http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/08/30/o-assinalado-cruz-sousa-508593.asp
Tu és o louco da imortal loucura,
O louco da loucura mais suprema.
A Terra é sempre a tua negra algema,
Prende-te nela a extrema Desventura.
O louco da loucura mais suprema.
A Terra é sempre a tua negra algema,
Prende-te nela a extrema Desventura.
Mas essa mesma algema de amargura,
Mas essa mesma Desventura extrema
Faz que tu’alma suplicando gema
E rebente em estrelas de ternura.
Mas essa mesma Desventura extrema
Faz que tu’alma suplicando gema
E rebente em estrelas de ternura.
Tu és o Poeta, o grande Assinalado
Que povoas o mundo despovoado,
De belezas eternas, pouco a pouco…
Que povoas o mundo despovoado,
De belezas eternas, pouco a pouco…
Na Natureza prodigiosa e rica
Toda a audácia dos nervos justifica
Os teus espasmos imortais de louco!
Toda a audácia dos nervos justifica
Os teus espasmos imortais de louco!
João da Cruz e Sousa (Florianópolis, Santa Catarina, 24 de novembro de 1861 - Estação de Sítio, 19 de março de 1898). Poeta considerado um dos precursores do simbolismo no Brasil. Conhecido por Dante Negro ou Cisne Negro. Publicou em vida os livros de poemas Broquéis, Missal e Tropos e Fantasias. É membro da Academia Catarinense de Letras.
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