Alguma dúvida de que Felipe Massa vai correr na
Stock Car depois de uma ou duas temporadas pela Williams?
Eu
não tenho nenhuma. Até porque não o vejo disputando corridas nos Estados
Unidos. Caso fosse para a Nascar, a Nationwide ou a Indy, teria de haver um
necessário período de adaptação, principalmente para os circuitos ovais, como
aconteceu com Rubens Barrichello. E, se os exemplos baterem em semelhanças, veremos
Felipe se tornando vítima das barbeiragens de quem larga no pelotão intermediário
da Stock.
Cara,
foram oito temporadas pela Ferrari. E
nenhum título. Acho que é aí que a porca torce o rabo. Faço essa afirmação
porque Massa foi apenas um bom piloto brasileiro na Fórmula 1. Por mais que a
Rede Globo forçasse a barra em muitas ocasiões, nunca o vimos como um ídolo.
Nunca torcemos por ele como pelo próprio Rubinho, por exemplo. Ficamos tristes
e quisemos muito que se recuperasse do quase letal ferimento na cabeça... mas a
grande verdade é que ele sai da Ferrari e vai sentar-se num outro cockpit sem
que lhe desejemos mais do que a burocrática e protocolar “boa sorte”. E vejam
só que é de sorte mesmo que vai precisar, porque a Williams tem andado ainda
mais para trás nos últimos anos do que a própria Ferrari. A saída de Maldonado
(e dos seus milhões de petrodólares) vai fazer falta em algum momento, quando a
contenção de despesas vai ser regra na categoria a partir do ano que vem.
Acho
que o correspondente de Fórmula 1 Luis Fernando Ramos acertou em cheio na sua
avaliação do que ocorreu com Massa: “A
partir de 2010, Massa viu seu espaço ocupado por Fernando Alonso: um piloto
forte na pista como eram os antecessores Michael Schumacher e Kimi Raikkonen,
mas ainda mais forte na política interna. O brasileiro sucumbiu e se tornou um
piloto inconstante. A falta de resultados fez com que, pela tradicional
política ferrarista, ele tivesse de atuar para ajudar o espanhol a ganhar
títulos. O torcedor não perdoou”.
Pois é. Não estamos nem aí para o fato de que Massa é o
segundo piloto que mais disputou provas pela Ferrari. Nem aí para as suas 15
poles. Nem aí para as suas 11 vitórias. Por falar nisso, não entendem que esses
números são poucos para quem passou quase uma década trabalhando para a mais
tradicional empresa de automobilismo do planeta. Só 11 vezes no topo do pódio
nesse tempo todo?
Tenho plena consciência de que estou sendo muito rigoroso
com Felipe Massa. Devo reconhecer que, no fim das contas, ele acabou se
tornando o piloto-padrão. Todas as ordens que recebeu no sentido de ajudar a
Ferrari a se tornar campeã dos construtores em duas ocasiões foram plenamente
cumpridas – e por essa lealdade pouco mais de 15 mil pessoas participaram da
festa de despedida oferecida ao futuro ex-piloto do Cavalino Rampanti.
E, mais lá para a frente, o próximo estreante da Stock
Car.
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