O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista à revista Piauí, que a imprensa lhe faz mal ao fígado. Questionado se lê jornais e sites de notícias, Lula disse que não, porque tem "problemas de azia".
Apesar de não ler notícias, Lula se considera bem informado. Ele disse que as conversas que tem diariamente com várias pessoas são mais produtivas do que ler jornais ou sites.
O presidente também afirmou que fica longe das notícias nos finais de semana e dedica seu tempo para o convívio com a família.
"É CLARO QUE, COMO TODO ESCRITOR, TENHO A TENTAÇÃO DE USAR TERMOS SUCULENTOS: CONHEÇO ADJETIVOS ESPLENDOROSOS, CARNUDOS SUBSTANTIVOS E VERBOS TÃO ESGUIOS QUE ATRAVESSAM AGUDOS O AR EM VIAS DE AÇÃO, JÁ QUE A PALAVRA É AÇÃO, CONCORDAIS?" CLARICE LISPECTOR - "A HORA DA ESTRELA"
terça-feira, janeiro 06, 2009
segunda-feira, janeiro 05, 2009
Vasco apresenta dez reforços e novo vice

O Vasco demonstrou na tarde desta segunda-feira, em São Januário, suas armas para encurtar ao máximo sua passagem pela segunda divisão nacional. Com a intenção de mostrar "ressurreição" após a queda para a Série B, o clube apresentou dez reforços e anunciou José Hamilton Mandarino como novo vice-presidente de futebol. Tudo com destaque ao slogan "o sentimento não pode parar".
Neste clima, enfileiraram-se dez contratados: o meia Léo Lima, revelado em São Januário e que estava no Palmeiras; os laterais Fagner (ex-PSV-HOL), Paulo Sérgio (ex-Grêmio), Ulisses (Juventude-RS) e Fernandinho (ex-Vila Nova-GO), os zagueiros Gian Mariano (ex-Ipatinga) e Titi (ex-Náutico), os meias Enrico (ex-Djurgarden-SUE), Jefferson (ex-Santo André) e Fernandinho (ex-Kyoto Sanga-JAP).
Otimista com os apresentados, Mandarino fez questão de justificar a ausência dos dois meias paraguaios contratados, Pedro Vera e Benítes, informando que ambos tiveram problemas de voo na saída de Assunção. E o clube ainda espera a confirmação dos acertos com o goleiro Cássio, do PSV, e o meia Carlos Alberto, do Werder Bremen e a volta do volante Amaral, devolvido pelo Grêmio. Falta ainda a renovação com o atacante Pinilla.
domingo, janeiro 04, 2009
Irã confirma detenção de blogueiro pioneiro no país
Um destacado blogueiro irano-canadense foi detido e seu caso está sob investigação, informou nesta terça-feira uma fonte judicial iraniana, na primeira confirmação pública oficial sobre o paradeiro do jornalista.
Hossein Derakhshan, chamado de "Blogfather" por seu papel pioneiro na revolução dos blogs (diários pessoais na internet) no Irã, atualizou seus comentários pela última vez em outubro e os meios de comunicação canadenses informaram que, de acordo com um amigo, ele teria sido preso no dia 1º de novembro durante uma visita ao país.
Derakhshan foi detido sob acusação de espionagem para Israel, um país que a República Islâmica não reconhece, segundo a imprensa do Canadá. "Seu caso está em uma etapa de investigação preliminar em um tribunal revolucionário e ele se encontra atualmente encarcerado em Teerã", disse o porta-voz judicial Alireza Jamshidi quando questionado sobre o caso de Derakhshan em uma coletiva de imprensa.
Os tribunais revolucionários lidam com os casos de segurança nacional. O porta-voz não deu mais detalhes. A iraniana Shirin Ebadi, ganhadora do prêmio Nobel da Paz e advogada de direitos civis, fez uma campanha no início de dezembro pela libertação de Derakhshan, ainda que tenha admitido no momento que não podia confirmar se o jornalista estava realmente detido.
Derakhshan, 33 anos, trabalhou como jornalista em Teerã antes de se mudar para Toronto em 2000. Ele ganhou reconhecimento ao publicar instruções sobre como utilizar programas de criação de blogs para publicar textos em persa, o que detonou uma expansão desse meio de comunicação no idioma iraniano.
Reuters
Hossein Derakhshan, chamado de "Blogfather" por seu papel pioneiro na revolução dos blogs (diários pessoais na internet) no Irã, atualizou seus comentários pela última vez em outubro e os meios de comunicação canadenses informaram que, de acordo com um amigo, ele teria sido preso no dia 1º de novembro durante uma visita ao país.
Derakhshan foi detido sob acusação de espionagem para Israel, um país que a República Islâmica não reconhece, segundo a imprensa do Canadá. "Seu caso está em uma etapa de investigação preliminar em um tribunal revolucionário e ele se encontra atualmente encarcerado em Teerã", disse o porta-voz judicial Alireza Jamshidi quando questionado sobre o caso de Derakhshan em uma coletiva de imprensa.
Os tribunais revolucionários lidam com os casos de segurança nacional. O porta-voz não deu mais detalhes. A iraniana Shirin Ebadi, ganhadora do prêmio Nobel da Paz e advogada de direitos civis, fez uma campanha no início de dezembro pela libertação de Derakhshan, ainda que tenha admitido no momento que não podia confirmar se o jornalista estava realmente detido.
Derakhshan, 33 anos, trabalhou como jornalista em Teerã antes de se mudar para Toronto em 2000. Ele ganhou reconhecimento ao publicar instruções sobre como utilizar programas de criação de blogs para publicar textos em persa, o que detonou uma expansão desse meio de comunicação no idioma iraniano.
Reuters
sábado, janeiro 03, 2009
Sem privacidade, Lula deixa Fernando de Noronha um dia antes do previsto

FÁBIO GUIBU,
da Agência Folha, em Fernando de Noronha (PE)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou hoje o arquipélago de Fernando de Noronha (PE), onde passava férias, um dia antes da data prevista. Ele seguiu para Salvador (BA), onde repousará com a família na praia de Inema, em área exclusiva da Marinha.
A saída antecipada de Lula da ilha coincide com a gradativa substituição da agenda de lazer da família por eventos políticos do presidente e da falta de privacidade nos passeios.
Antes disso, o casal já havia passeado de barco e de bugue, pescado, mergulhado e nadado em duas praias. A agenda política começou na sexta, quando Lula atendeu convite para conhecer o equipamento de dessalinização de água do mar do arquipélago e a estação de tratamento de esgoto local.
No mesmo dia, foi convidado para conhecer o Projeto Tamar, de proteção de tartarugas marinhas. Ele aceitou e, em entrevista, anunciou que ficaria na ilha até domingo. "Vamos [conhecer o Projeto Tamar]. Nós temos ainda dois dias aqui para conhecer o que não conhecemos ainda."
Biólogos da ONG capturaram duas tartarugas verdes na praia de Sueste para que fossem soltas no mar pelo presidente e pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, também convidado para o evento.
sexta-feira, janeiro 02, 2009
Muçulmanos são obrigados a deixar avião nos EUA por comentário sobre segurança
Três das pessoas retiradas de voo eram crianças.
Eles alegam terem sido vítima de preconceito.
Da France Presse
Nove muçulmanos, entre eles três crianças, foram obrigados a deixar um avião prestes a decolar para um voo doméstico nos Estados Unidos, depois de outros passageiros terem ouvido o que consideraram observações suspeitas sobre a segurança aérea, informou a imprensa nesta sexta-feira (2).
O grupo já estava, em Washington, dentro do avião da AirTran com direção a Orlando (Flórida, sudeste) na tarde de quinta-feira (1º), segundo o "Washington Post".
Kashif Irfan, de 34 anos, explicou que seu irmão mais novo, Atif, virou-se para a mulher dele e disse apenas "Uau, os motores ficam justamente ao lado de minha janela".
Ele declarou ao canal de televisão CNN que todos foram cuidadosos em não usar nenhum termo chamativo como "bomba, ameaças ou algo relacionado que pudesse nos colocar em uma situação comprometedora".
Irfan admitiu que os responsáveis do voo e os agentes do FBI foram bastante amáveis e generosos" ao lidar com a situação, e culpou a companhia aérea pelo incidente. Os agentes do FBI falaram com o pessoal da AirTran no aeroporto de Washington e pediram que nos deixassem viajar em outro voo para Orlando", contou.
Eles alegam terem sido vítima de preconceito.
Da France Presse
Nove muçulmanos, entre eles três crianças, foram obrigados a deixar um avião prestes a decolar para um voo doméstico nos Estados Unidos, depois de outros passageiros terem ouvido o que consideraram observações suspeitas sobre a segurança aérea, informou a imprensa nesta sexta-feira (2).
O grupo já estava, em Washington, dentro do avião da AirTran com direção a Orlando (Flórida, sudeste) na tarde de quinta-feira (1º), segundo o "Washington Post".
Kashif Irfan, de 34 anos, explicou que seu irmão mais novo, Atif, virou-se para a mulher dele e disse apenas "Uau, os motores ficam justamente ao lado de minha janela".
Ele declarou ao canal de televisão CNN que todos foram cuidadosos em não usar nenhum termo chamativo como "bomba, ameaças ou algo relacionado que pudesse nos colocar em uma situação comprometedora".
Irfan admitiu que os responsáveis do voo e os agentes do FBI foram bastante amáveis e generosos" ao lidar com a situação, e culpou a companhia aérea pelo incidente. Os agentes do FBI falaram com o pessoal da AirTran no aeroporto de Washington e pediram que nos deixassem viajar em outro voo para Orlando", contou.
quarta-feira, dezembro 31, 2008
SACUDINDO A POEIRA
2008 já era. Está na hora de abrir alas, porque 2009 deseja passar. Como sempre acontece, acho que será um ano bom. Tenho lá minhas resoluções de ano novo. Ler a maior quantidade de livros de que for capaz. Transar com a maior quantidade de mulheres à minha disposição. Escrever meu primeiro livro. Passar um mês em São Bento. Começar a correr. Voltar a malhar. Viver de incógnitas é comigo mesmo.
Acabei de falar com Bruna. Espero que ela se recupere. Não mereceu o fim de algo que considerava belo. Mas a vida é assim, suponho. Não vivi o suficiente ainda para determinar. Só o que existe é o que eu penso e sinto e amo.
2008 já era. 2009 agora é uma criança recém-nascida. Deixemos que brinque um pouco antes de crescer e desabrochar.
Acabei de falar com Bruna. Espero que ela se recupere. Não mereceu o fim de algo que considerava belo. Mas a vida é assim, suponho. Não vivi o suficiente ainda para determinar. Só o que existe é o que eu penso e sinto e amo.
2008 já era. 2009 agora é uma criança recém-nascida. Deixemos que brinque um pouco antes de crescer e desabrochar.
terça-feira, dezembro 30, 2008
A VIDA É UMA FESTA
Gilmar hoje quis saber como se escreve "Ernest Hemingway".
Não é preciso muito para aguçar meus sentidos literários. Corri até a minha estante (a "blindada", como diria meu amigo Raimundo Martins, que Deus o tenha) e dela retirei meu exemplar de "Paris é uma festa", do mesmo autor de "Por quem os sinos dobram" e "O sol também se levanta". A tradução é de Ênio Silveira.
"Estava na época do mau tempo", assim começa essa obra-prima da "geração perdida" - ainda que Ernest tenha imediatamente rejeitado este rótulo, gratuitamente estabelecido por Gertrude Stein. "Chegaria a qualquer momento", prossegue, "no fim do outono. Teríamos de fechar as janelas à noite, por causa da chuva, e o vento frio arrancaria as folhas das árvores da Place Contrescarpe. As folhas ficariam no chão, encharcadas, o vento atiraria a chuva contra os grandes ônibus verdes no ponto terminal, e o Café des Amateurs ficaria cheio de gente, suas janelas embaçadas pelo calor e pela fumaça lá de dentro. Era um café triste e mal administrado o Amateurs, onde os beberrões do bairro se apinhavam e do qual eu me mantinha afastado por causa do cheiro de corpos sujos e do azedo da embriaguez".
Aparentemente, o texto acima não deve ter dado muito trabalho ao autor quando o produziu. e na verdade não deu mesmo, posto que o tom é o de quem escreve sem preocupação com a perenidade da obra literária. Mas acredito que aí está o "pulo do gato" de Hemingway como escritor: o escrever sem pressa, pelo puro prazer da arte pela arte. Sem a preocupação do ganha-pão, sem a peso do trabalho. E vejam que preocupação na época em que os eventos mencionados transcorrem, preocupação era o que não faltava para Ernest, posto que justo nessa época ele decidiu abandonar o jornalismo para viver unicamente do que lhe poderiam render seus contos.
Essa aflição e incerteza, aliás, estão explícitas no capítulo "A fome como boa disciplina". "Se você não se alimentava bem em Paris", conta, "tinha sempre uma fome danada, pois todas as padarias exibiam coisas maravilhosas em suas vitrinas e muitas pessoas comiam ao ar livre, em mesas na calçada, de modo que por toda a parte via comida ou sentia o seu cheiro. Se você abandonou o jornalismo e ninguém nos Estados Unidos se interessa em publicar o que está escrevendo, se é obrigado a mentir em casa, explicando que já almoçara com alguém, o melhor que tem a fazer é passear nos jardins do Luxembourg, onde não via nem cheirava comida, desde a Place de l'Observatoire até a rue de Vaugirarard".
Aqui na internet, "pesco" a seguinte observação do senhor Eduardo Hakk (http://www.eduardohaak.kit.net/hemingway.html):
"O livro é, por excelência, um volume de fuxicos, de irrelevâncias deliciosas que, se por um lado não oferecem grandes verdades aos leitores (seja lá que merda signifique 'grandes verdades'), por outro humanizam essas figuras todas do modernismo: Gertrude Stein, Ezra Pound, Ford Maddox Ford, James Joyce e tutti quanti - pra não falar do próprio Hemingway".
E, quando o assunto são as "irrelevâncias deliciosas", porque não dizer que "Paris é uma festa" está impregnado de vida? Desse nosso absolutamente fabuloso cotidiano, cheio de bons e de maus momentos? Lembro agora de Los Hermanos: "Todo carnaval tem teu sim". Concordarei com essa grande verdade só no fim da minha jornada. Que seja esse, então, meu epitáfio. Mas não agora. Não agora.
Agora, quero repetir todo santo dia que é a vida, mais do que a morte, a que não tem limites.
Quero repetir que a vida é uma festa.
E tenho dito.
Não é preciso muito para aguçar meus sentidos literários. Corri até a minha estante (a "blindada", como diria meu amigo Raimundo Martins, que Deus o tenha) e dela retirei meu exemplar de "Paris é uma festa", do mesmo autor de "Por quem os sinos dobram" e "O sol também se levanta". A tradução é de Ênio Silveira.
"Estava na época do mau tempo", assim começa essa obra-prima da "geração perdida" - ainda que Ernest tenha imediatamente rejeitado este rótulo, gratuitamente estabelecido por Gertrude Stein. "Chegaria a qualquer momento", prossegue, "no fim do outono. Teríamos de fechar as janelas à noite, por causa da chuva, e o vento frio arrancaria as folhas das árvores da Place Contrescarpe. As folhas ficariam no chão, encharcadas, o vento atiraria a chuva contra os grandes ônibus verdes no ponto terminal, e o Café des Amateurs ficaria cheio de gente, suas janelas embaçadas pelo calor e pela fumaça lá de dentro. Era um café triste e mal administrado o Amateurs, onde os beberrões do bairro se apinhavam e do qual eu me mantinha afastado por causa do cheiro de corpos sujos e do azedo da embriaguez".
Aparentemente, o texto acima não deve ter dado muito trabalho ao autor quando o produziu. e na verdade não deu mesmo, posto que o tom é o de quem escreve sem preocupação com a perenidade da obra literária. Mas acredito que aí está o "pulo do gato" de Hemingway como escritor: o escrever sem pressa, pelo puro prazer da arte pela arte. Sem a preocupação do ganha-pão, sem a peso do trabalho. E vejam que preocupação na época em que os eventos mencionados transcorrem, preocupação era o que não faltava para Ernest, posto que justo nessa época ele decidiu abandonar o jornalismo para viver unicamente do que lhe poderiam render seus contos.
Essa aflição e incerteza, aliás, estão explícitas no capítulo "A fome como boa disciplina". "Se você não se alimentava bem em Paris", conta, "tinha sempre uma fome danada, pois todas as padarias exibiam coisas maravilhosas em suas vitrinas e muitas pessoas comiam ao ar livre, em mesas na calçada, de modo que por toda a parte via comida ou sentia o seu cheiro. Se você abandonou o jornalismo e ninguém nos Estados Unidos se interessa em publicar o que está escrevendo, se é obrigado a mentir em casa, explicando que já almoçara com alguém, o melhor que tem a fazer é passear nos jardins do Luxembourg, onde não via nem cheirava comida, desde a Place de l'Observatoire até a rue de Vaugirarard".
Aqui na internet, "pesco" a seguinte observação do senhor Eduardo Hakk (http://www.eduardohaak.kit.net/hemingway.html):
"O livro é, por excelência, um volume de fuxicos, de irrelevâncias deliciosas que, se por um lado não oferecem grandes verdades aos leitores (seja lá que merda signifique 'grandes verdades'), por outro humanizam essas figuras todas do modernismo: Gertrude Stein, Ezra Pound, Ford Maddox Ford, James Joyce e tutti quanti - pra não falar do próprio Hemingway".
E, quando o assunto são as "irrelevâncias deliciosas", porque não dizer que "Paris é uma festa" está impregnado de vida? Desse nosso absolutamente fabuloso cotidiano, cheio de bons e de maus momentos? Lembro agora de Los Hermanos: "Todo carnaval tem teu sim". Concordarei com essa grande verdade só no fim da minha jornada. Que seja esse, então, meu epitáfio. Mas não agora. Não agora.
Agora, quero repetir todo santo dia que é a vida, mais do que a morte, a que não tem limites.
Quero repetir que a vida é uma festa.
E tenho dito.
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