Digo e repito: em matéria de Fórmula 1, chuvas são
sempre bem-vindas. Porque tiram a monotonia da prova, induzem os fracos de
personalidade ao erro e são invariavelmente recompensadas e permitem às figuras
nas quais menos se aposta figurarem no pódio.
Como
aconteceu em Interlagos no ano da graça de 2003.
Dez
anos atrás, Michael Schumacher (o campeão da temporada) tinha como “fiel
escudeiro” na Ferrari Rubinho Barrichello. Kimi Raikkonen, então na McLaren,
ficou em segundo na classificação final. O brasileiro obteve a quarta posição,
logo atrás de Juan Pablo Montoya, da Williams.
Os
demais pilotos brazucas eram Felipe Massa (piloto de testes da Ferrari), Antônio
Pizzonia (reserva da Williams, ao lado de Marc Gené) e Cristiano da Matta e
Ricardo Zonta (ambos da Toyota, o primeiro titular e o segundo, suplente).
Na
época, o Grande Prêmio do Brasil não era a última corrida do ano. Foi a
terceira, depois da Malásia – vencida por Fernando Alonso, então na Renault.
Rubens Barrichello obteve a pole position e a volta mais rápida. Você pode
pensar: “Ah, com tantos feras no grid do José Carlos Pace, o troféu deve ter
ficado com um deles. Certo?”.
Errado,
pequeno gafanhoto. Quem venceu a prova foi justamente quem menos se esperava: o
italiano Giancarlo Fisichella, da Jordan. E chegou em primeiro depois de um
sem-número de batidas e abandonos. Inclusive de Rubinho, que andou em primeiro
depois da saída de David Coulthard. A galera vibrou muito, nas arquibancandas,
mas a alegria durou pouco. A Ferrari caiu fora, e Rubens amargou o décimo
abandono em 11 edições do GP Brasil.
Mas
Fisichella teve sua vitória ameaçada. A FIA quis ser mais realista do que o
próprio rei, interpretou o regulamento de forma equivocada, ignorou o que
aconteceu na pista e, por alguma razão que até hoje é difícil de se compreender,
deram o caneco para Kimi Raikkonen. O vencedor de fato acabou em segundo e
Alonso em terceiro. O Príncipe das Astúrias, aliás, sofreu um baita acidente.
Mark Webber destroçara sua Jaguar na entrada da reta dos boxes, e um pneu
desgarrado atingiu em cheio a Renault. Com isso, a direção da prova acionou a
bandeira vermelha. Uma vez interrompida a corrida, valeram as posições da volta
anterior à das colisões.
O
treino oficial acaba de começar. A pista de Interlagos piorou muito, por causa
do mau tempo. Isso favorece RBR e Mercedes. Aposto nessas duas, para figurarem
nas duas primeiras filas. Pneus estão sendo poupados ao máximo. Quem melhor
conseguir resguardar equipamento vai se dar bem na corrida de amanhã.
Acredito
que não vai haver “zebras” no grande prêmio. Que pena. Mesmo assim: chove,
chuva! Chove sem parar.
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