segunda-feira, setembro 02, 2013

Sem dinheiro da TV Bandeirantes, etapa brasileira da Indy disputada no Anhembi de 2014 deve ser cancelada

Grupo Bandeirantes, maior patrocinador da SP Indy 300, já dá evento como cancelado para o ano que vem, apurou o GRANDE PRÊMIO. A emissora passa por corte violento de gastos e não tem como bancar a corrida no Anhembi


Warm UpVICTOR MARTINS, de São Paulo


A contenção de gastos que o Grupo Bandeirantes tem feito nos últimos meses não se restringiu apenas aos muros da emissora do Morumbi. Em meio a demissões e extinção de áreas, a direção da Band já avisou a quem de direito que não tem dinheiro para realizar a SP Indy 300 de 2014, que estava marcada para a primeira semana de maio. O GRANDE PRÊMIO apurou que a TV já dá o evento como cancelado.
A história de que a prova paulistana às margens do Tietê estava a caminho do limbo foi levantada pelo jornalista Flávio Ricco, do UOL. Semanas atrás, o colunista escreveu que a Bandeirantes estudava cancelar a corrida porque estava enxugando custos. De lá para cá, a emissora contratou uma auditoria independente, a McKinsey, para promover um enxugamento em seu quadro de funcionários e decorrentes seções, num movimento que tem sido comum nas companhias de comunicação. A análise da McKinsey detectou que a prova pesa muito aos cofres do grupo: pelo menos R$ 60 milhões por edição.

O Anhembi deixa de receber a Indy no ano que vem (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)
GRANDE PRÊMIO soube que os detentores dos direitos de transmissão da Indy no Brasil já foram avisados pela Bandeirantes de que não vão bancar a prova, apesar da negação de Carlo Gancia. “Não recebemos nada”, limitou-se a dizer. No fim de semana do Mundial de Endurance, o repórter Gabriel Carvalho perguntou ao prefeito Fernando Haddad em Interlagos sobre o futuro da prova. O comandante da cidade de São Paulo foi evasivo: “Estamos vendo com a Bandeirantes ainda, temos tempo”, falou.

Ainda, o GRANDE PRÊMIO ouviu que, na esteira das contenções, a Bandeirantes deve deixar de transmitir o campeonato em 2014. Procurada, a emissora não se manifestou. 
Na verdade, a prefeitura, copromotora da prova, também já foi comunicada pela direção da Bandeirantes de que o evento está cancelado para o ano que vem. O contrato previa a realização da SP Indy 300 até 2019.

A segunda chegada da Indy ao Brasil – a primeira aconteceu no oval de Jacarepaguá, hoje morto – aconteceu em 2010 num circuito montado no famoso palco do sambódromo paulistano e de suas ruas contíguas: a Marginal do Tietê, com uma reta de 1,8 km, e a Av. Olavo Fontoura. Nos primeiros dois anos, a prova foi marcada pela chuva e pela má drenagem da pista, o que levou a edição de 2011 a ser adiada para a manhã da segunda-feira. Will Power foi o vencedor do triênio 2010-2012. Na corrida deste ano, a ultrapassagem na última curva de James Hinchcliffe sobre Takuma Sato coroou o fim de semana que parecia atestar o alcance do ponto correto na organização. 
A saída da SP Indy 300 vai na contramão do que os novos diretores da categoria têm como proposta: a internacionalização da categoria. O Brasil, até pelo número de pilotos que chegou a ter e pela empresa Apex Brasil, que realiza exportações de produtos nacionais e tem ligação com o campeonato, é o mercado externo mais importante da Indy.

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