segunda-feira, setembro 16, 2013

MUDANÇA DE ARES



Em recente declaração, Stefano Domenicali afirmou que, após 12 anos, chegou a hora de Felipe Massa buscar “novos ares” em sua carreira.
É o tipo de sugestão que se faz a quem está muito bem de vida, não é não? Mais ou menos assim: “Durante tantos anos, acumulei um patrimônio que equivale a x+y=$$$$. Aproveito que ainda sou o rei da cocada preta, saio pela porta da frente e vou curtir a vida. Não sei se adoidado, mas vou curtir”.
Na verdade, essa de jeito nenhum é a praia de Massa. Mesmo que não fosse casado e pai de família, você olha para ele e vê um pacato cidadão – alguém incapaz de participar de uma dessas noitadas regadas a muito sexo, drogas e pouquíssimo rock. Muito menos ainda de ser flagrado aos beijos e abraços com alguma periguete boazuda.
O rótulo de bad boy sem dúvida alguma jamais será associado a Felipe. Tanto é que ele não fez nenhum estardalhaço quando soube que não pilotaria mais pela Ferrari depois desta temporada. Tanto é que se absteve de comentários ferinos a respeito da escolha de Kimi Raikkonen como seu substituto.
As opiniões ácidas e afiadas ficaram por conta de Mark Webber – que aguarda tranquilamente o momento de se transferir para outra categoria. O australiano já disse que Raikkonen simplesmente vai “esquentar banco” para Vettel. Disse isso porque, na opinião dele (e na de poucos, vocês podem ter certeza), o que mais deseja Luca di Montezemolo é tirar Sebastian da RBR quando terminar o contrato do alemão, em 2015.
Massa não pensa desse jeito – se é que pensa desta forma. Mas façamos um bom exercício de extrapolação e imaginemos que ele, numa roda de amigos (os bons, os de verdade, os que não se importam com o fato de ele ainda ser o rei da cocada preta), analise a situação da seguinte forma: Vettel, se puder, vai permanecer na Red Bull até dizer já chega. Por que sair de um time que joga para ganhar todo santo ano? Por que jogar a chance de alcançar e mesmo superar o número de títulos obtidos por Schumacher? Vai fazer pouco sentido vê-lo arrumar as malas e se mandar para Maranello.
Quanto a Massa, talvez não saia da Fórmula 1 ao fim da temporada. Nicolas Todt, seu empresário, já articula para que a “mudança de ares” aconteça na Lotus. Vá que ocorra. Porque, pensando bem – com as chances cada vez mais remotas de Felipe Nasr -, a gente acordar às nove da manhã dos domingos de grande prêmio e não ver um brasileiro no grid, à espera da largada, vai dar no mesmo que assistir a um fantástico amistoso entre San Marino e Ilhas Faroe.
Por essa razão, meu caro Felipe Massa, fique onde está.



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