Paul di Resta é um simpático escocês de
27 anos. Ontem, na Bélgica, completou redondos 50 grandes prêmios. Como Pastor
Maldonado o abalroou, tirando-o assim da ótima corrida que tocava, continuou
com seus 109 pontos, suas 2.851 voltas ao longo da carreira e suas 4 voltas
como líder.
Bons números para quem, guiando um dos
carros da modestíssima Force India, não passa de um mero figurante na Fórmula
1. No entanto, no sábado, Di Resta ousou nadar entre os tubarões da categoria.
Em matéria de F-1, é na chuva que o
talento aflora. Pilotos que costumam aparecer no grid de largada nas últimas
posições de repente passam pelo Q1, têm um ótimo desempenho no Q2 e, pelo menos
uma vez por ano, comemoram o surpreendente posicionamento na parte
intermediária do pelotão.
Foi o que aconteceu em Spa anteontem.
Giedo van de Garde (Caterham, 14º), Jules Bianchi (Marussia, 15º) e Max Chilton
(idem, 16º) conseguiram a façanha de superar as ótimas Toro Rosso de Jean-Eric
Vergne e Daniel Ricciardo. E o que comentar a respeito de Di Resta? No momento
em que a segunda chuva desabou no circuito, ele foi o primeiro a fazer tempo, e
sua marca permaneceu imbatível até os minutos finais do Q3, quando as condições
da pista melhoraram e favoreceram o ataque dos tubarões: Hamilton, Webber,
Rosberg e aquele que chegou em primeiro depois das 44 voltas da 11ª etapa do
campeonato e nada com braçadas vigorosas rumo ao quarto título.
No esporte, um fenômeno substitui o
outro com tanta facilidade e tamanha velocidade que números às vezes acabam
importando apenas para os estudiosos de determinada modalidade. Não creio que
interesse muito a Sebastian Vettel saber que, com a sua quinta vitória na
temporada, alcançou a marca de 31 conquistas de Nigel Mansell. Caso receba a
bandeira quadriculada em branco e preto no primeiro posto em Monza, daqui a
duas semanas, vai empatar com Fernando Alonso em quarto com 32. Precisa
continuar com esse mesmo ritmo no ano que vem para passar de Senna (41). Já vai
ser mais complicado deixar para trás Alain Prost (51) e muito mais ainda
Michael Schumacher, que se deu bem incríveis 91 vezes e tem nada menos que sete
campeonatos no currículo. E, no meu entendimento, é “somente” o terceiro melhor
piloto da história.
Ou seja, quando o assunto é Vettel, é
mais interessante acompanhar como ele e a Red Bull conseguem manter, uma
corrida após a outra, esse desempenho magnífic. O alemão deve comemorar seu
tetra com duas ou três provas de antecedência. Isso tornaria a competição menos
atraente, mas a classificação em pontos corridos é assim mesmo: determina que o
melhor tem necessariamente de vencer.
Para não dizerem que não comentei:
Felipe Massa enfim lembrou que é um piloto talentoso e pertence à mais
tradicional equipe da Fórmula 1. Mas diferentemente de Di Resta, achou melhor
não nadar com os tubarões (como Alonso, que obteve uma brilhante segunda
colocação).
O brasileiro preferiu ficar na margem.
Apenas assistindo.
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