terça-feira, julho 28, 2009

Grampo

CARLOS HEITOR CONY

RIO DE JANEIRO - - Alô! Você está aí?
- Evidente que estou. Se não estivesse, não estaria...
- Não esquenta. Estou aqui pra quebrar o galho...
- Que galho?
- Aquele!. A coisa está indo.
- Que coisa está indo?
- Aquela.... já falei com o cara...
- Ele topou?
- Apenas um problema. Ele quer mais.
- É preciso cuidado. Ele pode dar o fora.
- Não, está muito amarrado. Eu tenho provas...
- Você ficou com as fitas?
- É lógico. Não se pode confiar em ninguém. A coisa está braba... a Polícia Federal já descobriu o pacote...
- Que pacote?
- Aquele que você me entregou...
- P... que pariu! Vou procurar meu passaporte...
- Ainda não precisa. Temos uma alternativa...
- Que alternativa?
- Dar mais... inclusive para aquele cara...
- O Pimentel? Ele topa?
- Todo mundo topa. O problema é saber quanto...
- Pô! A coisa está saindo muito cara... você acha que vai dar certo?
- Certíssimo. Está tudo pronto, só falta o biscoito...
- Que biscoito?
- Aquele verdinho, com a cara do Washington...
- Com a cara do Lincoln não serve?
- Serve. Só não serve a do Bush que ainda não existe...
- Tá bem, amigão. Vou tomar providências. Amanhã a gente se fala...
- Falar não adianta. O cara tem pressa.
- Entendido. Farei o que puder. Confia em mim.
- Confio desconfiando. Nunca se sabe...

domingo, julho 26, 2009

Roland Barthes volta à moda

Originalmente publicado em 1967, Sistema da moda (Martins Fontes, 480 pgs. R$59,90) é uma obra representativa da onda semiológica que prosperou durante mais de uma década no pensamento francês (com uma longevidade ainda maior na sua filial, a universidade brasileira, sempre atenta - e às vezes submissa - ao mercado parisiense das idéias). É, em resumo, um exercício engenhoso de aplicação de uma análise semântica a um fenômeno cultural, isto é, Barthes toma a moda como uma linguagem e tenta decifrar seu vocabulário, sua gramática, sua sintaxe. Partindo de artigos publicados em revistas especializadas no vestuário feminino, ele examina não somente a estrutura e o significado do discurso sobre a moda, mas também a própria moda como um discurso.

Ao desvendar esse sistema de significações, ele revela as regras invisíveis que determinam o revezamento incessante de gostos e tendências ao longo dos anos. Mas, a rigor, a moda é apenas pretexto para um empreendimento teórico frio, quase impessoal, que poderia eleger como objeto qualquer outro fenômeno da cultura - o que Barthes fez em outros textos, aliás. Para quem tem uma relação emocional mais próxima com o mundo fashion, a leitura poderá parecer árida e excessivamente intelectualizada. Ainda assim, Sistema da moda é, ao lado de O império do efêmero, de Gilles Lipovetsky, um dos frutos mais interessantes do casamento entre a inteligência e a futilidade, entre o conteúdo e o estilo.

Sistema da moda dá seqüência à reedição sistemática (sem intenção de trocadilho) das obras de Roland Barthes pela editora Martins Fontes, incluindo volumes com a transcrição dos cursos do pensador no prestigioso Collège de France (A preparação do romance, Como viver junto) e outros textos inéditos (Escritos sobre teatro, Imagem e moda), além dos já clássicos O rumor da língua e Fragmentos de um discurso amoroso, que tiveram influencia decisiva sobre a teoria da arte e da literatura e o desenvolvimento das ciências humanas.

A iniciativa sugere que a demanda por Barthes continua, quase 30 anos após sua morte, em 1980 - o que é confirmado pelo lançamento de Roland Barthes - O ofício de escrever, de Eric Marty (Difel, 384 pgs.R$49), que não é uma biografia, mas uma reunião de ensaios que fazem um inventário sobre as diferentes fases da obra de Barthes - de quem Marty foi aluno e amigo - o que também dá ao seu livro um tom de viagem sentimental, de reflexão pessoal sobre a relação entre mestre e discípulo. O ofício de escrever é dividido em três partes: “Memória de uma amizade”, relato autobiográfico que conta o transcorrer cotidiano dos últimos anos do escritor; “A obra”, que percorre e mapeia a toda sua produção; e ”Sobre Fragmentos de um discurso amoroso”, reunindo textos críticos que interpretam seu livro mais conhecido e suas “estratégias subterrâneas”.

sábado, julho 25, 2009

Massa é atingido na cabeça por peça de carro de Rubinho, bate, mas passa bem

Piloto da Ferrari é levado para hospital em Budapeste com corte no olho esquerdo e não terá condições de disputar o GP neste domingo

GLOBOESPORTE.COM
Budapeste

Uma peça cai do carro de Rubens Barrichello, voa e atinge em cheio o capacete de Felipe Massa. O piloto, a 280km/h, perde o controle de sua Ferrari, bate forte em um dos pontos mais rápidos de Hungaroring e quase desaparece sob a barreira de pneus. A cena, uma semana depois da morte de Henry Surtees em uma corrida na Fórmula 2, causa tensão na Hungria. E em todo o mundo. O brasileiro é atendido na pista, levado para o centro médico do circuito e, depois, de helicóptero, para um hospital de Budapeste. Rubinho acompanha tudo e avisa: Massa estava consciente logo após o acidente. Um primeiro alívio. A escuderia italiana, então, informa: ele passa bem.

As atenções já estavam bem longe de Hungaroring quando o espanhol Fernando Alonso cravou a pole position para o GP deste domingo. Massa não poderá disputar a prova.

Massa perdeu o controle de seu carro e saiu da pista na quarta curva. Segundo as imagens gravadas pela câmera instalada em seu carro, o capacete do brasileiro foi atingido logo antes da curva por uma mola da Brawn de Barrichello.

quarta-feira, julho 22, 2009

O Chevalier Temer e seus 7 Mosqueteiros

ELIO GASPARI

Como a Madame Du Barry em 1793,
os deputados resolverem dar um pulinho em Paris

O PRESIDENTE da Câmara, deputado Michel Temer, acompanhado de sete mosqueteiros, usufruiu uma boca-livre de cinco dias em Paris. Havia um feriado por lá mas, por cá, a Casa onde trabalham tinha serviço e votava a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Os doutores foram comemorar o aniversário da Revolução Francesa e hospedaram-se no hotel Lutetia, uma boa casa, equidistante de dois marcos da cidade: a Conciergerie e a Praça da Concórdia. Numa ficava a cana dos condenados. Na outra, a lâmina de Sanson. A namorada de Luís 15, Madame Du Barry passou de uma à outra. Ela fugira para Londres depois da queda da Bastilha, mas decidiu retornar à França. Degolaram-na em 1793.

O mistério que levou a Du Barry a regressar é da mesma família da compulsão que levou Temer e seus sete mosqueteiros a entrarem na boca-livre. Pediram discrição à embaixada e disseram que viajavam a convite de um Instituto de Alto Estudos de Defesa Nacional. Verdade, mas o repórter Antonio Ribeiro revelou que, segundo esse mesmo instituto, o paganini ficou por conta da indústria aeronáutica francesa, pois a fábrica Dassault quer vender 36 caças Rafale à FAB, numa conta de R$ 4 bilhões. (Convite para ir a Paris é fácil arrumar. O que falta é patrocinador.) A Câmara absolvera o deputado-castelão e o Senado tornou-se um apêndice da delegacia de roubos e furtos, mas os oito doutores, como a Du Barry, acharam que dava.

Há um problema de percepção na cúpula do Parlamento nacional. Eles são incapazes de entender que certas coisas não podem ser feitas. Eis o que disse Michel Temer à repórter Lúcia Jardim:"Não vejo isso como uma tentativa de sedução, até porque, se fosse, seria muito fraca".

(Conta a lenda que o professor Henry Kissinger disse a uma senhora que toda mulher tem um preço e ela respondeu: "Isso é um insulto. Eu, nem por 1 milhão de dólares". "Pois veja que já estamos discutindo preço", respondeu Kissinger.)

"Se fosse a Câmara que tivesse pagado nossa viagem, aí sim, eu tenho certeza de que fariam um escândalo em cima disso."(Resta saber por que os franceses pagaram. Se os deputados pudessem justificar o motivo da viagem, a Câmara, ou o governo francês, deveriam pagá-la. Do contrário, não deviam aceitá-la.) "Acho que só não haveria questionamento se nós tivéssemos vindo a pé."

(Para continuar no tom de Temer, há uma enorme torcida para que os oito resolvam ir a pé até Paris. Deveriam anunciar o ponto do litoral de onde partiria a comitiva, para que a galera pudesse se despedir deles.)

Viajaram com o deputado Michel Temer:
Cândido Vaccarezza (SP), líder do PT na Câmara.
Carlos Zarattini (PT-SP), vice-líder do PT na Câmara.
Ibsen Pinheiro (PMDB-RS).
José Aníbal (SP), líder do PSDB na Câmara.
Maria Lucia Cardoso (PSDB-MG), vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional.
Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM na Câmara.

Nessa comitiva há deputados que não gostariam de ser confundidos com a nobreza decadente e degolada. Também ficou na Conciergerie, e foi para a lâmina, o companheiro Danton, que tinha um fraco por seduções.

terça-feira, julho 21, 2009

Comic Con, maior evento de HQs e cultura pop do mundo, tem início nesta quinta (23)

Da Redação

Maior evento de HQs e cultura pop do mundo, a Comic Con abre ao público esta quinta-feira (23) e vai até domingo (26) em San Diego, nos EUA. O evento de cultura pop, que atualmente contempla não só HQs como cinema e séries de TV, chega em 2009 aos seus 40 anos.

Entre os destaques deste ano estão bate-papo com produtores, elenco e exibições de trechos de filmes como a animação que adapta a HQ "Astro Boy" e "Lua Nova", segundo filme da promissora saga de "Crepúsculo". O diretor Terry Gilliam, conhecido por seu trabalho em "Monty Python", apresenta seu novo projeto, "The Imaginarium of Dr Parnassus", filme com Johnny Depp, Heath Ledger, Colin Farrell, Jude Law e Tom Waits.

Outro filme que deve concentrar as atenções do público da Comic Con este ano é "Homem de Ferro 2", que no momento está em pós-produção e terá detalhes revelados no evento. No elenco da produção, baseada também nos quadrinhos, estão Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Scarlett Johansson, Sam Rockwell, Mickey Rourke e Samuel L. Jackson.

Os fãs de quadrinhos podem se informar de novidades de editoras como a Marvel, que este ano completa 70 anos, e saber mais sobre revistas como a japonesa "Shonen Jump", responsável por lançar famosos mangás e uma das pulicações de quadrinhos que mais vende no mundo.

Na sexta-feira, a Comic Con é palco de dois eventos imperdíveis para fãs: o primeiro, de colecionadores de objetos relacionados aos Simpsons e, o segundo, de aficionados por "Star Wars". No mesmo dia ocorre a entrega do prêmio Eisner Awards, o "Oscar dos quadrinhos" (veja a lista de indicados aqui). Concorrem ao prêmio os irmãos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá, que participam do evento há mais de dez anos.

segunda-feira, julho 20, 2009

Fotógrafo faz close-ups de tubarões

Linha da água distorce cara da fera
(Foto: Eric Cheng/www.echeng.com )

Americano Eric Cheng, de 33 anos, se dedica à fotografia submarina há oito anos.

Da BBC

Depois de oito anos dedicando-se a fotografar a vida submarina, o americano-taiwanês Eric Cheng realizou o sonho de registrar close-ups de tubarões. Em sua última viagem às Bahamas, em junho, Cheng fotografou os animais na superfície, usando peixes como isca.

"A fotografia submarina se resume a conseguir chegar o mais perto possível do objeto", diz ele. O truque para obter as imagens de tubarões-limões e suas mandíbulas abertas foi pendurar a câmera em uma extensão e segurá-la junto à superfície, a partir de um barco de apoio.

"Não é uma boa ideia entrar na água quando os tubarões estão na superfície", conta.

Pantanal
Cheng, de 33 anos, é mergulhador desde 1995, e virou fotógrafo submarino em 2001. Hoje, ele edita o site Wetpixel.com, que reúne trabalhos de fotógrafos submarinos de todo o mundo.

"Já fiz viagens com fotógrafos brasileiros e tive experiências maravilhosas com cada um deles", disse Cheng à BBC Brasil.

"Eu adoraria tirar fotos no Pantanal algum dia. Vi imagens lindas tiradas lá."



Goleiro do Fla diz que ex-namorada estava bêbada e teria tentado agredí-lo

Na primeira foto, os hematomas da agressão em Carolina; na seguinte, Marcelo Lomba chega à 9ª DP (Catete) para depor

Fotos: Severino Silva / Agência O Dia


POR VANIA CUNHA, RIO DE JANEIRO

Rio - Marcelo Lomba, terceiro goleiro do Flamengo, prestou depoimento, nesta segunda-feira, na 9ª DP (Catete). Ele é acusado de agredir com socos sua ex-namorada e estudante de direito Carolina Moreira Miranda, de 19 anos, na saída de uma boate em Laranjeiras, na Zonal Sul, na madrugada desta segunda-feira.

Em seu depoimento, Marcelo Lomba afirmou que não bateu em Carolina, e sim se defendeu. Ele afirma que a ex-namorada estava bêbada e teria partido para agressão física na porta da boate. O goleiro disse ainda que tem arranhões no pescoço, mas não compareceu ao Instituto Médico Legal para fazer o exame de corpo de delito e comprovar sua versão dos fatos. O atleta não é obrigado a se submeter ao procedimento médico.

O laudo que comprova ou não se Carolina foi agredida fica pronto em uma semana. Até lá, Marcelo atenderá às exigências da Justiça em liberdade. A menina afirmou estar muito abalada e que nunca imaginara que o goleiro fosse capaz de agredí-la.
"É uma situação inacreditável. Estou muito abalada e, depois de tanto tempo de namoro, nunca imaginei que fosse chegar a esse ponto. Ele sempre foi muito calmo", disse Carolina.