segunda-feira, setembro 29, 2008

Jeder für sich und Gott gegen alle

Jeder für sich und Gott gegen alle (br: O enigma de Kaspar Hauser) é um dos mais celebrados filmes do diretor Werner Herzog. O trabalho, cujo título significa, em tradução literal, "cada um por si e Deus contra todos", narra a história de Kaspar Hauser, uma criança abandonada envolta em mistério, encontrada na Alemanha do século XIX, com alegadas ligações à família real de Baden.
O filme inicia mostrando um jovem acorrentado em um porão, alimentado por um homem misterioso. O prisioneiro brinca com um cavalo de madeira, e o nome do objeto é a única palavra que pronuncia: cavalo. O homem quer que o jovem aprenda e escrever e lhe dá papel e tinta. O jovem aprende a escrever seu nome, Kaspar Hauser.
Depois, o misterioso homem retira Kaspar do porão durante a noite e o deixa numa cidade próxima, em 1828, com uma carta para o oficial da guarda. Perplexos com a figura, os moradores o deixam prisioneiro numa torre. O rapaz não é violento e se mostra inteligente, surgindo rumores de que ele pertença à nobreza. Durante dois anos, ele amplia seu vocabulário ensinado por uma família que o ajuda e por um padre. Ele aprende facilmente música, tricô e jardinagem, mas é um fracasso em compreender as convenções da época, principalmente às ligadas à sociedade, ciência e religião.

O ENIGMA DE KASPAR HAUSER





Kaspar Hauser (provável 30 de Abril de 181217 de Dezembro de 1833 em Ansbach, Mittelfranken) foi uma criança abandonada, envolta em mistério, encontrada na praça Unschlittplatz em Nuremberg, Alemanha do século XIX, com alegadas ligações com a família real de Baden.


Hauser passou os primeiros anos de sua vida aprisionado numa cela, não tendo contato verbal com nenhuma outra pessoa, fato esse que o impediu de adquirir uma língua. Porém, logo lhe foram ensinadas as primeiras palavras, e com o seu posterior contato com a sociedade, ele pôde paulatinamente aprender a falar, da mesma maneira que uma criança o faz. Afinal, ele havia sido destituído somente de uma língua, que é um produto social da faculdade de linguagem, não da própria faculdade em si. A exclusão social de que foi vítima não o privou apenas da fala, mas de uma série de conceitos e raciocínios, o que fazia, por exemplo, que Hauser não conseguisse diferenciar sonhos de realidade durante o período em que passou aprisionado.


Hauser, supostamente com quinze anos de idade, foi deixado em uma praça pública de Nuremberg, em 26 de maio de 1828, com apenas uma carta endereçada a um capitão da cidade, explicando parte de sua história, um pequeno livro de orações, entre outros itens que indicavam que ele provavelmente pertencia a uma família da nobreza.


Entre as idiossincracias originadas pelos seus anos de solidão, Hauser odiava comer carne e beber álcool, já que aparentemente havia sido alimentado basicamente por pão e água. Aprendeu a falar, a ler e a se comportar, e a sua fama correu a Europa, tendo ficado conhecido à época, como o "filho da Europa". Obteve um desenvolvimento do lado direito do cérebro notadamente maior que o do esquerdo, o que teoricamente lhe proporcionou avanços consideráveis no campo da música.


Hauser foi assassinado com uma facada no peito, em dezembro de 1833, nos jardins do palácio de Ansbach. As circunstâncias e motivações ou autoria do crime jamais foram esclarecidas, apesar da recompensa de 10.000 Gulden (c. 180.000,00 Euros) oferecida pelo rei Luís I da Baviera.
A sua história foi representada no filme de Werner Herzog, "Jeder für sich und Gott gegen alle" (em língua portuguesa, "Cada um por si e Deus contra todos"), de 1974, lançado no Brasil com o título "O Enigma de Kaspar Hauser".

sábado, setembro 27, 2008

Morre, aos 83 anos, o ator Paul Newman



SÃO PAULO - O ator norte-americano Paul Newman, de 83 anos, faleceu na sexta-feira nos Estados Unidos noticiou neste sábado (27) o jornal 'The Oregonian' e a agência de notícias Associated Press. O ator lutava contra um câncer de pulmão.

Na primeira semana de agosto, o jornal “The Daily Mail” divulgou que Newman teria poucas semanas de vida e pediu aos seus familiares para deixar o hospital e morrer em casa. O jornal citava como fonte um “amigo da família".

Newman tinha três filhas com Joanne Woodward, com quem foi casado por 40 anos, e outras duas de seu primeiro casamento com Jackie White. Há um mês, a imprensa noticiou que o ator teria pedido para sua filha mais velha, Nell, cuidar dos negócios da família.

Newman anunciou há pouco mais de um ano que estava se aposentando da carreira devido à sua idade. Ele atuou em cerca de 60 filmes. Ao todo, recebeu nove indicações ao Oscar, mas só levou a estatueta de melhor ator em 1986, pelo filme "A cor do dinheiro", no qual fez o mesmo papel pelo qual foi indicado ao prêmio em 1961, no filme "Desafio à corrupção".

Newman também dirigiu carros de corrida e criou uma linha de produtos alimentícios, a "Newman's Own", que tem seu nome e seu rosto nos rótulos - os lucros são integralmente doados para a caridade.

quinta-feira, setembro 25, 2008

Frei Caneca

"Com uma pesada corrente de ferro no pescoço o prisioneiro ia andando devagar. Estava descalço, usava uma batina suja e rasgada, vigiado por soldados bem armados. Em direção ao porto, caminhava em silêncio. A Revolução Pernambucana tinha sido esmagada, mas a idéia de libertar a província do poder central estava cada vez mais viva."
O prisioneiro retratado acima foi Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca, mais conhecido como Frei Caneca, um dos mentores da Revolução Pernambucana. Preso em 1817, Frei Caneca foi levado para Salvador, onde cumpriu pena até 1821.
De família humilde, desde cedo demonstrando inteligência viva e grande força moral, Frei Caneca teve formação religiosa. Professou votos no convento do Carmo, em Pernambuco e tornou-se secretário do visitador da ordem. Freqüentou centros de estudos políticos de tendência liberal e participou do movimento revolucionário, pelo qual foi preso.
Ao ser libertado, de volta a Pernambuco, tornou-se professor de filosofia, geometria e retórica. Em meio a intensa atividade jornalística, fundou o jornal "Tifis Pernambucano", de oposição ao governo central conservador. Os temas políticos dominaram a carreira literária de Frei Caneca. Como escritor, ele assimilou os modelos do jornalismo panfletário e deu um tom pessoal às idéias dos filósofos franceses do Iluminismo, como Montesquieu e Rousseau.
Com a instauração da monarquia, por D. Pedro I, em 1822, preparava-se uma Constituição para reger o país. Em 1824 o Imperador dissolveu a Assembléia Constituinte, outorgando uma Constituição de perfil conservador, contra a qual se insurgiu o grupo de Caneca.
As lutas políticas que opunham o poder local ao Império tomavam vulto cada vez maior em Pernambuco. Dia 2 de julho de 1824, os líderes pernambucanos romperam definitivamente com o poder central. Anunciaram a formação de uma nova república - a Confederação do Equador - e pediram a adesão das outras províncias do Norte e Nordeste.
O movimento, no entanto, não obteve o apoio necessário. A adesão dos países estrangeiros, a princípio esperada, também não foi adiante. O movimento acabou sufocado, depois de muitas lutas sangrentas. Dia 29 de novembro de 1824, a coluna na qual lutava Frei Caneca foi cercada pelas tropas legalistas.
Frei Caneca, um dos maiores idealizadores e combatentes do movimento, foi condenado à forca. Foi preso e levado para um calabouço. No dia de Natal do mesmo ano, foi transferido de sua cela a uma sala incomunicável, para receber a sentença. Muito foi feito para que Caneca não fosse executado. Houve petições, manifestações de ordens religiosas, pedidos de clemência. Em vão.
Dia 13 de janeiro de 1825, o prisioneiro foi conduzido à forca. Na hora de chamar o carrasco, surgiu um problema. Não havia quem aceitasse enforcar Caneca. Castigos, sangue, pancadas. Nada, ninguém queria se prestar ao papel de carrasco. Por fim, resolveram trocar a forca pela execução por fuzilamento. Estava encerrada a carreira revolucionária de Frei Caneca. Seu corpo foi deixado num caixão de pinho em frente ao Convento das Carmelitas, de onde os padres o recolheram.

quarta-feira, setembro 24, 2008

E-mail deve ser extinto até 2015, diz especialista

Fernanda Ângelo

Em painel realizado nesta quarta-feira, durante o 17º Congresso Nacional de Auditoria de Sistemas, Segurança da Informação e Governança (CNSAI), evento que acontece na capital paulista, Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil, garante que os hábitos digitais da Geração Y devem levar ao fim do e-mail.
"Hoje, a média etária dos usuários de e-mail é de 47 anos", revela, acrescentando que, talvez, apenas essas pessoas, que formam a geração conhecida como Baby Boomers, nascidos após o fim da Primeira Guerra Mundial, continuarão a utilizar a ferramenta.
"O e-mail deixará de existir dentro de cinco a sete anos", profetiza Taurion. O motivo? A entrada da chamada Geração Y - constituída por jovens nascidos já na era da Internet - no mercado de trabalho.
Taurion explica que, com os jovens profissionais, chega também às empresas uma nova postura diante da Tecnologia da Informação (TI), que já é parte do dia-a-dia destes profissionais, na forma de ferramentas de colaboração como wikis, redes sociais, comunicadores instantâneos e grupos de trabalho online.
O executivo apresentou dados de uma pesquisa realizada em 2005 destacando que, já naquela época, apenas 6,3% dos jovens entrevistados consideravam inúteis as informações obtidas em blogs. "Significa que a credibilidade das novas ferramentas online é enorme", sinalizou. Na IBM, de acordo com Taurion, já há uma série de projetos em que os participantes não mais utilizam o e-mail.

terça-feira, setembro 23, 2008

ODE AOS TRABALHOS DE HÉRCULES

Alvarenga Peixoto

Tarde Juno zelosa
Vê Júpiter, o Deus onipotente,
Em Alcmena formosa
Ter Hércules; e tanto esta dor sente,
que, em desafogo à pena,
Trabalhos mil de Jove ao filho ordena.
Manda-lhe, enfurecidas,
Duas serpentes logo ao berço terno,
Criadas e nascidas
No infernal furor do estígio
Mas nada surte efeito,
Se um sangue onipotente anima o peito;
Nas mãos o forte infante
Despedaça as serpentes venenosas
E fica triunfante
Das ciladas mortais e furiosas,
Que Juno lhe ordenava
Quando ele a viver mal começava.
Cresce, e a cruel madrasta,
Que, sempre nos seus danos diligente,
A vida lhe contrasta,
Ou que viva em descansos não consente,
Faz com que, vagabundo,
Corra, sempre em trabalhos, todo o mundo.
Aqui lhe põe, irada,
De diversas cabeças a serpente,
Que em briga porfiada
Trabalha por troncar inutilmente:
Divide-as, mas que importa,
Se outras tantas lhe nascem quantas corta?
Enfim, por força e arte,
Este monstro cruel deixa vencido,
Que já em outra parte
Trabalhos lhe tem Juno apercebido,
Tais que eu não sei dizê-los,
Mas pode o peito de Hércules sofrê-los
Triunfando e vencendo,
Fazendo-se no mundo mais famosos,
A Terra toda enchendo
De seu heróico nome gloriosos,
No templo da Memória
Gravou o Non plus ultra a sua glória.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Rigor na imprecisão

Em A Volta do Parafuso, o inglês Henry James faz questão de não desvendar os personagens

Felipe Fortuna, de Londres

Pergunte a um estudante educado em língua inglesa como classifica a novela mais famosa de Henry James, A Volta do Parafuso (1898), e a resposta poderá ser "história de terror", ou "drama psicológico". Insista um pouco mais, e outras classificações poderão surgir: "alegoria vitoriana", "narrativa do recalque". A imprecisão é proposital: Henry James escreve com zelo, mas poucas vezes revela ao leitor os segredos que cada um dos personagens guarda. Sua narrativa, por isso, confunde e desvia a atenção, e quase sempre sonega informações, e força o leitor a se sentir parte de uma situação estranha e mesmo desconfortável. A jovem governanta, que narra a história passada no interior da Inglaterra e é personagem central da novela, pode ser considerada respeitosa e reprimida, ou ainda doentia e louca. Responsável pelo bom comportamento de um casal de crianças, Flora e Miles, ela admira a beleza e o talento de cada uma delas, ao mesmo tempo em que vê ameaças e pressente situações sobrenaturais. Um dos enigmas do livro consiste em saber, justamente, se a governanta é vítima de uma conspiração de fantasmas ou se ela de fato projeta seus desejos sexuais de modo alucinatório (assim, o escritor estaria criticando a moral vitoriana, que via em muitos empregados a possibilidade de desvios de conduta).
Obviamente, ninguém obteria de Henry James uma classificação tão precisa quanto a solicitada a um estudante educado em língua inglesa. Porém, alguns intérpretes começaram a divagar, tocados por teorias freudianas, sobre a possibilidade de a governanta de A Volta do Parafuso ser uma louca, ou pelo menos uma pessoa tomada pela esquizofrenia, e sexualmente reprimida. O ensaio que consolidou essa interpretação se intitula "A Ambigüidade de Henry James", de Edmund Wilson, publicado no livro The Triple Thinkers (1938). O crítico americano examina, como um detetive, as passagens em que a governanta vê os fantasmas e o modo como vai espalhando terror nas crianças. Da trama em que relata a aparição de duas aparições que, quando vivas, teriam tido um caso amoroso, Edmund Wilson comenta a incapacidade de a governanta abandonar seu emprego: "Ela agora está aparentemente apaixonada pelo menino".
A tradução de Chico Lopes, na edição bilíngüe, consegue transmitir as sentenças longas e repletas de minúcias. Tem ainda o mérito de restituir, em português, o título A Volta do Parafuso, e não A Outra Volta do Parafuso, como se lia na tradução de Leônidas de Carvalho e Brenno Silveira, que talvez assim pretendessem eliminar uma ridícula equivalência da palavra "volta" com a palavra "retorno" (talvez a melhor opção fosse A Torção do Parafuso). Seja como for, a nova edição corrige algumas imperfeições, como a de traduzir "a couple of very bad days" por "dois dias (...) muito maus", o que é uma solução bem inferior a "alguns dias muito difíceis", da atual edição. Com revisões assim, ganha o leitor, que só ficará assombrado com o enredo.

quarta-feira, setembro 17, 2008

Jovens são mortos com 666 facadas

Oito jovens foram detidos acusados de matar com 666 punhaladas e comer parte dos corpos de quatro adolescentes em um aparente ritual satânico na Rússia, segundo informações divulgadas ontem pelo jornal britânico Times.
Os detidos têm entre 17 e 19 anos e, ao que parece, embriagaram suas vítimas antes de matá-las a punhaladas, assar pedaços de seus corpos em uma fogueira e comer algumas partes. O grupo estava desaparecido desde junho passado.
Os jovens assassinados, que tinham entre 16 e 17 anos, pertenciam ao movimento gótico e tinham dito a seus familiares que iriam a um festival de música. O grupo teria sido atraído para uma mata próxima à casa do líder satânico Nikolai Ogolobyak, onde foram mortos.
As vítimas foram mortas em dois momentos diferentes. A polícia acredita que, primeiro, foram assassinados Olga Pukhova e Anna Gorokhova, em 28 de junho. No dia seguinte, o grupo teria matado Varya Kuzmina e seu namorado, Andrei Sorokin.

Encontrado cemitério com mais de 2 mil anos na Índia


Cientistas descobriram nesta quarta-feira um cemitério construído há mais de dois mil anos na aldeia de Siruthavur, na Índia. Nas escavações foram encontradas 300 tumbas. As informações são da agência Reuters.

O cemitério é uma construção megalítica e foi encontrado em um sítio arqueológico cerca de 50 km da cidade de Chennai.

As construções megalíticas - formadas com grandes blocos de pedra - eram típicas das sociedades pré-históricas, principalmente as do período neolítico.

Os monumentos megalíticos tem, na maioria das vezes, objetivos religiosos e funerários.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Perguntas & Respostas

Reforma ortográfica

Com data marcada para entrar em vigor em 2009, a reforma ortográfica pretende fazer com que pouco mais de 210 milhões de pessoas em oito países que falam o português tenham a escrita unificada, conservando as variadas pronúncias. A proposta foi apresentada em 1990, mas era necessário que pelo três países ratificassem os termos da proposta, o que ocorreu somente em 2006. O Congresso brasileiro aprovou as mudanças em 1995. Saiba o que vai mudar no nosso idioma:

1. Quais as diferenças básicas da ortografia usada no Brasil e em Portugal?
Existem duas ortografias oficiais da língua portuguesa: a do Brasil e de Portugal. A norma portuguesa é a que serve de referência para o ensino de português em outros países. O vocabulário português contém palavras escritas com consoantes mudas, como Egipto e objecto. Em outras, como indemnizar e facto, as consoantes "a mais" são pronunciadas. Além disso, nas sílabas tônicas seguidas de m e n, o som é aberto. Por exemplo, a palavra econômico (escrita brasileira) é escrita e lida económico em Portugal.

2. Quantos e quais países falam português?
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é composta por oito países: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

3. A unificação pode trazer benefícios para a economia dos países que falam português?
Uma vez unificado, o português auxiliará a inserção dos países que falam a língua na comunidade das nações desenvolvidas, pois algumas publicações deixam de circular internacionalmente porque dependem de "versão". Um dos principais problemas que as novas regras vão acarretar, no entanto, será o custo da reimpressão de livros.

4. Por que é preciso padronizar o português?

O português, segundo estudos, é a quinta língua mais falada no mundo – cerca de 210 milhões de pessoas – e tem duas grafias oficiais, o que dificulta o estabelecimento da língua como um dos idiomas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU) . A ortografia-padrão facilitará o intercâmbio cultural entre os países que falam português. Livros, inclusive os científicos, e materiais didáticos poderão circular livremente entre os países, sem necessidade de revisão, como já acontece em países que falam espanhol. Além disso, haverá padronização do ensino de português ao redor do mundo.

5. O que é necessário para que ocorram mudanças na língua portuguesa?
É preciso que o projeto com as novas regras seja aprovado pelos oitos países da CPLP e que pelo menos três deles ratifiquem as mudanças em seu território. Assim que as novas regras forem incorporadas ao idioma, inicia-se o período de transição, no qual os materiais didáticos serão adequados às mudanças.

6. Quais foram as reformas na língua portuguesa anteriormente?
A mudança mais importante antes da aprovada em 1990 (e que vai vigorar a partir de 2009) foi a de 1971. Nesse acordo foi estipulada a eliminação do trema nos hiatos átonos, bem como a do acento circunflexo diferencial nas letras "e" e "o" da sílaba tônica das palavras homógrafas, de significados diferentes, mas com a mesma grafia, além da extinção do acento circunflexo e do grave em palavras terminadas com "mente" e "z". Com a reforma, êle passou a ser escrito ele, sómente, somente e bebêzinho, bebezinho.

7. O que elas mudaram de essencial na ortografia?
A mudança mais importante antes da aprovada em 1990 (e que vai vigorar a partir de 2009) foi a de 1971. Nesse acordo foi estipulada a eliminação do trema nos hiatos átonos, bem como a do acento circunflexo diferencial nas letras "e" e "o" da sílaba tônica das palavras homógrafas, de significados diferentes, mas com a mesma grafia, além da extinção do acento circunflexo e do grave em palavras terminadas com "mente" e "z". Com a reforma, êle passou a ser escrito ele, sómente, somente e bebêzinho, bebezinho.

8. O acordo para unificação foi proposto em 1990. Por que só foi aprovado agora?
A principal causa da demora é a relutância de alguns países, como Portugal, em ratificar o acordo. Até julho de 2004, era preciso que todos os países membros da CPLP ratificassem as novas normas. Um acordo feito nessa data estabeleceu que bastaria a ratificação por parte de três países. Em 1995, o Brasil efetivou sua ratificação, seguido de Cabo Verde, em fevereiro de 2006, e São Tomé e Príncipe, em dezembro. Portugal ainda precisa adaptar sua legislação às novas regras. Enquanto as mudanças afetarão 0,45% das palavras brasileiras, Portugal sofrerá alterações em 1,6% de seu vocabulário. Os portugueses deixarão, por exemplo, de escrever húmido e escreverão úmido, como os brasileiros.

9. As mudanças serão apenas gráficas ou vão alterar a pronúncia?
As mudanças serão apenas na ortografia, permanecem as pronúncias típicas de cada país.

10. Quais as mudanças na utilização do hífen?
O hífen será mantido nos substantivos compostos (arco-íris, guarda-chuva). Mantém-se nas palavras compostas: norte-americano, ano-luz. O sinal cai em compostos nos quais "se perdeu a noção de composição", como paraquedas e paraquedista. Na prefixação, existe hífen sempre antes de h. Se o prefixo termina por vogal e o elemento seguinte começa por r ou s, duplica-se a consoante. Se o prefixo termina por vogal igual à vogal inicial do segundo elemento, existe hífen. Se as vogais finais e iniciais forem diferentes, não haverá hífen. Hiper, inter e super têm hífen antes de outro elemento iniciado por r. Circum e pan têm hífen antes de elemento iniciado por vogal, m, n e h. Ex e vice mantêm o hífen existente hoje.

11. Como fica a regra de acentuação?
Paroxítonas terminadas com duas letras "o" não mais terão acento circunflexo. Abençôo, vôo, enjôo passarão a ser escritos da seguinte forma: abençoo, voo, enjoo. O circunflexo também será extinto nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus decorrentes. A grafia correta será creem, deem, leem e veem. O trema desaparece por completo. As palavras linguiça e frequência estarão gramaticalmente corretas. Serão eliminados os acentos agudos nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como jibóia e idéia. Além disso, será eliminado o acento diferencial em pára (verbo) de para (preposição).

domingo, setembro 14, 2008

Vettel vence em Monza


O alemão Sebastian Vettel, nascido em julho de 1987, se tornou o piloto mais jovem a vencer uma prova de Fórmula 1 ao ganhar o Grande Prêmio da Itália, neste domingo. Com o sexto lugar, o brasileiro Felipe Massa fica a um ponto do líder, o inglês Lewis Hamilton, sétimo colocado no circuito de Monza.

Com este resultado, o britânico da McLaren mantém a liderança com 78 pontos. O piloto da Ferrari vem logo em seguida, com 77. O terceiro é o polonês Robert Kubica, da BMW, com 64 pontos. Companheiro de Massa na Ferarri, o finlandês Kimi Raikkonen, nono em Monza, tem 57. A próxima prova acontece em Cingapura, no próximo dia 28 de setembro.

A vitória na Itália coroa um final de semana histórico para Vettel e para a Toro Rosso. Depois de conquistar a primeira pole position de sua carreira e da própria equipe, ele repetiu o pioneirismo e garantiu a vitória inédita.

No pódio, ao lado de Heikki Kovalainen e Robert Kubica, Sebastian Vettel lembrou Michael Schumacher. Ao ouvir os hinos alemão e italiano, o jovem piloto repetiu os gestos do heptacampeão. Satisfeitos, os membros da Toro Rosso comemoravam.

sábado, setembro 13, 2008

Na chuva, Massa larga em sexto, Hamilton em 15º e Vettel, na pole



Do UOL Esporte

Em São Paulo

O alemão Sebastian Vettel, da Toro Rosso, cravou 1min37s555 no treino de classificação deste sábado e vai largar surpreendentemente na primeira colocação do GP da Itália de Fórmula 1, que acontece no domingo. O brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, sairá em sexto, com tempo de 1min38s894.

Massa, que pode assumir a liderança do Mundial de pilotos depois da prova de domingo no autódromo de Monza, teve a sorte de ver os principais rivais na luta pelo título ficarem distantes das primeiras colocações. Atual líder do Mundial de pilotos, o inglês Lewis Hamilton, da McLaren, não conseguiu nem se classificar para a superpole e vai largar em 15º, com 1min39s265.

Terceiro colocado na temporada, o polonês Robert Kubica sairá na 11ª colocação, depois de fazer 1min36s697 na segunda parte do treino. Companheiro de Massa na Ferrari, Kimi Räikkönen conseguiu apenas a 14ª colocação, ao marcar 1min37s522.

quarta-feira, setembro 10, 2008

LHC já está ligado, mas resultados só devem vir para valer em 2009


Superacelerador passa agora por fase de validação de todos os sistemas.Expectativa é ter 150 dias para colher dados de física no ano que vem.
Salvador Nogueira
Do G1, em São Paulo
O LHC começa a manipular e acelerar prótons hoje, mas os resultados científicos relevantes que o mundo espera não virão do dia para a noite. É certo que grandes descobertas terão de esperar, pelo menos, até 2009.
"Você ligar um acelerador desse porte não é como ligar um aparelho na tomada", explica Sérgio Novaes, físico da Unesp (Universidade Estadual Paulista) envolvido com o projeto internacional coordenado pelo Cern (Organização Européia para a Pesquisa Nuclear), na Suíça.
Tudo é um processo, que começou 20 anos atrás, no momento em que o LHC começou a ser projetado", diz o cientista. "Para que se tenha uma idéia, só para resfriar o túnel [por onde passam as partículas] levou dois meses."
O resfriamento é necessário porque o LHC (Grande Colisor de Hádrons, na sigla inglesa) manipula os prótons por meio de imensos magnetos supercondutores, que exigem temperaturas baixíssimas para operar corretamente.

Mocidade abre temporada oficial de ensaios

JB Online

RIO - A Mocidade Independente de Padre Miguel realiza neste sábado, a partir de 22h, a abertura oficial de ensaios para o desfile de 2009. A agremiação fará uma apresentação com todos os seus segmentos: bateria "não existe mais quente" comandada por Mestre Jonas, o intérprete oficial, Wander Pires, casais de mestre-sala e porta-bandeira, passistas, baianas, destaques, a rainha Thatiana Pagung e a destaque de chão Miryam Martin.
O enredo da Mocidade para o carnaval 2009 é Mocidade Apresenta: Clube Literário – Machado de Assis e Guimarães Rosa... Estrelas em Poesia! O enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Cláudio Cavalcanti, o Cebola.
A quadra da Mocidade fica na Rua Coronel Tamarindo, 38, em Padre Miguel. O ingresso para sábado custa R$ 5, para os homens. Mulheres têm entrada franca até meia-noite. Os ingressos cortesias também são validos até a meia-noite.

terça-feira, setembro 09, 2008

'Playboy' divulga foto de Gyselle Soares toda nua


A Playboy divulgou nesta terça-feira duas novas fotos do ensaio de Gyselle Soares para a edição deste mês da revista. Em uma das imagens, a segunda colocada do Big Brother Brasil 8 veste uma blusinha e fio dental. Já a outra é a primeira em que a cajuína aparece toda nua, mas escondendo as partes íntimas.

Gyselle foi fotografada por JR Duran nas proximidades do delta do rio Parnaíba. "Para mim foi uma prova de fogo, me sentir nua na revista me fez tirar alguns complexos bobos e antigos que eu tinha (risos). Adorei, foi maravilhoso, e foi uma experiência inesquecível na minha vida!", disse ela em entrevista à publicação.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Noite em São Luís

“Ainda uma vez adeus!...”. Eduardo não pensou que poderia voltar a esta terra. Partiu prometendo voltar, mas no peito a certeza de que não seria assim. Cinco anos se passaram, ele mudou, a cidade mudou... Para melhor, poderia afirmar.
Estava sentado à sombra da estátua do grande poeta maranhense, na Praça Gonçalves Dias. À sua frente, o encontro dos rios Bacanga e Anil com o mar. Logo depois da ponte José Sarney, a cidade dos edifícios, como ele gostava de chamar aquele lado de São Luis. No entanto, preferia o lado de cá. Com seus casarões testemunhando uma época de glórias, de sonhos. Era que passou, e cujos testemunhos erguiam-se e sobreviviam bravamente ao tempo, ao clima, ao descaso. Cada paralelepípedo, cada beco, cada azulejo tinham um sabor de nostalgia.
Consultou o relógio. Meia hora e a tarde se despediria. Sorriu consigo mesmo. Sexta à noite, Centro Histórico... Em sua adolescência, na primeira noite de “excursão” em São Luís passou por um grande sufoco... Estava com três colegas da escola. Queriam lhe apresentar sua cidade. Andaram por museus e ruas. Racharam os trocados que tinham nos bolsos e compraram sorvetes. Um guia turístico levava um grupo de franceses. Ele ficou ouvindo, achou bonito o sotaque dos turistas. Muito admirado contemplou a arquitetura neoclássica do Palácio dos Leões.
Uma decepção que tivera foi com o aspecto de decadência e as ruínas que encontrou durante o passeio. Se as coisas permanecessem assim, o maior acervo arquitetônico histórico da América Latina não resistiria. E o que seria de São Luís sem a sua alma? Onde dançariam aquelas mulheres do tambor de crioula, ou os dançantes de bumba-meu-boi?
Ficaram ali, na Praça da Seresta. Um auto de São João estava sendo apresentado aos turistas. Seus colegas queriam ir embora. No entanto, ele ficou. Como poderiam enfadar-se num palco daqueles, com aqueles lampiões tingindo as calçadas com aquele amarelo ouro envelhecido, como podiam ignorar não valorizar o que tinham? E a noite caía suave. O Reviver parecia ganhar mais vida. As pessoas se reuniam nos terraços dos bares, nas praças... Quando o cansaço o venceu, Eduardo consultou o relógio, já passava das dez da noite. Sua mãe estaria histérica em casa, ele não conhecia São Luis, provavelmente ela já havia contatado a polícia! Sorriu satisfeito, a pequena aventura valeria a bronca que escutaria antes mesmo de pisar dentro de casa.
Pegou o caminho da rua da Estrela e saiu, tentando lembrar qual rua ou beco deveria seguir para chegar ao Mercado Central e pegar a condução para casa. Tinha certeza de que errara o percurso. Chegou a um trecho onde os lampiões não tinham luz. Na escuridão iria se perder de verdade! Refez os passos, ainda não tinha perdido o controle! Voltou por onde viera. Começava a suar frio. Era mesmo um maricas! Onde já se viu, tremer assim?! Não sabia por que se sentia tão amedrontado. Não fazia sentido!
De repente, parou. Tinha certeza de que ouvira um gemido alto, cascos de cavalos sobre as pedras da rua. Não! Era um grito! O som parecia cada vez mais perto. Ele quis correr, mas estava paralisado! O som se aproximava. Era um grito de agonia. Anos de dor traduzidos naquele som terrível. Eduardo fechou os olhos. Sentiu o vulto passar por ele. Então, a curiosidade venceu o medo. Abriu apenas um olho. Parecia uma carruagem. Dentro dela, uma mulher de aspecto tão medonho o levou a molhar as calças. Quis gritar, mas nenhum som saiu de sua garganta. Tinha certeza de que morrera e logo veria o “grande túnel”.
Noites a fio as imagens daquela mulher e sua condução assombraram seus sonhos. Mais tarde, soube ser a carruagem de Ana Jansen. Era o segredo que guardava consigo. Preferia acreditar que ouvira aquela estória, sim uma estória, em algum lugar. Protestava, afirmando que fora um surto num momento inusitado, quando cercado pelo medo e solidão.
Partiu para Recife cinco anos depois do episódio. Estava com vinte anos. Mas deixou um elo na cidade. Sua namorada ainda estudava e vivia com os pais. Eduardo tinha mais oportunidades fora do Maranhão e partiu, afirmara que só por um tempo. Foi ali naquela praça que se encontraram pela última vez. Ela chorava e apesar dele dizer que ligaria e escreveria sempre, Paula não acreditava. Dizia que era o “adeus”. Ela amava o poema que Gonçalves Dias fez para Ana Amélia e falou que, se um dia esbarrasse nele, não fingiria que era um desconhecido, que ele prometesse fazer o mesmo, nunca se esquecesse dela. O “adeus” não durasse para sempre. Mesmo assim, combinaram que em cinco anos estariam ali de volta.
A cidade, agora tingida pelo cinza azulado da noite e pontilhos luminosos, parecia bater-lhe amigavelmente no ombro. Paula. Foi ela que o havia esquecido e ele não havia deixado de querê-la. Ergueu o rosto e contemplou a estátua. “Não se morre de amor, meu poeta , mas se sofre muito”. Ainda esperou alguns minutos, a esperança dissolvendo-se como fumaça no vento. Então, quando resolveu ir embora, duas mãos pequenas e macias vendaram seus olhos. Uma voz vagamente familiar sussurrou no seu ouvido: “Vivi, pois Deus me guardava para este lugar e hora/ depois de tanto, senhor / ver-te e falar-te outra vez...”.
E quem disse que um homem não pode ser um tolo, às vezes?! Sentia-se um Gonçalves Dias realizado, pois tinha finalmente seu “quinhão de alegria”. Era o seu outro segredo, confessado apenas a esta cidade, esta Ilha de Amores.

Helayne Xavier Brás
Aluna do curso de Letras da UFMA

São Luís: 396 anos

Toda terra tem seus problemas e suas qualidades, sempre terá. Como a vida em si, independente do sol que arde sobre nossas cabeças, muito embora seja um só, ou da língua que falamos, há fatos que enaltecem e outros que entristecem. Era isso que tentava explicar, em vão, a um amigo que estava boquiaberto com toda a tecnologia e arquitetura dos Jogos Olímpicos de Pequim e fazendo uma amargurada comparação de total desprezo com o Brasil e em específico com a realidade de São Luis. Revoltado diante desta comparação absurda, não consegui expressar-me de tal modo que o fizesse entender minhas conclusões que agora aqui coloco; postas com a calma de quem quer entender o motivo das coisas. Leia com calma, amigo, pois é com esta caneta da parcimônia que entenderá sua enlatada inópia. E a todos que gostaram ou não desta cidade chamada São desejo feliz 396 anos, pois, querendo ou não, somos filhos dela, devemos nos orgulhar, como irão perceber.
Lembro claramente que me chamou de tolo, um apaixonado que se faz cego para que não veja a verdade à sua volta. Não foi isso, cáustico amigo? Agora sei de onde provêm todas as suas rugas e amarguras. Saiba que a minha São Luís é a mesma sua, não se assuste nem negue. O que mais me fascina é esta sua verdade intolerante, que vive a afirmar o escudo ser de prata; veja o outro lado, no qual o ouro reluz, avise a seus pulmões que inflam e arrogam que sempre há dois lados, e pergunte a ele porque faz questão de aspirar apenas o ar contaminado, deixando de lado qualquer ar puro que tenha por aqui. É a morte de um desses lados, e a super valorização do outro que fazem de você essa pessoa desacreditada. E antes que me coloque em meio aos que resumem São Luís ao Centro Histórico, alego que não esqueço que a pequena São Luis há muito, como uma criança que deseja crescer e nada podemos fazer, atravessou o rio Anil, que, hoje, do anil muito já desbotou. Fiel amigo, não fecho meus olhos, e, quando eles virem a fechar-se, não esquecerei que esta São Luís não foi convidada a Reviver, como a antiga São Luís: sei dos bairros pobres, da precariedade da Saúde e Educação pública. Nunca esqueço o sorriso da sofrida gente que faz esta ilha andar com a força humilde de seus braços fortes.
Mas, importado amigo, não fique a comparar o que de fora compra, pois isto é estupidez: vejo que assim somente você negreja seu coração, e se quer saber, sou sim um apaixonado pela minha Cidade e apaixono-me a cada dia. Suas negativas fecham em si, e, preso em si, com elas você não faz nada, absolutamente nada para melhorá-la. Fique aí a contemplar teus quadros na parede fria; a Torre Eiffel nela certamente é mais alta que a estátua de Gonçalves Dias, mas não lhe dará sombra nem poesia. Esta é sua colonial idéia e invejosa, onde todo lugar é melhor do que o aqui, onde há sonhos, mas nunca aqui. Se quiser saber ainda o motivo do meu orgulho do qual você debocha, tenho antes de tudo orgulho, pois esta cidade fez de mim quem sou. Importante é lembrar que para mim a chamada Velha São Luís que é nova, conheço-a há pouco tempo se compará-la ao bairro desta ilha onde cresci. Mas ainda poderia citar casarões e seus mirantes, fontes - das quais, a do Ribeirão, com seu frontispício de Neturno e com o silêncio de suas galerias que fazem eco, é a que mais me fascina - ruas e becos seculares que guardam em cada nome uma história, escadarias que nos trazem o passado, mas meu maior orgulho não é material, é sobretudo imoral, pois assim é nossa gente, que, com a vontade de viver e criatividade, inventa a vida, nas mais adversas situações, tornando-a possível! Meu Orgulho e ser Gonçalves Dias, Josué Montello, Artur Azevedo, Sousândrade, Graça Aranha, Nauro Machado, Antônio lobo, Vieira da Silva e tantos outros que parecem não caber na frase nem no Maranhão. E afirmo que se uma Atenas em 396 anos produziu tantos ilustres filhos, o que esperar dos próximos 396 anos?
Enfim, amigo, agora entende o que eu o queria dizer naquele dia e não consegui? Já que tanto lhe apetece e valoriza o que é chinês, isso tudo vale os “espinhos de Confúcio, que têm rosas” pelas quais devemos nos alegrar, mas somente olha as rosas que têm espinhos. E mais somente o aconselho, para que não venha a passar a vida em morte, não se contamine desta forma pelo o que há de ruim, pois isto tudo apenas turvará sua afeição e a possibilidade de valorizar algo de bom que existe ou aconteça à sua volta. Nunca deixe os problemas afetarem sua afeição de tal forma que todas as belezas lhe sejam tolhidas, de modo que lhe lancem nessa vida soturna de admiração do que não é palpável e de desprezo por todo o resto, porque temos que achar motivos para viver e mudar ou morreremos ranzinzas.

Gladson Fabiano de Andrade Sousa
Aluno do curso de Letras da UFMA
http://gladdking.blogspot.com/

quinta-feira, setembro 04, 2008

Edmundo joga de goleiro, chora e se diz humilhado


O atacante Edmundo assumiu a meta do Vasco nesta quinta-feira, na derrota por 3 a 1 para o Cruzeiro, em São Januário, por causa da expulsão do goleiro Tiago e das três alterações já feitas pelo técnico Tita até aquele momento. Ao deixar o campo, o veterano jogador, 37 anos, ficou bastante emocionado e, chorando, se disse humilhado.
"A gente é roubado em tudo quanto é lugar, não merecemos isso não", disse Edmundo, com a voz embargada e os olhos marejados. "Eu estou feliz, não estou chorando de tristeza não. A gente tem uma torcida que ama o time, mas não temos a ajuda de ninguém. É humilhante demais", completou o jogador, ao mesmo tempo em que era ovacionado pelos vascaínos.
Perguntado se era um jogo que ia entrar para a sua carreira, Edmundo desabafou ainda mais. "Eu não preciso disso... O cara fica humilhando ali dentro de campo. É brincadeira", resumiu o atacante, que fez apenas uma defesa no confronto, aos 45min do segundo tempo, em uma cabeçada de Guilherme.
Aos 30min da etapa final, logo após a expulsão de Tiago, os jogadores do Vasco fizeram uma rápida reunião dentro da grande área. Edmundo já colocava as luvas quando Alan Kardec pegou a camisa número 1. O veterano tirou as luvas, jogou no gramado e parecia ter desistido da idéia. Mas, pouco depois, camisa e luvas foram entregues a ele.

quarta-feira, setembro 03, 2008

A solitária poesia simples de Camelo

Marcelo Camelo lançará seu CD solo segunda-feira próxima, mas músicas já estão disponíveis na internet

André Sales
Editor de capa de O Estado

Lúcido. Tranqüilo. Sem preocupações. Marcelo Camelo, ex-vocalista dos Los Hermanos, dono de uma voz modesta, compensada pela boa afinação e pelo profundo apuro musical, marcou o lançamento de seu primeiro álbum solo para segunda-feira próxima. Sou pode ser considerado um presente para os desolados fãs e seguidores dos barbudos Los Hermanos, que assistiram alguns atônitos, outros conformados, o grupo desmontar-se em abril do ano passado para um tal tempo, a ser aproveitado em produções diferentes. Separadas.
Com o lirismo de versos simples, já existente em muitas de suas canções gravadas pela banda, Marcelo Camelo gravou 11 faixas bem criativas no disco. Marcha de Carnaval. Beach music. Samba. Baião. Jazz. Folk. Até axé music. O que pode insatisfazer a galera da restrição, da música originalmente fechada, do ódio à moda. As reações devem ser das mais diversas, tal como a obra. Existem os que desgostam mas respeitam o nome do artista, os inquisitores, os defensores sem personalidade e os que aguardam a confusão se armar na praia com o mp3 player no ouvido.
“É de imaginar bobagem...” é o verso que complementa a semi-instrumental Téo e a Gaivota, carregada de efeitos misturados, como riffs de guitarra eletroacústica, mergulhos em sons ambientes com uma levada praieira/havaiana, tal como as composições sobre o mar do disco 4 do Los Hermanos. Outras canções muito bem interpretadas e mais animadas são Copacabana, Menina Bordada e Vida Doce. Parecem jogos, com a percussão dinâmica e poemas de primeira.
Em algumas faixas, o compositor une-se a parceiros, além da banda Hurtmold, que toca na maioria das composições. Uma delas já revoltou muitos fãs em fóruns na web: Mallu Magalhães. Porém quem já gravou com Sandy e Júnior, há muito tempo já derrubou a casa. Engraçado para mim é simplesmente considerar uma das melhores músicas do disco exatamente aquela com a participação da garota: Janta. Na canção de letra romântica, trabalhada sobre uma batida folk, Mallu e Marcelo cantam em inglês e português com vozes pontuais. “Eu quis te conhecer, mas tenho que aceitar, caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá”.
O disco solo de Marcelo mostra a sua doce solidão sem a banda e apresentam o cantor como bom poeta e músico perfeccionista. De solos violões e bons arpejos ao som metálico da safona, o cantor cria canções com ritmo universal, contudo carregadas de memória, o que destrói todas as argumentações de possíveis críticas afetadas. De defensores desajeitados de regionalismos aos grandes puristas comedores de lentilha musical.
Apesar de comparações a antigos trabalhos, ali, quieto e calmo, sem muitas explosões, em produção independente, a música solo do cantor surge viva para o mundo. As reflexões das letras são palpáveis e a preocupação maior é com a evolução sonora. No disco, a poesia sem rimas fenomenais assusta pelo uso tão perfeito de muitas expressões que poderiam ser banidas, de “clichezinhos” tão bem adaptados à canção. Sem perceber, o disco roda uma, duas, três vezes e a vontade de parar é motivada apenas pelo resquício da tristeza do poeta frente à necessidade de garantir a grana diária. Coros, metais e o mar são vozes. Já o compararam ao falecido Dorival Caymmi.
Antes do lançamento, na semana passada, Camelo já havia disponibilizado em seu my space (www.myspace.com/marcelocamelo) parte do álbum. Ouvir também com a maior atenção as canções Mais Tarde e Liberdade. “É Deus, parece que vai ser nós dois, até o final”. Difícil esconder a boa impressão deixada por outras músicas do compositor. Os verdadeiros fãs do cantor são bons ruminadores. Vale ouvir com a namorada, com a mãe, com os amigos em uma noite calma ou com o cachorro.

terça-feira, setembro 02, 2008

García Márquez diz amar jornalismo mas prefere escrever livros

O Prêmio Nobel de Literatura colombiano Gabriel García Márquez falou de seu amor pelo jornalismo em um seminário dedicado ao tema e realizado na cidade de Monterrey, norte do México.
"Como jornalista, a gente sofre com o texto ou desfruta dele. Com a manipulação que se faz das notícias, temos satisfação quando achamos uma jóia, mas sofremos como cachorros quando vemos a forma com que se maltrata o idioma", afirmou Márquez, 81 anos. "Eu escrevo para não ter que falar", explicou.
Mas também criticou o que chamou de "novo jornalismo", no qual o profissional conta com pouco tempo para elaborar seus textos.
"Isso me aborrece. Quando se tem tanta pressa, não há tempo para pensar. No jornalismo, a pessoa tem que saber que não há tempo para pensar muito ou aperfeiçoar o texto, e isso vai fazê-la sofrer. E, como os jornalistas sofriam muito, a gente saía para encher a cara todos os dias", brincou.
Para evitar as correrias do jornalismo moderno, o autor de Cem Anos de Solidão deu sua solução: "é melhor escrever um livro. Com um livro, levei dez anos; se não gostava, voltava atrás e escrevia tudo de novo", comentou.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Pai de João Roberto chama PMs de assassinos

Ernani Alves
Direto do Rio de Janeiro

O pai do menino João Roberto, Paulo Roberto Soares, chamou os dois policiais militares acusados da morte do menino de 3 anos de "assassinos", nesta tarde, durante a segunda audiência do caso, no 2º Tribunal do Júri, no centro do Rio de Janeiro. "Assassinos. O que vocês fizeram foi covardia. Mataram meu filho, uma criança indefesa. Não consigo mais dormir, não consigo mais comer", gritou.
O cabo William de Paula e o soldado Elias Gonçalves da Costa Neto são acusados de atirar contra o carro em que João Roberto estava, no dia 6 de julho, na Tijuca, na zona norte da capital, em meio a uma perseguição policial. Eles teriam confundido o veículo da família da criança com um carro de criminosos.