terça-feira, fevereiro 17, 2009

O Bin Laden da Guerra Fria escreve para Barack Obama


Ao tempo da Guerra Fria, o terrorista mais procurado pelos 007 dos serviços secretos ocidentais era o venezuelano Ilich Ramirez Sanchez, nascido em Caracas em outubro de 1949.


Todos os atentados, derrubadas de aviões, o massacre de judeus nas Olimpíadas de Munique de 1972, eram a ele atribuídos. Seqüestrou aviões com passageiros feitos de reféns, planejou o ataque à sede da Opep, matou, etc.


Ilich Ramirez Sanchez ficou conhecido pelo pseudônimo de Carlos. E a imprensa o apelidou de Carlos, o Chacal: certa vez, uma sua mala foi encontrada e dentro estava o livro intitulado O Dia do Chacal, de Frederich Forsyth, que, levado ao cinema, virou campeão de bilheterias. Para quem não lembra, o livro e o filme tratam de um frio matador profissional que planeja assassinar o presidente Charles De Gaulle.


Carlos, marxista de ideologia, atuou para a então Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e recebeu durante anos proteção do então melhor serviço secreto do planeta, que era o da Alemanha Oriental.


Em 1994, Carlos foi preso no Sudão e entregue aos franceses, onde acabou condenado à pena de prisão perpétua.


Durante os anos de prisão trocou correspondência privada com Hugo Chávez, que, certa vez, as mostrou num programa de televisão. Isto depois de Carlos, o Chacal, haver informado a um jornalista que mantinha contatos epistolares com Chávez.


No final de 2003, Carlos lançou um livro com suas cartas escritas no cárcere francês. O livro tem o título de Islã Revolucionário. Numa das cartas Carlos fala da sua admiração por Osama bin Laden e pelos ataques contra os EUA.


Como já havia prestado serviços a Saddam Hussein, Carlos presta a ele as suas homenagens póstumas e o define como “o último cavaleiro árabe”.


Ontem, Carlos tornou pública uma carta enviada ao presidente Barack Obama. Ele pede informações sobre o desaparecimento de Bruno Breguet, que era o seu braço direito. Para Carlos, agentes da Otan aprisionarm Breguet em 1995, quando deixara a prisão pelo cumprimento das penas.


Carlos diz querer de Obama uma resposta sobe Berguet. Caso morto, pede apurações sobre os responsáveis pelo assassinato e a devolução do seu espólio, para que seja sepultado.


No fecho da carta, Carlos escreve: - “Como diria o seu avô queniano, Alá é grande”.


PANO RÁPIDO. De tempo em tempo, Carlos, o Chacal, procura ocupar espaço na mídia, para que o seu nome não caia no esquecimento. Por ser mitômano, precisa mostrar que ainda é importante.


Assassino frio, Carlos, o Chacal, tornou-se, depois da queda do Muro de Berlim, um incômodo. Na Alemanha Oriental, era sustentado pelo serviço secreto e virou um freqüentador de clubes noturnos. Envolvendo-se com prostitutas e, sempre alcoolizado, esqueceu-se do seu compromisso de revolucionário.


Ainda considerado perigoso e mitômano, não sairá, segundo avaliações recentes, do cárcere antes de cumprir 30 anos da pena, ou seja, poderá ganhar a liberdade aos 89 anos de idade.


–Wálter Fanganiello Maierovitch–

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