LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA
Estamos ficando para trás, mas os países ricos
também, porque acabaram sendo vítimas da globalização
NESTE ANO, devido à crise global, as taxas de crescimento dos países ricos serão fortemente negativas, as da América Latina serão moderadamente negativas e os países asiáticos continuarão a crescer, ainda que a taxas um pouco menores. Não há novidade nesse fato. Como os países asiáticos contam com nações e elites independentes, que adotam políticas econômicas segundo seus interesses nacionais e não segundo a recomendação dos países ricos, desde o fim da Segunda Guerra crescem muito mais que o Brasil e a América Latina.
Isso fica mais claro se eu contar uma pequena história. No século 16, enquanto os europeus colonizaram as Américas, na Ásia limitaram-se a estabelecer entrepostos comerciais porque as grandes civilizações asiáticas eram suficientemente poderosas para evitar a colonização. A Inglaterra e a França, porém, estavam em pleno processo de desenvolvimento capitalista e completaram sua Revolução Industrial no início do século 19. Assim, tornaram-se fortes o suficiente para, nesse século, reduzir a Índia e a China à situação de colônia formal (caso da Índia) ou informal (caso da China). Nos 150 anos seguintes, esses países, dominados pelo imperialismo, viram suas economias regredir fortemente e uma imensa pobreza dominar todo o continente. Enquanto isso, os países latino-americanos ganhavam independência da Espanha e de Portugal com o auxílio da Inglaterra.
Em agradecimento a essa ajuda desinteressada, nossas elites aceitaram para seus países a condição semicolonial. Entretanto, as nações latino-americanas contavam com um Estado para definir e implantar políticas nacionais, de forma que lograram algum crescimento. Em 1950, enquanto a Ásia apresentava níveis baixíssimos de crescimento, os países da América Latina tinham um razoável nível de renda por habitante, e alguns países, como o Brasil, estavam em plena industrialização.
Mas esse quadro mudaria nos 60 anos seguintes. Nos primeiros 30 anos, países como o Brasil e o México, que haviam alcançado alguma autonomia nacional, ainda lograram adotar políticas nacionais e se desenvolveram. Desde a grande crise da dívida externa dos anos 1980, porém, esses países, e principalmente o México, se dobraram ao Norte, voltaram à condição de países dependentes ou semicoloniais -agora subordinados aos EUA- e se submeteram às políticas neoliberais.
Enquanto isso, os países asiáticos cresciam a taxas aceleradas desde os anos 1950, primeiro com um modelo de substituição de importações, depois com um modelo voltado para as exportações, mas usando sua própria poupança, e, o que é mais importante, sua própria cabeça -sua própria visão do que é o interesse nacional. Em consequência, nestes últimos 30 anos os países asiáticos dinâmicos cresceram a taxas entre três e quatro vezes mais do que a América Latina. Cresceram porque suas elites asiáticas -em vez de "europeias" como as nossas- não se submeteram ao Norte. Cresceram porque adotaram políticas econômicas que neutralizavam as duas tendências que impedem o desenvolvimento econômico dos países em desenvolvimento: a tendência de os salários crescerem menos que a produtividade e a tendência à sobreapreciação da taxa de câmbio.
E assim vamos ficando para trás.
Nosso "consolo" é que os países ricos também estão ficando para trás, porque, como vimos nesta crise, acabaram se tornando vítimas da globalização financeira e das políticas neoliberais que nos recomendavam. Pobre consolo, triste pequena história do mundo.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA , 75, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC), é autor de "Macroeconomia da Estagnação: Crítica da Ortodoxia Convencional no Brasil pós-1994".
"É CLARO QUE, COMO TODO ESCRITOR, TENHO A TENTAÇÃO DE USAR TERMOS SUCULENTOS: CONHEÇO ADJETIVOS ESPLENDOROSOS, CARNUDOS SUBSTANTIVOS E VERBOS TÃO ESGUIOS QUE ATRAVESSAM AGUDOS O AR EM VIAS DE AÇÃO, JÁ QUE A PALAVRA É AÇÃO, CONCORDAIS?" CLARICE LISPECTOR - "A HORA DA ESTRELA"
segunda-feira, julho 06, 2009
sábado, julho 04, 2009
Novo romance de Philip Roth exibe vigor e inconformismo
"Indignação" trata da paranoia de um pai que tenta moldar a vida do seu filho
TATIANA SALEM LEVY
ESPECIAL PARA A FOLHA
Em artigo sobre o caso Schreber, Freud afirma que o paranoico é aquele que reconstrói seu mundo subjetivo com o trabalho de seus delírios. "Indignação", de Philip Roth, que sai agora por aqui, é um romance sobre a paranoia de um pai que, com seus medos, molda a vida do filho. Marcus Messner, judeu de Newark, entra para a universidade cerca de dois meses após o início da Guerra da Coreia. Filho de um açougueiro ko-sher, Marcus é "um estudante prudente, responsável, com notas excepcionais". Nada justifica, portanto, o receio do pai de que ele venha a perder as rédeas do próprio destino. Nada senão uma paranoia, a mesma que guiará o livro do início ao fim: "A razão é a vida, onde o menor passo em falso pode ter consequências trágicas". Lá onde não existe nada, o pai inventa um desastre por vir. Se o filho some de casa, não é porque está na biblioteca, mas porque algo de terrível se anuncia. Toda a narrativa se funda no "e se" que, no decorrer do texto, perde seu caráter inesperado e se torna obrigatório. Algo tem de suceder a Marcus, para que se justifique o discurso paranoico do pai; para que, no fim, o açougueiro possa repetir a si mesmo que tinha razão. Todos os acontecimentos da trama -a transferência de universidade; o isolamento de Marcus; o aparecimento da "doidinha" Olivia Hutton- se desenrolam para ratificar o medo. Os delírios do pai vão se tornando, aos poucos, a própria história de Marcus. De início, o mundo contraria a sua crença de que algo dará errado. No entanto, ele alimenta a tal ponto suas certezas que o discurso vai se tornando realidade.
Ameaça da solidão
Narrado em primeira pessoa pelo protagonista, o romance de Roth descreve de forma magistral um ambiente que requer uma existência social marcada: o isolamento é visto como ameaça, e a vida do indivíduo deve ser partilhada com os demais. A solidão e o segredo precisam ser banidos da sociedade. Todos invadem a vida de Marcus de tal modo que provocam no estudante uma indignação crescente, a mesma do hino nacional chinês, que ele repete em silêncio cada vez que vê o absurdo se dispor à sua frente. Ao narrar para Olivia seu dia-a-dia no açougue, quando trabalhava ao lado do pai, Marcus descreve o que fazia com a galinha: "Abre o cu com um corte, enfia a mão bem fundo, agarra as vísceras e puxa para fora. Nauseabundo e repugnante, mas tinha de ser feito". O mesmo parece ocorrer com ele: as instituições o cortam para lhe tirar as vísceras. Aviltante, mas tem de ser feito. É esse processo que termina levando Marcus ao passo em falso que conduz "a resultados tão desproporcionais", anunciados a conta-gotas ao longo da narrativa. O desastre chega, descaracterizado de sua casualidade, reforçado pelo delírio da linguagem. A paranoia do pai se reflete na paranoia da literatura, aquela que cria um mundo para si e dá a ele seus sentidos. "Indignação" confirma o vigor de Roth, que, como Marcus, é judeu de Newark. Apesar das acusações de que sua prosa é "demasiadamente americana", restrita às suas experiências e ao seu meio, Roth mostra mais uma vez que o pessoal, na arte, atravessa fronteiras. A indignação de Marcus é, sim, a de seu criador, mas também a daqueles que não se conformam com a sociedade em que vivem.
TATIANA SALEM LEVY
ESPECIAL PARA A FOLHA
Em artigo sobre o caso Schreber, Freud afirma que o paranoico é aquele que reconstrói seu mundo subjetivo com o trabalho de seus delírios. "Indignação", de Philip Roth, que sai agora por aqui, é um romance sobre a paranoia de um pai que, com seus medos, molda a vida do filho. Marcus Messner, judeu de Newark, entra para a universidade cerca de dois meses após o início da Guerra da Coreia. Filho de um açougueiro ko-sher, Marcus é "um estudante prudente, responsável, com notas excepcionais". Nada justifica, portanto, o receio do pai de que ele venha a perder as rédeas do próprio destino. Nada senão uma paranoia, a mesma que guiará o livro do início ao fim: "A razão é a vida, onde o menor passo em falso pode ter consequências trágicas". Lá onde não existe nada, o pai inventa um desastre por vir. Se o filho some de casa, não é porque está na biblioteca, mas porque algo de terrível se anuncia. Toda a narrativa se funda no "e se" que, no decorrer do texto, perde seu caráter inesperado e se torna obrigatório. Algo tem de suceder a Marcus, para que se justifique o discurso paranoico do pai; para que, no fim, o açougueiro possa repetir a si mesmo que tinha razão. Todos os acontecimentos da trama -a transferência de universidade; o isolamento de Marcus; o aparecimento da "doidinha" Olivia Hutton- se desenrolam para ratificar o medo. Os delírios do pai vão se tornando, aos poucos, a própria história de Marcus. De início, o mundo contraria a sua crença de que algo dará errado. No entanto, ele alimenta a tal ponto suas certezas que o discurso vai se tornando realidade.
Ameaça da solidão
Narrado em primeira pessoa pelo protagonista, o romance de Roth descreve de forma magistral um ambiente que requer uma existência social marcada: o isolamento é visto como ameaça, e a vida do indivíduo deve ser partilhada com os demais. A solidão e o segredo precisam ser banidos da sociedade. Todos invadem a vida de Marcus de tal modo que provocam no estudante uma indignação crescente, a mesma do hino nacional chinês, que ele repete em silêncio cada vez que vê o absurdo se dispor à sua frente. Ao narrar para Olivia seu dia-a-dia no açougue, quando trabalhava ao lado do pai, Marcus descreve o que fazia com a galinha: "Abre o cu com um corte, enfia a mão bem fundo, agarra as vísceras e puxa para fora. Nauseabundo e repugnante, mas tinha de ser feito". O mesmo parece ocorrer com ele: as instituições o cortam para lhe tirar as vísceras. Aviltante, mas tem de ser feito. É esse processo que termina levando Marcus ao passo em falso que conduz "a resultados tão desproporcionais", anunciados a conta-gotas ao longo da narrativa. O desastre chega, descaracterizado de sua casualidade, reforçado pelo delírio da linguagem. A paranoia do pai se reflete na paranoia da literatura, aquela que cria um mundo para si e dá a ele seus sentidos. "Indignação" confirma o vigor de Roth, que, como Marcus, é judeu de Newark. Apesar das acusações de que sua prosa é "demasiadamente americana", restrita às suas experiências e ao seu meio, Roth mostra mais uma vez que o pessoal, na arte, atravessa fronteiras. A indignação de Marcus é, sim, a de seu criador, mas também a daqueles que não se conformam com a sociedade em que vivem.
Mapa da galáxia esfria tese de cético do clima
Teoria de que mudança global se deve a raios cósmicos está errada, diz astrônomo
Hipótese foi proposta por físico dinamarquês, para quem o passeio do Sol pela Via Láctea determina ciclos de aquecimento da Terra
RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das principais teorias alternativas de explicação do aquecimento global -daquelas que isentam de culpa a queima de combustíveis fósseis- acaba de receber um duro golpe. A hipótese de que a crise do clima se deve a uma mudança na incidência de raios cósmicos na Terra está errada, afirma agora um trio de astrônomos liderado por Adrian Melott, da Universidade do Kansas (EUA).
O estudo que pode vir a dar um fim à hipótese alternativa do aquecimento de origem espacial, sugerida pelo físico dinamarquês Henrik Svensmark, ainda não foi publicado em nenhuma revista científica. Portanto, não foi avaliado por nenhum grupo independente.
A versão inicial do trabalho, porém, já está sendo comentada em publicações de entidades como o IOP (Instituto de Física, do Reino Unido) e o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). O estudo está, por enquanto, apenas no site arxiv.org, um banco de dados de trabalhos pré-publicação.
Apesar de controversa entre climatólogos, a teoria de Svensmark ganhou algum espaço nos últimos anos, adotada por grupos contrários ao corte de gases do efeito estufa. Se aquilo que causa o atual aquecimento da Terra for uma queda na incidência de raios cósmicos, não haverá motivo para parar de queimar derivados de petróleo.
Raios refrescantes
O que Svensmark defende, basicamente, é que raios cósmicos ajudam a formar as nuvens de altitude baixa, que têm efeito resfriador sobre a Terra. O que está acontecendo agora, segundo o físico dinamarquês, é que o movimento natural do Sol na galáxia está levando a Terra para fora de uma região de alta concentração de estrelas. Com menos estrelas para explodir e produzir raios cósmicos no entorno do Sistema Solar, menos nuvens se formam na Terra, e o planeta esquenta.
Segundo o autor da teoria, isso serve para explicar por que a Terra aquece e resfria a temperaturas extremas ao longo de sua história, a cada 140 milhões de anos, em média. Isso seria resultado de o Sol entrar e sair periodicamente dos braços da galáxia, regiões com maior concentração de estrelas.
O problema com a teoria de Svensmark, diz o trio de físicos americanos, é que os braços da Via Láctea não estão dispostos de forma regular. O ciclo de temperatura de 140 milhões de anos, portanto, não pode ser explicado pela teoria de Svensmark. A descoberta foi possível com o uso de dados novos do telescópio espacial Spitzer, que fez um mapeamento da galáxia com precisão sem precedentes.
Assimetria escancarada
"A gritante assimetria dos braços espirais na imagem atual da galáxia é difícil de refutar", disse à Folha Andrew Overholt, físico que assina o estudo com Mellot. Segundo ele, sua análise considera quase todos os braços da Via Láctea, inclusive os do lado oposto ao que está o Sol. "O modelo anterior usado para desenvolver o ciclo de 140 milhões de anos considera apenas dois braços."
Svensmark, em resposta, diz que o trabalho dos americanos está errado, e tenta enquadrar o jornalista. "É importante notar que o estudo do grupo de Mellot não está publicado, e o ideal seria que ele não fosse debatido na imprensa", diz o cientista dinamarquês.
Em mensagem enviada à Folha, ele afirma que os americanos cometeram erros de estimativa ao analisar a velocidade de rotação da galáxia e de seus braços. Uma correção, segundo o dinamarquês, compensaria a assimetria da Via Láctea de forma que seus dados poderiam ser encaixados novamente.
"A análise de Mellot não é consistente com os dados do Spitzer", afirma Svensmark, que aponta ainda outros problemas técnicos no trabalho.
O debate, pelo visto, só vai ser resolvido após o estudo do trio americano ser analisado por revisores independentes em uma revista científica. "O trabalho foi submetido recentemente para publicação e já está sendo avaliado", diz Overholt.
Por enquanto, a teoria de consenso para o aquecimento global continua sendo a do agravamento do efeito estufa, e os ciclos de temperatura de 140 milhões de anos são mais bem explicados por anomalias na movimentação do planeta.
Hipótese foi proposta por físico dinamarquês, para quem o passeio do Sol pela Via Láctea determina ciclos de aquecimento da Terra
RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das principais teorias alternativas de explicação do aquecimento global -daquelas que isentam de culpa a queima de combustíveis fósseis- acaba de receber um duro golpe. A hipótese de que a crise do clima se deve a uma mudança na incidência de raios cósmicos na Terra está errada, afirma agora um trio de astrônomos liderado por Adrian Melott, da Universidade do Kansas (EUA).
O estudo que pode vir a dar um fim à hipótese alternativa do aquecimento de origem espacial, sugerida pelo físico dinamarquês Henrik Svensmark, ainda não foi publicado em nenhuma revista científica. Portanto, não foi avaliado por nenhum grupo independente.
A versão inicial do trabalho, porém, já está sendo comentada em publicações de entidades como o IOP (Instituto de Física, do Reino Unido) e o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). O estudo está, por enquanto, apenas no site arxiv.org, um banco de dados de trabalhos pré-publicação.
Apesar de controversa entre climatólogos, a teoria de Svensmark ganhou algum espaço nos últimos anos, adotada por grupos contrários ao corte de gases do efeito estufa. Se aquilo que causa o atual aquecimento da Terra for uma queda na incidência de raios cósmicos, não haverá motivo para parar de queimar derivados de petróleo.
Raios refrescantes
O que Svensmark defende, basicamente, é que raios cósmicos ajudam a formar as nuvens de altitude baixa, que têm efeito resfriador sobre a Terra. O que está acontecendo agora, segundo o físico dinamarquês, é que o movimento natural do Sol na galáxia está levando a Terra para fora de uma região de alta concentração de estrelas. Com menos estrelas para explodir e produzir raios cósmicos no entorno do Sistema Solar, menos nuvens se formam na Terra, e o planeta esquenta.
Segundo o autor da teoria, isso serve para explicar por que a Terra aquece e resfria a temperaturas extremas ao longo de sua história, a cada 140 milhões de anos, em média. Isso seria resultado de o Sol entrar e sair periodicamente dos braços da galáxia, regiões com maior concentração de estrelas.
O problema com a teoria de Svensmark, diz o trio de físicos americanos, é que os braços da Via Láctea não estão dispostos de forma regular. O ciclo de temperatura de 140 milhões de anos, portanto, não pode ser explicado pela teoria de Svensmark. A descoberta foi possível com o uso de dados novos do telescópio espacial Spitzer, que fez um mapeamento da galáxia com precisão sem precedentes.
Assimetria escancarada
"A gritante assimetria dos braços espirais na imagem atual da galáxia é difícil de refutar", disse à Folha Andrew Overholt, físico que assina o estudo com Mellot. Segundo ele, sua análise considera quase todos os braços da Via Láctea, inclusive os do lado oposto ao que está o Sol. "O modelo anterior usado para desenvolver o ciclo de 140 milhões de anos considera apenas dois braços."
Svensmark, em resposta, diz que o trabalho dos americanos está errado, e tenta enquadrar o jornalista. "É importante notar que o estudo do grupo de Mellot não está publicado, e o ideal seria que ele não fosse debatido na imprensa", diz o cientista dinamarquês.
Em mensagem enviada à Folha, ele afirma que os americanos cometeram erros de estimativa ao analisar a velocidade de rotação da galáxia e de seus braços. Uma correção, segundo o dinamarquês, compensaria a assimetria da Via Láctea de forma que seus dados poderiam ser encaixados novamente.
"A análise de Mellot não é consistente com os dados do Spitzer", afirma Svensmark, que aponta ainda outros problemas técnicos no trabalho.
O debate, pelo visto, só vai ser resolvido após o estudo do trio americano ser analisado por revisores independentes em uma revista científica. "O trabalho foi submetido recentemente para publicação e já está sendo avaliado", diz Overholt.
Por enquanto, a teoria de consenso para o aquecimento global continua sendo a do agravamento do efeito estufa, e os ciclos de temperatura de 140 milhões de anos são mais bem explicados por anomalias na movimentação do planeta.
TARJA PRETA
"Os Simpsons": censurados
Foto: Reprodução
O seriado "Os Simpsons" foi censurado no Equador. Segundo o governo local, o programa "envia mensagens que provocam a violência e a discriminação racial e sexual". Uma investigação sobre o assunto já está em andamento, e antes que se chegue a uma conclusão, Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie não irão mais aparecer na telinha de lá entre 6 e 9 horas.
Foto: Reprodução
O seriado "Os Simpsons" foi censurado no Equador. Segundo o governo local, o programa "envia mensagens que provocam a violência e a discriminação racial e sexual". Uma investigação sobre o assunto já está em andamento, e antes que se chegue a uma conclusão, Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie não irão mais aparecer na telinha de lá entre 6 e 9 horas.
quinta-feira, julho 02, 2009
Comentarista da Band xinga goleiro do Corinthians
Aloisio Milani
O ex-árbitro de futebol e comentarista da Rede Bandeirantes Oscar Roberto Godói xingou o goleiro Felipe, do Corinthians, durante a transmissão do jogo da final da Copa do Brasil. Aos 49 minutos do segundo tempo, com jogo empatado em 2 a 2, o goleiro Felipe caiu e aparentemente tentava gastar o tempo. Godói então falou: "Vai ficar no chão o filho da p...!".
O xingamento aconteceu depois da confusão entre os jogadores do Corinthians e do Internacional e que resultou na expulsão de D'Alessandro. O árbito concedeu seis minutos de acréscimo por descontar o tempo de paralisação. E, já no tempo adicional, quando o Corinthians tentava tocar bola para segurar o empate, Godói acabou xingando o goleiro corintiano.
O comentário foi feito ao lado do apresentador Luciano do Valle e do comentarista Neto. Coincidência ou não, Godói pouco falou até o final da transmissão da Band sobre o campeonato do Corinthians e a comemoração dos jogadores. Nem Godói, nem os apresentadores comentaram o assunto depois ao vivo.
O ex-árbitro de futebol e comentarista da Rede Bandeirantes Oscar Roberto Godói xingou o goleiro Felipe, do Corinthians, durante a transmissão do jogo da final da Copa do Brasil. Aos 49 minutos do segundo tempo, com jogo empatado em 2 a 2, o goleiro Felipe caiu e aparentemente tentava gastar o tempo. Godói então falou: "Vai ficar no chão o filho da p...!".
O xingamento aconteceu depois da confusão entre os jogadores do Corinthians e do Internacional e que resultou na expulsão de D'Alessandro. O árbito concedeu seis minutos de acréscimo por descontar o tempo de paralisação. E, já no tempo adicional, quando o Corinthians tentava tocar bola para segurar o empate, Godói acabou xingando o goleiro corintiano.
O comentário foi feito ao lado do apresentador Luciano do Valle e do comentarista Neto. Coincidência ou não, Godói pouco falou até o final da transmissão da Band sobre o campeonato do Corinthians e a comemoração dos jogadores. Nem Godói, nem os apresentadores comentaram o assunto depois ao vivo.
quarta-feira, julho 01, 2009
Conferência sobre Manuel Bandeira abre a Flip 2009
Davi Arrigucci Jr analisou fases da carreira do poeta. Festa Literária de Paraty começou nesta quarta (1º) e vai até domingo.
Shin Oliva Suzuki
Do G1, em Paraty
A Festa Literária Internacional de Paraty seguiu o costume e abriu a edição 2009, na noite desta quarta-feira (1º), com uma conferência sobre o homenageado da vez. O poeta Manuel Bandeira, um dos porta-estandartes do modernismo brasileiro, teve momentos de sua obra analisados pelo crítico Davi Arrigucci Jr.
Autor de importantes ensaios sobre a poética bandeirista, Arrigucci centrou sua palestra na fase em que Bandeira está no Rio de Janeiro, na década de 20, pobre e doente, e passa a incorporar em seu trabalho a observação do cotidiano humilde carioca.
O Bandeira doente de tuberculose, doença com a qual convive por boa parte de sua vida, é refletido na sua trajetória poética, em que tenta se desgarrar dos ecos do romantismo e a ideia da morte precoce que permeia o estilo, segundo o crítico. O poeta nascido no Recife (1886-1968) se volta, assim, ao que vê de sua morada na rua do Curvello, na capital fluminense.
"Bandeira vê que é preciso transmitir o sublime por uma linguagem baixa. Falar com humildade de coisas complexas", disse Arrigucci na apresentação na Tenda dos Autores.
O ensaísta, ex-professor de literatura comparada da USP e autor de "Paixão e Morte: a poesia de Manuel Bandeira", ainda analisou particularmente dois poemas, “Momento um café” e “Poema só para Jayme Ovalle”, em que Arrigucci observa a dialética entre o dentro e o fora, o que é vivido dentro do quarto por Bandeira e no exterior.
Shin Oliva Suzuki
Do G1, em Paraty
A Festa Literária Internacional de Paraty seguiu o costume e abriu a edição 2009, na noite desta quarta-feira (1º), com uma conferência sobre o homenageado da vez. O poeta Manuel Bandeira, um dos porta-estandartes do modernismo brasileiro, teve momentos de sua obra analisados pelo crítico Davi Arrigucci Jr.
Autor de importantes ensaios sobre a poética bandeirista, Arrigucci centrou sua palestra na fase em que Bandeira está no Rio de Janeiro, na década de 20, pobre e doente, e passa a incorporar em seu trabalho a observação do cotidiano humilde carioca.
O Bandeira doente de tuberculose, doença com a qual convive por boa parte de sua vida, é refletido na sua trajetória poética, em que tenta se desgarrar dos ecos do romantismo e a ideia da morte precoce que permeia o estilo, segundo o crítico. O poeta nascido no Recife (1886-1968) se volta, assim, ao que vê de sua morada na rua do Curvello, na capital fluminense.
"Bandeira vê que é preciso transmitir o sublime por uma linguagem baixa. Falar com humildade de coisas complexas", disse Arrigucci na apresentação na Tenda dos Autores.
O ensaísta, ex-professor de literatura comparada da USP e autor de "Paixão e Morte: a poesia de Manuel Bandeira", ainda analisou particularmente dois poemas, “Momento um café” e “Poema só para Jayme Ovalle”, em que Arrigucci observa a dialética entre o dentro e o fora, o que é vivido dentro do quarto por Bandeira e no exterior.
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