Enquanto Interlagos não aparece na telinha, disparo
algumas notas aleatoriamente. Algumas balas automobilísticas quase perdidas,
porque têm como endereço certo o entretenimento de quem ainda gosta de ver
corrida de automóvel. Ou não, como bem já dizia o Caetano.
1 –
Durante almoço com a imprensa realizado na tarde desta quarta-feira, Felipe
Massa não quis nem saber dessa história de ser piloto pagante no grid de 2014
da Fórmula 1. “Não quis ser prostituta”, ele disse. Uma declaração tola, porque
imbecil. Arremessa uma carapuça injusta para cima de pilotos como Maldonado.
Massa prefere esquecer as corridas nas quais cometeu atitudes antidesportivas
para beneficiar Fernando Alonso. Conheço algumas “acompanhantes” que teriam
ficado com a tal da vergonha alheia, se soubessem dessa baixeza.
2 –
Chuvas sempre foram a salvação da lavoura, em matéria de F-1. Impedem que uma
corrida se transforme em uma procissão de automóveis e volta e meia permitem
que o mais improvável dos pilotos seja o vencedor. Lembrem-se de Fisichella em
São Paulo em 2003. Mas essa história de molhar trechos de uma pista beira o
provincianismo. Chega a ser motivo de riso pensar que a alta cúpula da
categoria já tenha pensado em uma atitude tão estapafúrdia. Para um GP se tornar
emocionante, basta que todos ou pelo menos três ou quatro equipes estejam mais
ou menos em igualdade de condições. Simples assim.
3 –
Em razão da falta de pilotos de “alto nível”, Lewis Hamilton torce pela volta
de Rubinho ao Circo da Velocidade. Já expressei alhures minha opinião a
respeito de um possível retorno de Barrichello ao grid. Acredito que seria um
erro. Do tamanho ou ainda mais grave do que cometeu Schumacher. Caso pilote
novamente na F-1, Rubens correrá por equipes intermediárias. Passaria uma
temporada inteira sem ir além, nos treinos de sábado, do Q2. E olhem lá. Não
acho que seria uma boa, logo para alguém que foi um piloto com uma história
muito interessante. Sem títulos, mas com ótimos desempenhos em grande número de
corridas.
4 –
Quanto a não aparecerem pilotos de “alto nível”, acredito que exista uma linha
muito tênue entre os bestas e os bestiais. Hamilton teria sido campeão do mundo
se estivesse numa Super Aguri (uma das piores em 2008)? Nessa mesma temporada,
na Toro Rosso, Sebastian Vettel foi o oitavo no mundial, com 35 pontos. Coloquem
Hamilton na Marussia e levem Jules Bianchi para a Mercedes. Sem bons exercícios
de imaginação, a vida fica muito devagar, quase parando.
5 –
Os motores turbo comprimidos de baixa cilindrada serão reintroduzidos na
Fórmula 1. É parte do processo de redução de custos que vai marcar a categoria
de 2014 para a frente. Vai dar certo? Vai dar errado? Acompanhemos os próximos
capítulos.
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