quinta-feira, maio 30, 2013

Com Feliciano confirmado, festival de cinema gay convidará Joelma e Bolsonaro

http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2013/05/1286771-com-feliciano-confirmado-festival-de-cinema-gay-convidara-joelma-e-bolsonaro.shtml

30/05/2013 - 07h02

CHICO FELITTI
DE SÃO PAULO

Um anúncio de uma página na Folha da última segunda (27) convidava o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para um programa improvável: aparecer na 21ª edição do festival de cinema Mix Brasil, cujo foco é a diversidade sexual.
O texto não era retórico, explica João Federici, um dos organizadores do Mix. "Era sério. Realmente queremos que ele venha para conversar e adoraríamos se ele dissesse sim."

Convidados do festival Mix Brasil

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Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
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Deputado Marco Feliciano (PSC-SP) aceitou o convite para participar do debate no festival Mix Brasil
Dito e feito. Meia hora depois de o emissor do convite conversar com a sãopaulo, o deputado confirmou sua presença.
"Aceito o convite feito por vossas senhorias através do anúncio no jornal Folha de S.Paulo. Um festival que, de forma ordeira e pacífica, levanta a bandeira da diversidade, merece nosso respeito e compreensão, pois, se queremos que respeitem nossas posições, devemos reciprocidade", diz o parlamentar em nota divulgada por seu gabinete.
Citando o apóstolo Paulo ("Ide e pregai o evangelho a todos"), ele disse não repudiar a diversidade. "Reafirmo que, quando alguém não pensa exatamente como nós, não significa que sejamos inimigos, antes de tudo, somos filhos do mesmo Deus."
MAIS CONVITES
Já que o primeiro convocado cedeu, é hora de chamar mais gente. "A partir da semana que vem, serão emitidos novos convites públicos", diz o coordenador do encontro cinematográfico.
Entre os convidados para o festival estarão o pastor Silas Malafaia, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e a cantora Joelma da Silva Mendes, da banda Calypso.
O mínimo divisor comum de todos os destinatários é ter se declarado contra direitos iguais, como o casamento, para homossexuais.
"Esses episódios de homofobia chateiam muito. Mas é só uma questão de tempo, porque as reações só existem porque estamos avançando", acredita Federici.
Ele promete fineza mútua para quem topar ir ao encontro do público GLBTT. "Todo mundo irá respeitar o deputado. É só um confronto de ideias, ninguém será desrespeitado."
Com ou sem os convidados especiais, o festival acontece de 7 a 21 de novembro, a primeira semana em São Paulo e a segunda no Rio. As inscrições de trabalhos audiovisuais estão abertas, pelo site www.mixbrasil.org.br.

segunda-feira, maio 27, 2013

Escritor moçambicano Mia Couto vence o Prêmio Camões

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/05/1285850-escritor-mocambicano-mia-couto-vence-o-premio-camoes.shtml

27/05/2013 - 19h50

DE SÃO PAULO

O escritor moçambicano Mia Couto foi escolhido nesta segunda (27) o vencedor da 25ª edição do Prêmio Camões, a mais importante honraria da literatura em língua portuguesa. O autor receberá € 100 mil (cerca de R$ 265 mil).
Autor de romances como "Terra Sonâmbula" e "Jesusalém", todos publicados no Brasil pela Companhia das Letras, Mia Couto, 57, é o segundo escritor de Moçambique a ser agraciado pela premiação --o primeiro foi José Craveirinha, em 1991.
O prêmio, criado por Portugal e pelo Brasil em 1989, considera o conjunto da obra de autores de língua portuguesa. Nas 24 edições anteriores, Brasil e Portugal foram agraciados dez vezes cada um. No ano passado, o vencedor foi o curitibano Dalton Trevisan.
Karime Xavier/Folhapress
O escritor moçambicano Mia Couto, que participará da próxima Bienal do Livro Rio, no final de agosto
O escritor moçambicano Mia Couto, que participará da próxima Bienal do Livro Rio, no final de agosto
O anúncio da premiação para Mia Couto foi feito na tarde desta segunda no Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio. O júri que o escolheu foi composto por Clara Crabbé Rocha e José Carlos Vasconcelos, de Portugal; Alcir Pécora e Alberto Costa e Silva, do Brasil; João Paulo Borges Coelho, de Moçambique; e José Eduardo Agualusa, de Angola.
Segundo a Fundação Biblioteca Nacional, responsável no Brasil pela premiação, a decisão foi unânime. Em nota, a FBN destacou o romance "Terra Sonâmbula" como "um dos dez melhores livros africanos do século 20". O jurado Agualusa destacou nos livros do colega a "criatividade linguística inspirada no falar das populações mais pobres de Moçambique".
Mia vem neste ano ao Brasil, para a Bienal do Livro Rio, onde lançará o romance "Cada Homem É uma Raça" (Companhia das Letras).

É inevitável o suicídio coletivo?

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/rubensricupero/2013/05/1285414-e-inevitavel-o-suicidio-coletivo.shtml

Em 10 mil anos de história, é a primeira vez que a humanidade tem o poder de cometer suicídio coletivo. Era essa a tese central de Emmanuel Mounier em "O Grande Medo do Século 20".
Publicado em 1947, o livro se referia à ameaça de uma catástrofe atômica, angústia constante na fase aguda da Guerra Fria entre EUA e URSS. Passaram-se 66 anos e conseguimos evitar o pior.
Na época de Mounier não se sabia que os homens poderiam liquidar o mundo não só com bombas, mas com o aumento desenfreado da produção econômica e do abuso dos combustíveis fósseis. Quinze dias atrás, ultrapassamos o sinal amarelo no rumo da destruição. A atmosfera registrou 400 partículas de dióxido de carbono por um milhão.
É preciso recuar 4,5 milhões de anos para encontrar concentração comparável. O clima era então muito mais quente, quatro ou cinco graus a mais em média. No ritmo atual, não existe nenhuma possibilidade de limitar o aquecimento global a dois graus como decidido em Copenhague. Se algo não mudar, vamos chegar ao fim do século com 800 partículas e mudança de clima de dimensões que ameaçam a sobrevivência da civilização tal como a conhecemos.
A violação da marca simbólica de 400 por milhão não provocou nenhuma declaração ou alerta de chefes de Estado. Um dia depois, os jornais esqueceram o assunto e voltou-se ao dia a dia como se nada tivesse acontecido. Como explicar tal indiferença diante da morte anunciada que espera o mundo dos homens?
O silêncio é inexplicável numa sociedade na qual a ciência substituiu a religião como crença unificadora. Ora, a ciência climática não permite dúvidas: de 12 mil estudos científicos sobre o tema em 20 anos, 98,4% confirmam as previsões!
Há muitas explicações para a inércia. Uma delas tem a ver com a natureza da ameaça. Crises como a dos mísseis de Cuba em 1962 precisam ser resolvidas em horas ou dias. Se o presidente Kennedy tivesse hesitado, em poucos dias seria tarde demais. Já o desastre ambiental é como um câncer de expansão lenta: sabe-se que ele está lá, que se nada se fizer, a morte é inevitável. Mas não se sabe o dia nem a hora. Isto é, uma catástrofe em futuro indeterminado carece da força para precipitar soluções difíceis.
O provável por isso é que só haverá ação decisiva para evitar o colapso definitivo depois de uma sucessão de calamidades espantosas. Quando isso suceder, muitas das consequências já se terão tornado irreversíveis como o derretimento das geleiras, a elevação do nível dos oceanos, a inundação de cidades, a desertificação, a extinção de milhares de espécies.
Toynbee lembrava num dos seus últimos livros que nisso os homens deveriam invejar insetos como as formigas, condicionados do ponto de vista psicossomático a agir coletivamente por instinto de sobrevivência. Estudo recente comprovou que os peixes já estão migrando para o norte em busca de águas mais frias. Enquanto isso, os seres humanos se deslumbram com o avanço em produzir e queimar mais gás a partir do xisto...
A razão talvez esteja com o poeta T.S. Eliot: o mundo acaba não com um estrondo, mas com um gemido.
rubens ricupero
Rubens Ricupero, diretor da Faculdade de Economia da Faap, foi secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), ministro da Amazônia e do Meio Ambiente, ministro da Fazenda (governo Itamar), embaixador em Genebra, Washington e Roma. Escreve quinzenalmente, aos domingos, na versão impressa de "Mercado".

domingo, maio 26, 2013

INDIANÁPOLIS VERDE E AMARELA

DEU BRASIL NAS 500 MILHAS DE INDIANÁPOLIS!
Acho que essa deveria ser a manchete dos nossos principais cadernos esportivos, do famoso Oiapoque ao não menos célebre Chuí. E ao fim e ao cabo é muito melhor comentar o que aconteceu na Indy-500. Porque o GP de Mônaco foi quase uma chatice só.
“Quase” graças à barbeiragem de Felipe Massa. Não fosse pela batida bisonha do ferrarista, a corrida no principado teria sido uma completa chateação. Imaginem um monte de automóveis de corrida se arrastando num circuito sem pontos de ultrapassagem ao longo de 78 voltas. Valeu, Felipe! Depois que você saiu da corrida, os bólidos se juntaram e aí sim os pilotos se lembraram de que fazem parte de uma competição.
Chega de Fórmula 1. Falemos de Tony Kanaan.
Certa vez, em outra 500 Milhas, ele ousou blasfemar. Declarou para o repórter da Band de então – Antônio Pétrin, se a memória não falha – que a prova não passava de “uma corrida qualquer”. Depois de ontem, duvido que volte a fazer ou mesmo pensar em uma declaração tão estapafúrdia.
Logo no início, ele deu mostras de que estava mesmo a fim de vencer a Indy-500. Na largada, já foi deixando para trás pelo menos cinco adversários. Mas até aí outros pilotos também queriam muito vencê-la. Ed Carpenter, por exemplo. Marco Andretti também. Vou confessar: para mim, o neto do grande Mario Andretti iria levar o caneco e o milhão de dólares da premiação concedida ao vencedor. O carro dele conseguia ser mais forte que o de Carpenter, principalmente nas retas, quando o motor tinha de falar mais alto.
Mas quem assistiu às 200 voltas não podia determinar o vencedor com tanta facilidade. Não com as constantes mudanças de líderes. Até um estreante como A.J. Allmendinger conseguiu chegar à ponta. Quem chegava ao primeiro posto não ficava uma volta nessa posição.
Kanaan estava em 12º quando recebeu a bandeira verde. Recebeu a quadriculada dupla em primeiro porque colocou a Indy-500 como sua prioridade. Outra: não estava disposto a deixar os erros cometidos em São Paulo o atrapalharem. Para tanto, a KV Racing trabalhou direito, feito relógio mesmo, nas paradas para reabastecimento e troca de pneus.

Tudo bem medido e bem pesado, Indianápolis se tornou verde e amarela por um domingo. Se a corrida tivesse sido transmitida pela Globo, teríamos o “Tema da Vitória”. Como não foi, só nos resta dar graças pelas pequenas grandes bênçãos.

sexta-feira, maio 24, 2013

Matemático peruano resolve problema de 3 séculos sobre números primos

http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2013/05/24/matematico-peruano-resolve-problema-de-3-seculos-sobre-numeros-primos.htm

Do UOL, em São Paulo


Imagens do mês (maio/2013)72 fotos

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Harald Andrés Helfgott (foto) conseguiu resolver um problema com números primos - aqueles que só são divisíveis por eles mesmos e por um - que estava sem solução há quase 300 anos. O matemático desvendou a "conjectura fraca" de Goldbach, descrita em 1794, em que todo número ímpar maior do que 5 pode ser decomposto na soma de até três números primos. A teoria deriva da "versão forte", no qual todo número par maior que 2 é a soma de dois primos CNRS/ENS
O peruano Harald Andrés Helfgott conseguiu resolver um problema matemático sem solução por 271 anos. A chamada "conjectura fraca" proposta por Christian Goldbach, em 1742, diz que cada número ímpar maior do que cinco pode ser expresso como uma soma de três números primos. Os números primos são aqueles que só são divisíveis por eles mesmos e por um.
"Nós expressamos em uma linha de texto uma verdade que não tinha sido demonstrada por mais de 270 anos (sobre o problema matemático)", disse Helfgott, em entrevista à Rádio Filarmonia.
O especialista lembrou que o problema havia sido descrito por Godfrey Harold Hardy em seu discurso de 1921 como um dos mais difíceis problemas não resolvidos da matemática.
Há ainda a conjectura forte que diz que todo número par maior que 2 é a soma de dois primos. Como o nome indica, a versão fraca resultaria se a versão forte fosse verdadeira: para representar um número ímpar como uma soma de três números primos seria suficiente subtrair 3 dele e aplicar a versão forte para o número par resultante.
Por exemplo, 34 é a soma de 11 com 23. Para chegar em 37, bastaria somar 11, 23 e 3. 
Helfgott é pesquisador do Centro Nacional para Investigação Científica (CNRS) em Paris e seu estudo está disponível nos arquivos da Universidade de Cornell.

quinta-feira, maio 23, 2013

Flip anuncia programação de 2013

http://g1.globo.com/flip/2013/noticia/2013/05/flip-anuncia-programacao-de-2013.html

Cristiane CardosoDo G1 no Rio
23/05/2013 10h43 - Atualizado em 23/05/2013 12h35

Gilberto Gil fará show de abertura; edição homenageia Graciliano Ramos.
Evento literário acontece em Paraty (RJ) de 3 a 7 de julho.

Cristiane CardosoDo G1 no Rio

O escritor norueguês Karl Ove Knausgård (Foto: Divulgação/Maria Teresa Slanzi)O escritor norueguês Karl Ove Knausgård
(Foto: Divulgação/Maria Teresa Slanzi)
Foi anunciada nesta quinta-feira (23) a programação da 11ª edição da Festa Literária de Paraty, a Flip. O evento acontece de 3 a 7 de julho e vai homenagear o romancista alagoano Graciliano Ramos (1892-1953), com o show de abertura de Gilberto Gil.
Anteriormente, a Flip já havia anunciado nomes como o irlandês John Banvilleo bósnio Aleksandar Hemona americana Lydia Davis e o poeta egípcio Tamin Al-Barghouti, além de mesa com Maria Bethânia e Cleonice Berardinelli, professora emérita da UFRJ e da PUC-Rio, sobre Fernando Pessoa. O romancista Michel Houellebecq, o jornalista inglês Geoff Dyer, o norueguês Karl Ove Knausgård e o brasileiro Daniel Galera estão entre os destaques.
A conferência de abertura será feita pelo escritor amazonense Milton Hatoum. O tema da palestra do autor de "Dois irmãos" e "Cinzas do norte" vai ser a obra de Graciliano Ramos. "A escrita do Graciliano é extremamente moderna. Sabemos que a luta política dele e sua produção literária não se deu de maneira ortodoxa. Graciliano sempre se recusou a fazer de sua arte uma pregação ideológica", comentou o curador da Flip, Miguel Conde.
Mauro Munhoz, diretor-geral da Flip, informou que o orçamento da Flip deste ano é de R$ 8,6 milhões. Segundo ele, o valor maior representa um crescimento. "Não queremos que extrapole a capacidade da cidade, mas queremos alcançar um público de alta qualidade. A expectativa é de recebermos entre 20 a 25 mil pessoas, que é o que alcançamos nos anos anteriores. São 15 mil leitos em hotéis mais os moradores", afirmou Munhoz.
"Pensamos em uma forma de organizar a hospedagem. Um grupo de moradores poderá fazer reservas, oferecendo quartos. Muitos amigos não conseguem ir porque é muito caro. Isso não tem cabimento", disse Belita Cermelli, diretora-executiva da Flip e da Associação Casa Azul.

Autores
A franco-iraniana Lila Azam Zanganeh fará leitura da obra de Vladimir Nabokov, tido por ela como o "grande escritor da felicidade". O escritor norte-americano Tobias Wolff e o norueguês Karl Ove Knausgård se encontram em debate sobre criação literária e experiência pessoal.
A relação da literatura com o cinema, a música e arquitetura será abordada pelo historiador de arte T.J. Clark, os cineastas Eduardo Coutinho e Nelson Pereira dos Santos, a cantora Miúcha, o arquiteto Eduardo Souto de Moura e o célebre crítico de arquitetura da "New Yorker" Paul Goldberger.
O romancista Michel Houellebecq (Foto: Divulgação)O romancista Michel Houellebecq
(Foto: Divulgação)
As poetas Alice Sant’Anna, Ana Martins Marques e Bruna Beber se reunirão na primeira mesa da Flip. O francês Jérôme Ferrari se junta ao brasileiro Daniel Galera para refletir sobre temas ligados à tragédia clássica.
Zuca Sardan e Nicolas Behr, dois grandes satiristas brasileiros, discutirão o estilo que ironiza costumes de forma poética e caricata. Geoff Dyer e o escritor americano John Jeremiah Sullivan se juntarão em uma mesa para discutir o ensaio como gênero literário. "Os autores presentes este ano na Flip têm em comum uma exploração entre ficção e poesia. Fiquei feliz porque a gente conseguiu reunir alguns dos autores cujos livros estão entre os mais interessantes, pelo menos que eu li nos últimos anos", afirmou Conde.

Vendas
Os ingressos começam a ser vendidos a partir das 10h de 10 de junho pela internet, no site (www.ingressorapido.com.br), pelo telefone (4003-1212) e em pontos de venda. Eles custam R$ 46 (tenda dos autores), R$ 12 (tenda do telão), R$ 22 (pista do show de abertura) e R$ 46 (cadeiras do show de abertura). Após 3 de julho, as entradas só podem ser compradas em Paraty.
No dia 27 de outubro de 2013, completam-se 120 anos do nascimento de Graciliano Ramos, autor de livros como "Vidas secas", "Angústia", "São Bernardo" e "Memórias do cárcere". Antes dele, a Flip prestou homenagem a Vinicius de Moraes, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Machado de Assis, Manuel Bandeira, Gilberto Freyre, Oswald de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.
O curador da Flip Miguel Conde, o diretor-geral Mauro Munhoz e a diretora-executiva Belita Cermelli durante coletiva do evento nesta quinta-feira (23) (Foto: Cristiane Cardoso/G1)O curador da Flip Miguel Conde, o diretor-geral Mauro Munhoz e a diretora-executiva Belita Cermelli durante coletiva do evento nesta quinta-feira (23) (Foto: Cristiane Cardoso/G1)

quarta-feira, maio 22, 2013

Cada época inventa seu próprio Wagner, afirma historiador

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/05/1283151-cada-epoca-inventa-seu-proprio-wagner-afirma-historiador.shtml

22/05/2013 - 18h02

DA DEUTSCHE WELLE


"Eu odeio Wagner. Mas de joelhos." A frase do compositor e regente americano de origem judaica Leonard Bernstein encerra o livro "Richard Wagner und die Deutschen - Eine Geschichte von Hass und Hingabe" ("Richard Wagner e os alemães - Uma história de ódio e devoção", em tradução livre).
Para o autor Sven Oliver Müller, nada melhor do que essa ambivalente confissão de amor para sintetizar os sentimentos despertados pelo compositor, poeta e pensador alemão --não só em sua terra natal, como em todo o mundo culto.
No entanto, o historiador --que dirige um grupo de pesquisa sobre música e emoção no Instituto Max Planck-- concentrou-se em traçar um histórico do fenômeno Wagner na vida pública e na sociedade da Alemanha. O resultado, como avaliou durante uma entrevista coletiva em Berlim, é "metade ciência, metade crônica de cultura".
Trinquart/Associated Press
O compositor alemão Richard Wagner (1813-1883)
O compositor alemão Richard Wagner (1813-1883)
PROIBIDO FICAR INDIFERENTE
"Com outros compositores, as pessoas dizem: 'É, gosto do Mozart... Bach, eu às vezes acho meio chato...'", exemplifica Müller. Mas quando se trata do criador de "O Anel do Nibelungo", tal grau de equanimidade está fora de cogitação. Wagner sempre polarizou emoções --em vida, desde as primeiras óperas; porém mais ainda nos 130 anos transcorridos desde sua morte.
Assim, o prólogo do livro --ou "ouverture", como o autor prefere denominá-lo-- intitula-se "A Morte em Veneza e o Nascimento de um Gênio". Sven Müller anuncia: "A pessoa de Wagner, sua obra e o wagnerismo podem ser considerados parte integrante da história alemã entre 1883 e 2013. Neste sentido, a carreira póstuma do compositor é uma expressão dos desdobramentos políticos e culturais na Alemanha."
Nos cinco "atos" seguintes, Müller acompanha sistematicamente a trajetória do gênio músico-literário através dos grandes capítulos da História do país: o Império Alemão (epigrafado "Muitos inimigos, Muita Honra"), a República de Weimar ("Orgulho Ferido"), o nacional-socialismo ("Glorificação e Compulsão"), a Alemanha dividida ("Crime e Castigo"), e após a reunificação ("Razão e Sensualidade").
UMA PESSOA "FUNDAMENTALMENTE RUIM"
E por falar em polarização, ao apresentar à imprensa seu ensaio de 350 páginas, o pesquisador natural da cidade de Siegburg e atuante em Berlim não tenta afetar neutralidade científica: o objeto de seus estudos era um ser humano abominável.
Melômano confesso, Müller lê "de vez em quando" biografias de compositores, e afirma não ter encontrado, até hoje, um caráter tão abjeto quanto o de Richard Wagner. Culto, brilhante, charmoso, envolvente, ele também era, afirma o historiador, uma pessoa "fundamentalmente ruim", em todos os aspectos imagináveis: oportunista, desleal, arrogante, prepotente, megalomaníaco, egocêntrico, interesseiro, mulherengo, frívolo, perdulário, explorador - a lista é longa.
Os episódios da biografia wagneriana que sustentam tais imputações são bem documentados. O fato de que só sob ordem judicial ele pagava os inúmeros empréstimos com que mantinha uma vida de luxo insano; o modo traiçoeiro como difamava seus colegas e apoiadores, de Giacomo Meyerbeer e Felix Mendelssohn ao futuro sogro Franz Liszt; ou como explorou as inclinações homossexuais de Ludwig 2º da Baviera, a fim de conquistá-lo como mecenas.
Notória também a forma como traiu sua primeira mulher, Minna, com a esposa do benfeitor Otto Wesendonck, que o sustentava e o recebera na própria casa. Com sua segunda mulher, Cosima, Wagner manteve um romance e chegou a ter dois filhos --enquanto ela ainda era casada com Hans von Bülow, fiel regente das obras wagnerianas.
Por último, mas não menos relevante, foi a mutação de Wagner, paulatina, porém radical, de anarquista convicto em 1848, a monarquista e nacionalista em 1870, sempre seguindo o faro das fontes mais certas de dinheiro e outros favores.
NAZISTA A POSTERIORI?
Adolf Hitler adorava a música de Wagner, e o regime nazista não hesitou em se apoderar dela como instrumento de manipulação das massas. Para piorar, a admiração do líder pela obra do músico foi generosamente retribuída pelos herdeiros de Wagner, em nível pessoal, e o Führer era não só convidado de honra dos festivais de ópera de Bayreuth, como hóspede frequente na propriedade da família --para as crianças, o "Tio Wolf".
Essa associação --tão inextricável quanto retroativa-- com o regime nazista projeta uma sombra tão espessa que, até hoje, fecha os ouvidos e olhos de muitos para qualquer mérito musical, dramatúrgico ou literário na obra de Wagner. Em Israel, ela segue sendo tabu quase absoluto --e, segundo a previsão de Müller, permanecerá assim por um bom tempo.
Em 1999, Joachim Köhler radicalizou essa fatídica conexão no livro "O Hitler de Wagner: O Profeta e seu Executor" ("Wagners Hitler: Der Prophet und sein Vollstrecker"). O título é bem explícito: segundo o autor, o Terceiro Reich não teria sido possível sem a influência do compositor, e Adolf Hitler foi, no fundo, mais uma personagem wagneriana, como Siegfried, Tahhhäuser ou Lohengrin. A polêmica tese ainda causa furor, mesmo mais de uma década depois de lançada.
ANTISSEMITISMO OPORTUNISTA
Sobre Richard Wagner e o antissemitismo muito já foi dito e escrito. Previsivelmente, o tema ocupou papel central durante a entrevista coletiva com Sven Müller na capital alemã. Não se discute: Wagner era antissemita. Quem tenha qualquer dúvida, basta dar uma olhada em seu escrito "O Judaismo na Música", de 1850-69.
No entanto, o historiador ressalva: maldizer os judeus era perfeitamente "cool" entre a sociedade europeia do século 19. E não se esqueça: Wagner sempre esteve cercado de judeus, entre benfeitores e colaboradores dedicados --como o regente Hermann Levi.
Portanto, mais do que expressão de uma convicção sociológica ou de um ódio pessoal cego, o libelo em questão seria, antes, um testemunho do oportunismo característico do compositor, de seu talento para perceber, sintetizar, exagerar as tendências do momento - e se aproveitar delas. "Wagner sempre foi mainstream", resume Müller.
Nada disso, é óbvio, torna "O judaísmo na Música" menos pernicioso. Basta considerar como fez escola sua tese de que os judeus podiam ser excelentes intérpretes ou imitadores, mas jamais verdadeiros artistas criadores. Várias décadas mais tarde, esses argumentos de cunho racista continuariam servindo de munição crítica contra grandes compositores de origem judaica, como Gustav Mahler ou Arnold Schoenberg.
O GÊNIO REPOLITIZADO
O título do breve último capítulo do livro de Müller --seu "finale", na terminologia operística-- é uma pergunta: "Os traços de Wagner se perdem no século 21?". A resposta do historiador é um decidido "não". Pois os alemães provaram que o querem como parte de sua herança cultural, a todo custo. E a habilidade do gênio de polarizar, de provocar emoções exacerbadas, permanece em plena potência.
Não só por seus titânicos méritos artísticos, como graças a suas inconciliáveis contradições internas e a sua adaptabilidade camaleônica --justamente aquelas características que o faziam e fazem tão indigesto, como contemporâneo e como personagem histórica.
Por outro lado, na Alemanha pós-reunificação nota-se uma gradativa despolitização de Richard Wagner, aponta Sven Oliver Müller. Ou melhor: há ondas alternadas de despolitização e repolitização --como mostrou o súbito episódio de 2012, em torno do barítono russo Evgueni Nikitin e a tatuagem de suástica, em Bayreuth. Porém a tendência geral é à normalização de Wagner --que o historiador espera jamais seja completa, pois isso significaria também perder noção dos horrores do nacional-socialismo.
"Os mitos de Wagner e o mito Wagner não só seguiram sendo narrados na história alemã, como também transformados, reinterpretados e variados, de forma a servir aos interesses e valores dos autores. [...] Os papéis públicos designados a Wagner acompanharam, em grande parte, as transformações da sociedade alemã --e triunfaram ou fracassaram com ela". Em outras palavras: "Cada sociedade inventa para si o seu próprio Wagner".

terça-feira, maio 21, 2013

ENCONTRO CARIOCA

http://www.casseta.com.br/betosilva/2013/05/14/encontro-carioca/

E aí, cara?
- Tudo bem?
- Beleza! E você?
- Tudo joia.
- Pô, há quanto tempo a gente não se vê, hein?
- É...eu quase não te reconheci.
- Eu percebi… e o pessoal?
- Tudo em cima. E o teu?
- Tá legal também. E aí, continua lá?
- Lá? Não, saí.
- Eu também.
- E a galera de lá, tem visto?
- Não, nunca mais vi.
- Eu as vezes vejo uns da rapeize.
- Legal. Manda um abraço.
- Vou mandar. A gente podia combinar de se encontrar…
- É... uma boa.
- A gente podia marcar com a galera…
- É…
- Já pensou? A gente se reencontrando lá naquele lugar que a gente ia sempre?
- O lugar de sempre? Pô, ia ser legal!
- Então vou marcar. Tá combinado.
- Combinadíssimo. Tu marca e me avisa , hein!
- Pode deixar. Te mando uma mensagem no Face.
- Beleza. Então, até lá.
- Até lá. Muito bom te rever, cara!
- Também gostei.
O cara foi embora. Eu sei que conheço, mas não tenho a menor idéia de onde. Não sei onde é lá, nem de que galera ele tá falando e muito menos onde é o lugar de sempre que a gente se encontrava.
Aposto que o cara também não tem ideia.

PRECE DO BRASILEIRO

http://drummond.memoriaviva.com.br/alguma-poesia/prece-do-brasileiro/


Meu Deus,
só me lembro de vós para pedir,
mas de qualquer modo sempre é uma lembrança.
Desculpai vosso filho, que se veste
de humildade e esperança
e vos suplica: Olhai para o Nordeste
onde há fome, Senhor, e desespero
rodando nas estradas
entre esqueletos de animais.
Em Iguatu, Parambu, Baturité,
Tauá
(vogais tão fortes não chegam até vós?)
vede as espectrais
procissões de braços estendidos,
assaltos, sobressaltos, armazéns
arrombados e – o que é pior – não tinham nada.
Fazei, Senhor, chover a chuva boa,
aquela que, florindo e reflorindo, soa
qual cantata de Bach em vossa glória
e dá vida ao boi, ao bode, à erva seca,
ao pobre sertanejo destruído
no que tem de mais doce e mais cruel:
a terra estorricada sempre amada.
Fazei chover, Senhor, e já! numa certeira
ordem às nuvens. Ou desobedecem
a vosso mando, as revoltosas? Fosse eu Vieira
(o padre) e vos diria, malcriado,
muitas e boas… mas sou vosso fã
omisso, pecador, bem brasileiro.
Comigo é na macia, no veludo/lã
e matreiro, rogo, não
ao Senhor Deus dos Exércitos (Deus me livre)
mas ao Deus que Bandeira, com carinho
botou em verso: “meu Jesus Cristinho”.
E mudo até o tratamento: por que vós,
tão gravata-e-colarinho, tão
vossa excelência?
O você comunica muito mais
e se agora o trato de você,
ficamos perto, vamos papeando
como dois camaradas bem legais,
um, puro; o outro, aquela coisa,
quase que maldito
mas amizade é isso mesmo: salta
o vale, o muro, o abismo do infinito.
Meu querido Jesus, que é que há?
Faz sentido deixar o Ceará
sofrer em ciclo a mesma eterna pena?
E você me responde suavemente:
Escute, meu cronista e meu cristão:
essa cantiga é antiga
e de tão velha não entoa não.
Você tem a Sudene abrindo frentes
de trabalho de emergência, antes fechadas.
Tem a ONU, que manda toneladas
de pacotes à espera de haver fome.
Tudo está preparado para a cena
dolorosamente repetida
no mesmo palco. O mesmo drama, toda vida.
No entanto, você sabe,
você lê os jornais, vai ao cinema,
até um livro de vez em quando lê
se o Buzaid não criar problema:
Em Israel, minha primeira pátria
(a segunda é a Bahia)
desertos se transformam em jardins
em pomares, em fontes, em riquezas.
E não é por milagre:
obra do homem e da tecnologia.
Você, meu brasileiro,
não acha que já é tempo de aprender
e de atender àquela brava gente
fugindo à caridade de ocasião
e ao vício de esperar tudo da oração?
Jesus disse e sorriu. Fiquei calado.
Fiquei, confesso, muito encabulado,
mas pedir, pedir sempre ao bom amigo
é balda que carrego aqui comigo.
Disfarcei e sorri. Pois é, meu caro.
Vamos mudar de assunto. Eu ia lhe falar
noutro caso, mais sério, mais urgente.
Escute aqui, ó irmãozinho.
Meu coração, agora, tá no México
batendo pelos músculos de Gérson,
a unha de Tostão, a ronha de Pelé,
a cuca de Zagalo, a calma de Leão
e tudo mais que liga o meu país
e uma bola no campo e uma taça de ouro.
Dê um jeito, meu velho, e faça que essa taça
sem milagres ou com ele nos pertença
para sempre, assim seja… Do contrário
ficará a Nação tão malincônica,
tão roubada em seu sonho e seu ardor
que nem sei como feche a minha crônica.

segunda-feira, maio 20, 2013

Os últimos momentos do jornalismo de papel

http://www.cartacapital.com.br/economia/os-ultimos-momentos-do-jornalismo-de-papel


Ao migrar para a internet, os grandes jornais serão apenas mais um agente de informação
por Luis Nassif — publicado 20/05/2013 08:41
  
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Na última sexta feira, a editoria Poder, do jornalFolha de São Paulo, publicou 6 matérias. A primeira, sobre a votação da Lei dos Portos, dividida em algumas sub-retrancas. A mais importante descrevia a votação e as reações suscitadas, com informações que já haviam sido abundantemente exploradas no dia anterior - inclusive pela Folha online.
No Estadão, reduziram-se cadernos, notícias e equipes.
***
Historicamente, o produto "notícia" sempre se baseou em poucas variedades de embalagens. Nos jornais mundiais de maior peso, formadores de opinião, buscava-se diferenciar do produto "entretenimento". Para tanto, recorria-se a um estilo sóbrio, a um conteúdo analítico privilegiando o conceito de relevância.
Graças a isso, preservaram um público exigente, formador de opinião, que demanda do jornal o tratamento objetivo dos fatos e o exercício racional da análise - independentemente da linha política do jornal.
***
No caso brasileiro, desde os anos 90 os grandes jornais decidiram investir na notícia "entretenimento" e se valer dos recursos da dramaturgia como parte central da sua operação.
Esse estilo consistia no seguinte:
- Privilegiar sempre o fato próximo ao universo de informações do leitor comum. Por exemplo, se há uma reunião que define pontos importantes para o destino do país, privilegie a futrica, o detalhe pitoresco (bocejo de um dos presentes, ironia de outro etc.) em detrimento do assunto tratado.
- No caso de grandes escândalos, tratar os personagens centrais com a caracterização dos roteiros de novelas, transformando-os em vilões completos ou em heróis imaculados.
-Na hora da dramatização, não se prender aos fatos porque, em geral, são muito menos interessantes do que a fantasia. Com isso, aboliram-se os filtros mínimos de qualidade.
***
Durante algum tempo, funcionou, especialmente no período da redemocratização, no qual as fórmulas sensacionalistas, após anos de censura, eram novidade,
De início, houve queda de qualidade e da credibilidade. Com a ampliação da Internet, esse modelo ruiu.
O jornalismo entretenimento consolidou-se na televisão - de programas mais toscos, policialescos, a programas mais elaborados, tipo Fantástico. A migração do leitor de entretenimento acelerou com a Internet, oferecendo um prato para cada paladar.
Para se destacar no caos da Internet, os jornais teriam que investir no rigor e no discernimento. Mas radicalizaram no show.
***
Com isso, perderam os leitores de entretenimento e os leitores formadores de opinião. Ainda mantém o prestígio junto a setores mais refratários a mudanças - como os políticos e o poder judiciário. Mas é questão de tempo.
Também os grandes jornais migrarão para a Internet, terminando suas operações impressas. Mas lá serão apenas mais um agente de informação, com algum peso, mas sem poder mais ditar os rumos da opinião pública.
Cada dia em sua vida, nunca é mais, será sempre menos, deixando para trás seu grande momento de glória, os anos 90, no qual toda a opinião pública era conduzida por um aparato extraordinariamente reduzido de publicações: Folha, Estado, Veja, devidamente repercutidos pelo Jornal Nacional.

Simbolismo y belleza en la pintura de Jake Baddeley

http://trianarts.com/simbolismo-y-belleza-en-la-pintura-de-jake-baddeley/


Click en la imágen para ver más obras

Jake Baddeley

La magia en la pintura de este fantástico pintor de La Haya, que practica el llamado surrealismo mágico y el simbolista en el que representa, con su maravillosa imaginación toda la fantasía y magia que transmite a través de sus cuadros.
Su fuente de inspiración en los Grandes Maestros renacentistas, la iconografía, la filosofía y la mitología. Su técnica más utilizada es el óleo,; en su paleta de colores predominan los colores vivos ytransparentes.
Sus obras más famosas, entre otras:”Meta”, un tema surrealista de 2005, “El Pozo” de 2005, “La cuadratura del círculo” de 2005 y “Umbral”. Ha expuesto en Holanda, varios países europeos y americanos, siempre con enorme éxito, logrando captar de inmediato la atención del espectador con su pintura.
Sus cuadros están altamente demandados y cotizados por coleccionistas públicos y privados de todo el mundo.
Palabras del artista: “Mis pinturas se encienden gracias a la luz de la imaginación, la luz verdadera. Los lugares que visito en mi trabajo son siempre producto de mis sueños y también se bañan con esta luz. Es una luz emocional, que puede transportar una sensación, un humor o una idea. Es la luz de la nostalgia, de una memoria distante, la luz del jardín mágico de la niñez. Una imagen puede venir a mí completa, puedo llevarla a cabo en mi cabeza, acabo la pintura antes de que se descolore, no me gusta hacerme muchas preguntas, corregirlas o filtrarlas; si lo hago, me dejan siempre conpolvo en mis manos, o una pintura menos interesante”.
*Esta entrada fue publicada en este blog el 4 de mayo de 2011. Actualizada y ampliada el 21 de mayo de 2013.