terça-feira, setembro 02, 2008

García Márquez diz amar jornalismo mas prefere escrever livros

O Prêmio Nobel de Literatura colombiano Gabriel García Márquez falou de seu amor pelo jornalismo em um seminário dedicado ao tema e realizado na cidade de Monterrey, norte do México.
"Como jornalista, a gente sofre com o texto ou desfruta dele. Com a manipulação que se faz das notícias, temos satisfação quando achamos uma jóia, mas sofremos como cachorros quando vemos a forma com que se maltrata o idioma", afirmou Márquez, 81 anos. "Eu escrevo para não ter que falar", explicou.
Mas também criticou o que chamou de "novo jornalismo", no qual o profissional conta com pouco tempo para elaborar seus textos.
"Isso me aborrece. Quando se tem tanta pressa, não há tempo para pensar. No jornalismo, a pessoa tem que saber que não há tempo para pensar muito ou aperfeiçoar o texto, e isso vai fazê-la sofrer. E, como os jornalistas sofriam muito, a gente saía para encher a cara todos os dias", brincou.
Para evitar as correrias do jornalismo moderno, o autor de Cem Anos de Solidão deu sua solução: "é melhor escrever um livro. Com um livro, levei dez anos; se não gostava, voltava atrás e escrevia tudo de novo", comentou.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Pai de João Roberto chama PMs de assassinos

Ernani Alves
Direto do Rio de Janeiro

O pai do menino João Roberto, Paulo Roberto Soares, chamou os dois policiais militares acusados da morte do menino de 3 anos de "assassinos", nesta tarde, durante a segunda audiência do caso, no 2º Tribunal do Júri, no centro do Rio de Janeiro. "Assassinos. O que vocês fizeram foi covardia. Mataram meu filho, uma criança indefesa. Não consigo mais dormir, não consigo mais comer", gritou.
O cabo William de Paula e o soldado Elias Gonçalves da Costa Neto são acusados de atirar contra o carro em que João Roberto estava, no dia 6 de julho, na Tijuca, na zona norte da capital, em meio a uma perseguição policial. Eles teriam confundido o veículo da família da criança com um carro de criminosos.

domingo, agosto 31, 2008

Máquinas pensarão melhor que o homem em 2030


John Tierney
Na versão de Vernor Vinge sobre a Califórnia em 2025, existe uma escola de segundo grau chamada Fairmont High, cujo lema é "tentando ao máximo não se tornar obsoleta". Não parece muito inspirador, mas, para os muitos fãs de Vinge, se trata de um objetivo muito ambicioso, e possivelmente inatingível, para os membros da nossa espécie.
Vinge é um matemático e cientista da computação em San Diego cujos trabalhos de ficção científica conquistaram cinco prêmios Hugo e críticas positivas dos engenheiros que analisam sua plausibilidade técnica. O escritor é capaz de devaneios líricos, mas também suspeita que suas sagas intergalácticas em breve venham a se tornar tão obsoletas quanto os heróis humanos que as protagonizam.
O problema é um conceito delineado por ele em um ensaio de 1993, no qual prevê que em 2030 os computadores se terão tornado tão poderosos que uma nova forma de superinteligência poderia emergir. Vinge comparou esse momento da história à singularidade que cerca um buraco negro: uma fronteira para além da qual as velhas regras deixam de valer e cuja tecnologia seria tão impossível de compreender pela nossa civilização quanto a nossa o é para um peixinho dourado.

sábado, agosto 30, 2008

ELIO GASPARI

Maldição

Se Barack Obama vencer a eleição de novembro, ele será o terceiro americano a sair direto do Senado para a Casa Branca.
Os dois outros foram Warren Harding, eleito em 1921, e John Kennedy, eleito em 1960.
Nenhum dos dois terminou o mandato. Harding morreu do coração e Kennedy tomou um tiro na cabeça.
Em fevereiro passado, a escritora Doris Lessing enunciou uma maldição que paira sobre as cabeças de milhões de pessoas: “Eles vão matá-lo”.

Revista supõe manipulação em Brasil x Gana

A revista alemã Der Spiegel publica em sua edição que estará nas bancas na próxima segunda-feira que a partida entre Brasil e Gana, pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo de 2006, teria sido manipulada por envolvimento de apostadores asiáticos.
Segundo a publicação, os apostadores teriam investido grandes somas de dinheiro em uma vitória do Brasil com pelo menos dois gols de diferença sobre Gana e teriam contatado uma rede internacional ganesa para servir de intermediária. Gana acabou perdendo por 3 a 0.
As informações da revista alemã são de um jornalista investigativo canadense, Declan Hill, que publicou um livro sobre as apostas no mundo do esporte.

quinta-feira, agosto 28, 2008

De onde vem a expressão "rodar a baiana"?



Rodar a baiana é armar um barraco, fazer uma confusão - pare cinco minutos em algum evento popular e você verá alguém rodando a baiana. Mas de onde saiu isso?

O Carnaval já era uma farra no início do século, e como toda bagunça que se preze, tinha confusão. A mais repetida explicação para a expressão "rodar a baiana" vem justamente daí: em meio aos desfiles da época no Rio de Janeiro, que não tinham televisão e nem Joãosinho Trinta, alguns gaiatos já tinham a mania de passar a mão no bumbum da mulherada.

Isso também acontecia com as baianas - era um beliscão, um grito e um giro. Até que elas começaram a desfilar com guarda-costas disfarçados, capoeiristas vestidos como elas que revidavam com navalhas, e aí você tem a autêntica rodada de baiana: belisco, giro, confusão.

Seria uma excelente explicação, pena é que não há como saber ao certo se ela procede. Não apenas nesse caso, mas na maioria das expressões do nosso idioma. O professor e doutor em Letras Cláudio Moreno explica que rastrear a origem dessas explicações é tarefa quase impossível.

Qual a origem do termo "erro crasso"?


Em 59 a.C, o poder em Roma foi dividido entre três figuras: Júlio César, Pompeu Magnus e Marco Licinius Crasso. Enquanto os dois primeiros eram notáveis generais, que ampliaram os domínios romanos, Crasso era mais conhecido pela sua riqueza do que por seu talento militar: César conquistou a Gália (França), Pompeu dominou a Hispânia (Península Ibérica) e Jerusalém, por exemplo. Crasso tinha, assim, uma idéia fixa: conquistar os Partos, um povo persa cujo império ocupava, na época, boa parte do Oriente Médio - Irã, Iraque, Armênia e outros, conta o professor de Letras da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) Robert Levonian.
À frente de sete legiões, ou 50 mil soldados, confiou demais na superioridade numérica de suas tropas. Abandonou as táticas militares romanas e tentou atacar simplesmente - na ânsia de chegar logo ao inimigo, cortou caminho por um vale estreito, de pouca visibilidade. As saídas do vale, então, foram ocupadas pelos partos e o exército romano foi dizimado - quase todos os 50 mil morreram, incluindo Crasso.
Um dos que não morreram, porém, foi o historiador Plutarco, que registrou a bobagem feita por Crasso, e que virou, em várias línguas, sinônimo de estupidez. Levonian explica que a expressão "erro crasso" é parente de outras, como "calcanhar de aquiles" ou "vitória de pirro", ambas que remetem a histórias da antiguidade.