo maior dano provocado pela navegação inconsciente é a alienação e a falsa sensação de companhia e amizade que o Facebook e as mídias sociais simulam.
Dória reconhece a paradoxal alienação da vida digital na web quando cita a autora e pesquisadora Sherry Turkle, do MIT, que avisa: “Usar uma rede é como andar numa avenida de uma grande metrópole. Estamos rodeados de pessoas, mas, mesmo assim, sozinhos.” A alienação urbana é o equivalente espacial ao alheamento na web. Todo o progresso trazido pela sociedade em rede é baseado na desconstrução da vida pública fundamentada nos encontros face a face. Estamos juntos na rede, mas nunca antes tantas pessoas estiveram tão sós ao mesmo tempo: somos milhões de solitários a acreditar que temos “um milhão de amigos”. Multidões na web estão aparentemente juntas, mas quantas pessoas que você tem como amigas na web estão ao seu alcance em sua vida social rotineira? Quantas estão ao alcance de uma chamada telefônica, ou um convite para sair?
Decifrar e entender
Continuando com o raciocínio de Rheingold, ele acredita que a web ainda não desenvolveu todas as suas possibilidades e que nós devemos adquirir novas habilidades para extrair dela seu potencial máximo: atenção, colaboração, participação, inteligência de rede (ou coletiva) e capacidade para detectar o que não é relevante. Em destaque fica a inteligência de rede, pois diz respeito as nossas relações sociais na web e fora dela. Criamos frágeis “amizades” na web, que não têm paralelo com as verdadeiras amizades concretas da vida real. O professor explica que a sociedade não é mais estruturada por grupos de pessoas, mas por conexões em rede. “Não é mais o local físico que cria a identidade das pessoas, mas as redes”, diz Rheingold. E o que importa é tomarmos conhecimento de nossas posições dentro dela. Absorto e envolvido por seu objeto de estudos, o autor substituiu a vida real pela existência frágil e virtual em rede. Não concordo com ele. Fico com meus amigos reais. Poucos, mas essenciais.
Ele traz a analogia da migração do campo para a cidade, no início da Revolução Industrial, para provar seu ponto de vista: temos que aprender mais para nos prevenirmos das “armadilhas e distrações” desta nova vida em rede, do mesmo modo que o homem do campo teve que se adaptar à nova realidade da vida urbana no século 19. Fica claro neste ponto que o autor acredita que a sociedade deve moldar-se à rede. Não temos que acomodar na web as nossas necessidades e nossas vidas, mas, ao contrário, precisamos nos ajustar para a inexorável e ubíqua presença da web, prega o autor. É fato consumado e não temos nada a fazer a respeito. Precisamos nos adequar à vida em rede, acredita o autor.
Não sei se concordo com sua ideologia. Discordo de seu tom determinista, embora aparentemente vivamos num universo determinista, onde tudo o que acontece parece condicionado pelo que aconteceu antes. A argumentação do autor, neste ponto, tem a característica de uma matriz de pensamento de tendência absoluta, que não permite contestações e reduz todos os que discordam dela ao silêncio. Se realmente existe uma necessidade de ajuste, ele deverá ser feito no sentido de adaptar a web às nossas necessidades, e não o contrário. Não estou a negar a necessidade de se adquirir maior controle e conhecimento sobre as ferramentas que utilizamos na internet. Justo ao contrário: precisamos decifrá-las e entendê-las para não cairmos vítimas incautas das armadilhas da web. Mas a vida real vem primeiro. Sempre.
Nada pode conter o que não é esperado
A virtual é secundária e ilusória, mas cada vez mais e mais presente em nossas vidas. Cada dia que passa dedicamos mais e mais tempo à internet. Por isso o manual da “malandragem” na web do professor Rheingold é importante. Porque, como dizia Moreira da Silva, o mais famoso malandro carioca, “malandro que é malandro não é malandro”. Em outras palavras, uma boa dose de esperteza consciente e benigna é necessária e fundamental. Na web e na vida. Aliás, é isto o que quer dizer o título do livro de Rheilgold: “esperteza”, ou “malandragem de rede”. Seu equivalente das ruas e da vida é street smart – esperteza ou, como eu prefiro, malandragem de rua.
Reconheço que estou a colocar-me numa posição romântica e meio antiquada, para muitos, mas tenho um sonho. Um simples sonho: retomar nossas vidas públicas de conversa nas calçadas, nos bares das cidades, através da reapropriação de tudo aquilo que nos foi tomado à força pelos especialistas. Da web e de outras áreas em geral. Basta de especialistas. Basta de seus tons didáticos a ditar rumos em nossas vidas. Quero uma vida onde homens e mulheres saibam tomar conta de suas vidas sem medo, ou amparos espertalhões e oportunistas, como a praga da “literatura” de autoajuda, que nos deixa a todos como idiotas infantilizados.
Sonho com a volta da vida pública, das redes sociais reais dos encontros e reencontros pessoais. Com a força do acaso a determinar um futuro incerto, sem que sejamos possuídos pelo medo de algo inesperado acontecer. Porque acontece sempre. Nada pode conter o que não é esperado. A web não vai dirigir nossas vidas. Nós é que estamos a organizá-las através da web. A diferença é sutil, mas importantíssima. A web não tem o poder de deter a força do acaso e o inesperado não se submete às forças insuperáveis que trazem às nossas vidas tudo aquilo que não pode ser previsto, planejado ou desejado.
Adaptar a web às nossas necessidades
O acaso, o inesperado e as surpresas que a vida cotidiana nos traz conduzem nossas vidas. Neles residem nossas maiores alegrias e também nossas maiores dores e decepções. É um sonho da espécie humana ansiar por um mundo previsível, que a resguarde e previna das agruras da vida, mas infelizmente isto é apenas um devaneio: a web não vai nos salvar do que quer que nos espere no futuro. Que ignoramos completamente. Mas as megaplataformas da web querem que pensemos diferente. Querem invadir e apropriar-se de nossas vidas através de artimanhas. Nem toda conversa ou comunicação na web é partilha. As companhias de comunicação conseguiram fazer o público acreditar que trocar palavras em meio digital é a coisa mais prazerosa e necessária que há. Nada pode estar mais longe da verdade.
Quando estamos online, nossos comportamentos mudam. Tornamo-nos ousados, imprevisíveis e muitas vezes agressivos. Dizemos coisas que jamais seríamos capazes de expressar num encontro pessoal. Este é o mais danoso efeito na vida social da ingenuidade e da falta de cautela na web: ela nos dá uma falsa e covarde sensação de segurança para expressarmos os maiores absurdos sem que percebamos. Para fazermos o que não deveríamos, mas fazemos assim mesmo. Só porque podemos fazê-lo. No fim das contas, não estamos frente a frente. A mídia junta e separa: estamos fisicamente longe uns dos outros e isso modifica nosso comportamento: no campo das relações entre as pessoas pode haver facilitação para que seja dito o que nunca deveria ser, e feito o mal que nunca deveria ocorrer: invasões de privacidade, pornografia infantil, roubo de dados, desinformação, invasão de e-mail de terceiros, vírus e outras pragas que compõem a ecologia da web. Por isso tudo a esperteza esclarecida online é extremamente necessária. Ela significa conhecimento do que se passa ao redor, na web, e como funcionam as coisas dentro dela também.
A argumentação do professor em seu livro é extremamente relevante e eu só discordo dela em um ponto: não acredito que a sociedade humana deva adaptar-se à web. Creio que temos que pô-la a nosso serviço e evitarmos sempre que possível entregar a ela todas as nossas habilidades, interesses e particularidades que nos distinguem como seres humanos únicos. Não temos que nos adaptar a ela, mas fazê-la mais e mais adaptada às nossas necessidades. No fim das contas, o consórcio mundial da web não é, e não será nunca, tão interessante, misterioso e deslumbrante quanto a vida real.
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[Sergio da Motta e Albuquerque é mestre em Planejamento urbano, consultor e tradutor]
quarta-feira, junho 22, 2011
Hackers atacam sites da Presidência e da Receita Federal
A informação foi confirmada pela secretaria
de imprensa do governo brasileiro; ação aconteceu
entre 0h30 e 3 horas de hoje.
Os sites da presidência da República (www.presidencia.gov.br e www.portalbrasil.gov.br), além do endereço da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) foram alvo de um ataque de hackers na madrugada de hoje (22/6). A ação, divulgada inicialmente pelo UOL Tecnologia, foi confirmada ao IDG Now! pela secretaria de imprensa da Presidência da República.
Segundo a secretaria, o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) identificou o ataque (que começou por volta de 0h30 e foi até 3 horas), e conseguiu evitar que fossem capturados dados ou mesmo alterados os sites. Apesar disso, ação dos criminosos deixou as páginas fora do ar por pelo menos uma hora.
As investigações iniciais indicam que a ação teve como origem um provedor da Itália (o que não significa que os hackers estejam nesse país - é possível utilizar máquinas espalhadas pelo mundo em único ataque).
Em uma conta no Twitter, que pertenceria ao grupo de hackers LulzSec, o ataque é apontado como tendo como origem o “braço brasileiro” do grupo.
Nos últimos meses, o LulzSec tem tirado o sono dos administradores de sites em todo o mundo. Na lista de vítimas recentes do grupo estão Sony Pictures,CIA, FBI e o Senado norte-americano, além de ter divulgada na rede mundial de computadores milhares de senhas internautas. Esta semana o grupo anunciou uma “guerra contra os governos de todo o mundo”.
terça-feira, outubro 19, 2010
Na espera pelo iPad, editoras adaptam seus livros para lançamento do tablet no Brasil
A Apple lançou o iPad oficialmente em abril, nos Estados Unidos. Desde então, o tablet já foi comprado extraoficialmente por brasileiros, chegou a diversos países e recebeu autorização da Anatel para ser vendido no Brasil – ainda assim, nada de sua comercialização ter início por aqui. Enquanto aguardam o lançamento, as editoras trabalham para disponibilizar aos consumidores versões compatíveis com o iPad de seus livros existentes no formato tradicional. Nos Estados Unidos, essa alternativa mostrou-se válida: os e-books já superaram os livros de capa dura na gigante Amazon.com.
Em agosto, por exemplo, a livraria Saraiva anunciou a disponibilidade de seu aplicativo de leitura para o iPad e iPhone, que pode ser baixado na loja de aplicativos App Store, da Apple. "Estimamos, hoje, 40 mil iPads no Brasil e é esse público que queremos atingir", afirmou Marcílio Pousada, presidente da empresa. A Saraiva, que pretende ter até o final do ano 5 mil livros digitalizados, tem arquivos nos formatos PDF e ePUB, compatíveis com o iPad, o Alfa, da Positivo, o Sony Reader e o Cool-er, da Gato Sabido.
Os usuários de leitores digitais devem ficar sempre atentos aos formatos disponíveis para cada tipo de eletrônico – é justamente esse o desafio das editoras, que querem tornar seu material compatível com os produtos da Apple. Além de PDF e ePUB há diversas outras siglas que podem acabar confundindo e atrapalhando o consumidor: DOC, TXT, HTML, MOBI e TRT, por exemplo. A gigante Amazon, uma referência no mercado de e-books, criou até um formato próprio para o conteúdo compatível com o Kindle (AZW e AZW1).
AdaptaçãoA Singular, empresa da editora Ediouro, também se adapta para conquistar no Brasil novos leitores entre os fãs da Apple. “Temos arquivos digitais sendo vendidos pelos principais sites do país, que podem rodar nos aparelhos já disponíveis no Brasil. Mas ainda temos de nos adaptar à plataforma do iPad, que exige itens diferenciados, pois os arquivos serão vendidos pela loja virtual da Apple. Além disso, o gadget oferece cores e funções interativas, como som e a possibilidade de ler o texto na vertical ou na horizontal”, afirma Newton Neto, diretor de mídias digitais e tecnologia da Singular.
Essa interatividade que o aparelho possibilita funciona como um chamariz e também pode reforçar o lucro das editoras. ”Com o tablet, conseguimos dar mais realidade e nitidez aos desenhos, o que não acontece com os leitores digitais vendidos atualmente no Brasil”, explica Mauro Palermo, diretor da Globo Livros. Durante a Bienal Internacional do Livro, a empresa disponibilizou o primeiro capítulo da obra “A menina do narizinho arrebitado”, de Monteiro Lobato, para iPad. “Até o fim do ano, teremos o livro completo e outras obras ilustradas, que serão rediagramadas para se encaixarem ao tamanho e estrutura do aparelho.”
Apesar da empolgação de muitos, a editora Contexto não vê o gadget da Apple como um “divisor de águas” no setor de mídias impressas. “Faz bastante tempo que estamos nos preparando para a venda do livro digital: tanto que grande parte dos nossos contratos já tem previsto o comércio deste tipo de arquivo. Mas não vamos dar exclusividade para um aparelho ou outro. Queremos disponibilizar um e-book que rode em todos os e-readers”, explicou Daniel Pinsky, diretor da empresa.
E a pirataria?Outra iniciativa estudada pelas editoras é oferecer, junto com os textos, vídeos e disponibilizar uma forma de escutar a versão digital. Com essas exclusividades, as empresas acreditam que será mais difícil os leitores optarem por versões pirateadas. “Estamos criando uma versão 2.0 dos e-books, à qual o consumidor terá acesso com um código passado durante o ato da compra”, explica Neto, da Singular.
O valor dos e-books deve ser mais baixo que o cobrado para os livros impressos, porque na versão tradicional está embutido o preço das obras que não foram vendidas, do frete e da gráfica, entre outras coisas. “Retirando esses custos, o produto fica cerca de 65% mais barato. Assim, o leitor que investiu no aparelho vai aos poucos recuperando o valor, economizando na compra dos livros”, afirma o diretor da Globo Livros.
Os arquivos digitais também terão o chamado DRM (Digital Rights Management; gerenciamento dos direitos digitais), uma plataforma de segurança escolhida pela maioria das editoras brasileiras para proteger os arquivos de cópias não autorizadas. Assim, o usuário baixará o arquivo e não conseguirá repassá-lo.
quarta-feira, setembro 24, 2008
E-mail deve ser extinto até 2015, diz especialista
Em painel realizado nesta quarta-feira, durante o 17º Congresso Nacional de Auditoria de Sistemas, Segurança da Informação e Governança (CNSAI), evento que acontece na capital paulista, Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil, garante que os hábitos digitais da Geração Y devem levar ao fim do e-mail.
"Hoje, a média etária dos usuários de e-mail é de 47 anos", revela, acrescentando que, talvez, apenas essas pessoas, que formam a geração conhecida como Baby Boomers, nascidos após o fim da Primeira Guerra Mundial, continuarão a utilizar a ferramenta.
"O e-mail deixará de existir dentro de cinco a sete anos", profetiza Taurion. O motivo? A entrada da chamada Geração Y - constituída por jovens nascidos já na era da Internet - no mercado de trabalho.
Taurion explica que, com os jovens profissionais, chega também às empresas uma nova postura diante da Tecnologia da Informação (TI), que já é parte do dia-a-dia destes profissionais, na forma de ferramentas de colaboração como wikis, redes sociais, comunicadores instantâneos e grupos de trabalho online.
O executivo apresentou dados de uma pesquisa realizada em 2005 destacando que, já naquela época, apenas 6,3% dos jovens entrevistados consideravam inúteis as informações obtidas em blogs. "Significa que a credibilidade das novas ferramentas online é enorme", sinalizou. Na IBM, de acordo com Taurion, já há uma série de projetos em que os participantes não mais utilizam o e-mail.