domingo, abril 28, 2013

OURO DE TOLO


1 – Fórmula 1 só no Dia das Mães, 12 de maio, no Grande Prêmio da Espanha. Até aqui, ótimas corridas. Muitas ultrapassagens, polêmicas dentro e fora das pistas e a grande possibilidade de, no fim da temporada, Sebastian Vettel se tornar o mais novo tetracampeão da categoria. O primeiro depois de Alain Prost. Quanta honra, não?
2 – Abril está terminando. Maio está vindo aí, e com ele as duas principais provas do automobilismo mundial: o Grande Prêmio de Mônaco e as 500 Milhas de Indianápolis. E antes delas  a corrida de São Paulo da Fórmula Indy. O que nos leva a olhar para um espelho e refletir: será que algum brasileiro tem chance de se dar bem nessas provas?
3 – Vejam o caso de Felipe Massa. Não. Não se trata de “complexo de vira-latas”, de que fui acusado pelo único botafoguense da redação faz algum tempo. Quero ver como ele vai se sair quando (se) o time dele for campeão e precisar fazer carreata. Mas vá lá: cada um com suas ilusões.
4 – O caso é que Felipe, no momento, faz parte da seção “Ouro de Tolo”, na qual grandes personalidades tentam conseguir algo mais na área em que atuam, têm um fracasso retumbante e, pior, levam profissionais sérios a acreditarem que, como naquele brega, “daqui pra frente tudo vai ser diferente”.
5 – Mirem-se na frase incrivelmente lúcida de Muricy Ramalho: “A bola pune, mano”. A Fórmula 1 também não. Nela, se o piloto tiver a chance, por menor que seja, de ser campeão, ele deve aproveitar. Caso contrário, outro vai aproveitar melhor a oportunidade. E, tranquilamente, caminhará pela estrada dos tijolos amarelos. Enquanto o que vacilou passará a andar pelo vale das sombras da mediocridade.
6 – Conversei com meu amigo Tiago “Bólos” Bastos sobre isso. Na última corrida, o piloto brazuca ficou lá atrás. Como se diz, não saiu nem na fotografia. Tiago disse, naquele tom de crítica de quem não perdoa os fracassados: “E Felipe Massa, hein? Que coisa”. Falei para ele olhar além dos maus resultados. Para enxergar a floresta, em vez de se preocupar com apenas uma árvore. Afinal, nem todas as maçãs do cesto são ruins.
7 – Não estou bancando o “vira-latas”. Analiso aquilo que estou vendo. Por exemplo: sem qualquer demagogia, acredito que, na Libertadores, o Atlético-MG passará pelo São Paulo, o Corinthians avançará para as quartas, o mesmo ocorrerá com o Fluminense, o Palmeiras tropeçará no Tijuana. Creio também que, com a dificuldade habitual, o Grêmio se livra do Santa Fé.
8 – “O Mundial está no começo”, escreveu Fábio Seixas em seu blog. “Massa é o sexto colocado. Em 2012, após as mesmas quatro provas, era o 17º”.
9 – E continua: Não dá para delirar em vê-lo lutando pelo título, mas, sim, é possível esperar um ano mais digno. Até por sua sobrevivência na categoria”.
10 – Felipe Massa pode até “sobreviver” no Circo da Velocidade. Pode ser que o vejamos no grid em 2013. O ouro do tolo pode ter seus momentos de brilho. Por que não?

terça-feira, abril 23, 2013

Ex-presidente Lula escreverá mensalmente para o 'New York Times'

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/04/1267334-ex-presidente-lula-escrevera-mensalmente-para-o-new-york-times.shtml

23/04/2013 - 14h50

DE SÃO PAULO


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (23) que fechou contrato para escrever uma coluna mensal à agência de notícias do jornal "The New York Times", uma das principais publicações dos Estados Unidos.
Ontem, nos Estados Unidos, Lula reuniu-se com Michael Greenspon, diretor-geral do serviço de notícias do "New York Times". Eles fecharam o contrato para a coluna mensal do ex-presidente.
Lula deve começar a escrever sua coluna a partir de junho para a agência, que distribui conteúdo com o selo do "NYT". A coluna não será necessariamente publicada no jornal norte-americano.
A coluna não deve ser publicada em veículos de imprensa do Brasil por exigência do próprio Lula, segundo a assessoria de imprensa do ex-presidente. O texto será publicado em português no site do Instituto Lula.
A coluna tratará de política e economia internacional, e de iniciativas para o combate à fome e à miséria no mundo.
Ricardo Stuckert/Divulgação/Instituto Lula
Lula com Michael Greenspon, diretor-geral do serviço de notícias do "The New York Times"
Lula durante encontro com Michael Greenspon, diretor-geral do serviço de notícias do "The New York Times"

domingo, abril 21, 2013

ONDE OS MELHORES SE DÃO BEM


De acordo com a nossa boa e velha Wikipédia, a produção e o refinamento de petróleo respondem a aproximadamente 60% das exportações, 60% dos rendimentos do governo local e 30% do  Produto Interno Bruto do Bahrein – um arquipélago de 35 ilhas e ilhotas que fica no Golfo Pérsico, a leste da Arábia Saudita.
Em outras palavras, a galera do turbante de lá, graças ao óleo negro extraído do abençoado subsolo, tem mais dinheiro do que poderia gastar em uma vida só. E com toda essa grana sobrando, eles resolveram construir, em Sakhir, um dos melhores autódromos do planeta. E em menos de seis meses, atendendo a exigências de Bernie Ecclestone, o todo-poderoso.
O traçado da pista de Sakhir foi elaborado por Hermann Tilke, hoje o queridinho da FIA em matéria de designer de circuitos. O alemão assinou, por exemplo, o desenho de Austin (Texas) e o de Valência (Espanha). Mas acredito que uma das pérolas de sua carreira seja o Circuito Internacional do Bahrein.
Porque é uma pista onde os melhores conseguem se dar bem. Como aconteceu ontem, na prova de 57 voltas vencida pelo compatriota de Tilke, Sebastian Vettel.
No sábado, apesar de todo o evidente arrojo empregado para conquistar a pole position, Nico Rosberg dissera, com uma sinceridade profética: “A corrida será uma história totalmente diferente”. E foi isso o que justamente aconteceu. Ele cruzou a linha de chegada em 9º. Isso aconteceu devido a vários fatores, tais como o acerto inadequado do carro e estratégia malsucedida na escolha do tipo de pneu.
No entanto, quem deveria ocupar o lugar mais alto do pódio (completado pelas Lotus de Kimi Raikkonen e Romain Grosjean) tinha que ser mesmo um “diferenciado”, como Vettel. Alguém capaz de dominar a corrida inteira justamente por entender bem que Sakhir não perdoa quem não coloca a proverbial “faca nos dentes” na hora de negociar ultrapassagens – ainda mais depois de desacelerar de mais de 300 para módicos 70, 65 por hora.
Quanto à prova em si, pode-se dizer que foi muito boa. Alguns pilotos tiveram destaque bastante positivo. Um deles foi Sergio Perez, que enfim justificou sua contratação pela McLaren. A duas voltas antes da bandeirada, o mexicano estava em 8º, atrás de Fernando Alonso. Pois ele tratou de deixar o espanhol comendo areia e, antes do encerramento dos trabalhos, fez o mesmo com Mark Webber.
Perez é um piloto ainda em formação e está na equipe certa para brilhar. O que precisa é de tempo para tirar de letra as muitas críticas que recebe pelos maus resultados obtidos justamente em razão de apresentar grande inexperiência em um time que durante muito tempo foi a primeira força da Fórmula 1.
Por último, mas não menos importante. Alonso e Massa. Repito: o Bahrein premia os melhores. E mostrou ao mundo quem é quem, na Ferrari. A corrida poderia ter sido melhor se o Príncipe das Astúrias a tivesse disputado volta a volta com Sebastian. Os dois ferraristas acabaram sofrendo toda a sorte de problemas e despencaram para a zona intermediária da classificação. Mas Alonso conseguiu se recuperar. Chegou em oitavo. Felipe se conformou com o 11º lugar.
A diferença, senhoras e senhores, não poderia ser maior.

terça-feira, abril 16, 2013

SEM BUDISMO

PAULO LEMINSKI

Poema que é bom
acaba zero a zero.
        Acaba com.
Não como eu quero.
        Começa sem.
Com, digamos, certo verso,
        veneno de letra,
bolero. Ou menos.
        Tira daqui, bota dali,
um lugar, não caminho.
        Prossegue de si.
Seguro morreu de velho,
        e sozinho.

[do livro Distraídos Venceremos]

segunda-feira, abril 15, 2013

"The Orphan Master's Son", de Adam Johnson, ganha Pulitzer de melhor ficção

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/04/1262925-the-orphan-masters-son-de-adam-johnson-ganha-pulitzer-de-melhor-ficcao.shtml

15/04/2013 - 16h41

DE SÃO PAULO

A ficção "The Orphan Master's Son", do escritor Adam Johnson, é a vencedora da 97ª edição do Pulitzer, condecoração oferecida pela Universidade de Columbia de Nova York. A trama escrita pelo autor americano se passa na Coreia do Norte.
O anúncio da premiação foi feito nesta segunda-feira (15).
Pulitzer Prize Board/Associated Press
O escritor Adam Johnson, vencedor do Pulitzer de ficção
O escritor Adam Johnson, vencedor do Pulitzer de ficção
O comitê que deu a Johnson o prêmio descreveu o livro como "um romance requintadamente construído que carrega o leitor numa jornada aventurosa às profundezas do totalitarismo norte-coreano e aos mais íntimos espaços do coração humano".
Johnson é professor da Universidade de Stanford, e o livro é o terceiro de sua carreira.
Abaixo, assista ao escritor lendo uma passagem de seu livro:
Sharon Olds venceu o prêmio de poesia por sua coleção "Stag's Leap", descrita pelo júri como "uma sequência maravilhosamente aguda de poemas que conta a história de um divórcio, envolvendo fios de amor, sexo, pranto, memória e nova liberdade".
Nas categorias jornalísticas, o "The New York Times" conquistou quatro prêmios.
A publicação venceu, entre outros, o prêmio de melhor reportagem investigativa por uma série de artigos sobre denúncias de corrupção praticadas pela companhia Wal-Mart no México, segundo anunciaram hoje os organizadores.
SEM RECUSA
O prêmio de ficção dado a Johnson representa algum alívio aos ávidos por boa literatura, já que, em 2012, o comitê do Pulitzer se negou a premiar uma ficção. Foi a 11ª vez na história que o comitê se recusou a dar o prêmio para qualquer ficção, e a primeira desde 1977.
Vencedores recentes do prêmio nessa categoria incluem Jennifer Egan por "A Visita Cruel do Tempo" (2011), Paul Harding por "A Restauração das Horas" (2010), Elizabeth Strout por "Olive Kitteridge" (2009) e Junot Diaz por "A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao" (2008).
Em 2012, segundo o administrador dos prêmios Pulizter, Sig Gissler, nenhum dos três finalistas ("Sonhos e Comboios", de Denis Johnson, "Swamplandia!", de Karen Russell, e "The Pale King", de David Foster Wallace) obteve a quantidade de votos necessária para garantir a honraria.
Em quase cem anos de história, o prêmio Pulitzer já premiou ficções americanas históricas como "O Sol é Para Todos", de Harper Lee, "E o Vento Levou", de Margaret Mitchell, "O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway e "As Vinhas da Ira", de John Steinbeck
*
Veja a lista completa dos premiados abaixo:
LITERATURA
Ficção: "The Orphan Master's Son", de Adam Johnson (Random House)
Drama: "Disgraced", de Ayad Akhtar
História: "Embers of War: The Fall of an Empire and the Making of America's Vietnam", de Fredrik Logevall (Random House)
Biografia: "The Black Count: Glory, Revolution, Betrayal, and the Real Count of Monte Cristo", de Tom Reiss (Crown)
Poesia: "Stag's Leap", de Sharon Olds (Alfred A. Knopf)
Não Ficção: "Devil in the Grove: Thurgood Marshall, the Groveland Boys, and the Dawn of a New America", de Gilbert King (Harper)
MÚSICA
"Partita for 8 Voices", de Caroline Shaw (New Amsterdam Records)
JORNALISMO
Prestação de Serviços: "Sun Sentinel", de Fort Lauderdale, Flórida
Breaking News: equipe do "The Denver Post"
Jornalismo Investigativo: David Barstow e Alejandra Xanic von Bertrab, do "The New York Times"
Explanatory Reporting: The New York Times staff
Reportagem Local: Brad Schrade, Jeremy Olson e Glenn Howatt, do "Star Tribune", de Minneapolis
Reportagem a nível Nacional: Lisa Song, Elizabeth McGowan e David Hasemyer, do "InsideClimate News", do Brooklyn, NY
Reportagem Internacional: David Barboza, do "The New York Times"
Escrita: John Branch, do "The New York Times"
Comentário: Bret Stephens, do "The Wall Street Journal"
Crítica: Philip Kennicott, do "The Washington Post"
Editorial: Tim Nickens e Daniel Ruth, do "Tampa Bay Times", de St. Petersburg, Flórida
Cartunista: Steve Sack, do "Star Tribune", de Minneapolis
Fotografia Breaking News: Rodrigo Abd, Manu Brabo, Narciso Contreras, Khalil Hamra e Muhammed Muheisen, da Associated Press
Fotografia: Javier Manzano, da AFP

domingo, abril 14, 2013

O MELHOR TROFÉU


Antes de mais nada, um pouco de história. E que história.
Em 1993, Donington Park, na Inglaterra, sediou o Grande Prêmio da Europa. Um dos tantos artifícios empregados pela FIA para um país do Velho Continente receber pelo menos dois Grandes Prêmios por ano. Outro exemplo conhecido é a Espanha.
Pois bem. Vinte anos atrás, debaixo de um temporal daqueles, aconteceu em Donington algo que só não poderia ser chamado de milagre porque fruto do talento e da competência.
Em razão de um péssimo acerto na qualificação do sábado, Ayrton Senna se posicionando em quarto no grid. Dominaram a primeira fila as Williams, com Alain Prost (1º) e Damon Hill (2°). Em terceiro, Michael Schumacher. Em condições normais de temperatura e pressão, qualquer observador com um mínimo de bom senso diria: “Vai dar dobradinha da Williams, sem dúvida”.
Mas com Ayrton não existia esse negócio de “condições normais”. Ainda mais na chuva. Então, no que ficou conhecido como A Melhor Primeira Volta da Fórmula 1, Senna – depois de uma largada horrorosa – ultrapassou Schumacher logo na curva inicial. Na sequência estilosa ficaram para trás Karl Wendlinger (piloto da Sauber), Damon Hill e, por último, Prost. O tricampeão brazuca não largou mais a primeira posição até o fim da prova.
Duas décadas depois, aquele que muitos (inclusive o autor destas bem-traçadas) consideram o melhor piloto da categoria venceu o Grande Prêmio da China, realizado ontem. Ele não precisou de uma primeira volta “fantárdiga” – como diria o Jock. Contou com uma largada pavorosa de Raikkonen, posicionou-se atrás de Lewis Hamilton, com Felipe Massa em terceiro, e ao longo de 56 voltas mostrou mais uma vez que também é um piloto “diferenciado”, para importar um termo futebolístico.
Talentoso e competente, sim, mas também tem seus momentos de espírito de porco. Não leram a declaração grosseira dele, em relação aos bons resultados de Massa? Pois aqui vai: “Ando muito estressado. A verdade é que não durmo desde a Austrália. Meu cabelo cai... Um drama total”. Voltamos a dar razão a Massa: “Se quiser um amigo na Fórmula 1, compre um cachorro”. No Circo da Velocidade, o “cada um por si” sempre falará mais alto.
Todas as vezes em que ouço ou encontro na mídia um desses modelos de estupidez desnecessária, entendo que é muito melhor para os autores de declarações idiotas como as de Alonso realizarem calados o excelente trabalho de que são capazes.
Por outro lado, quando o piloto é elogiado por praticamente toda a imprensa esportiva de dois países (da Espanha e da Itália), dá até para não condenar o Príncipe das Astúrias por às vezes ficar um tom acima da cordialidade.
Marco Mensurati, blogueiro do jornal italiano La Reppublica, escreveu sobre a performance de Alonso o seguinte"Ele suportou toda a pressão que a imprensa colocou sobre ele. Com uma corrida excepcional e segura, Alonso amedronta todos. Ao fim das 56 voltas do GP da China, a mensagem é forte e clara: a Ferrari F138 é um grande carro e seu primeiro piloto está em alta".
Em alta inclusive no plano sentimental. Durante a corrida, pelo menos duas vezes a câmera captou a excepcional figura da namorada de Alonso. A modelo russa Dasha Kapustina é uma beldade espetaculosa que merece figurar na página 2 deste E+. Ainda mais com seu discreto sorriso de Mona Lisa, devidamente registrado em Xangai, que para o sortudo Alonso certamente significa o melhor dos troféus. É isso aí.

quinta-feira, abril 11, 2013

Rosiska Darcy de Oliveira é eleita para a Academia Brasileira de Letras

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1261000-escritora-rosiska-darcy-de-oliveira-e-eleita-para-a-academia-brasileira-de-letras.shtml

11/04/2013 - 16h44

DO RIO


A jornalista, escritora e militante social Rosiska Darcy de Oliveira foi escolhida, na tarde desta quinta (11), como a nova integrante da Academia Brasileira de Letras, em eleição realizada na sede da instituição, no centro do Rio.
Rosiska venceu no primeiro escrutínio, com 23 dos 38 votos possíveis (duas cadeiras estavam vagas). Ela derrotou outros 14 candidatos, entre eles os poetas Antonio Cícero e Marcus Accioly, que tiveram seis e cinco votos, respectivamente. A historiadora Mary Del Priori foi a quarta colocada, com quatro votos.
"Venceu uma candidata que está à altura da Academia", disse o imortal Eduardo Portella. "É uma escritora, uma mulher pública com grande militância no feminismo sem sectarismo. Ela alia essa condição de escritora, jornalista, militante. Tem alguns livros muito interessantes publicados, me agrada particularmente 'O Elogio da Diferença'", afirmou Portella.
Onofre Veras/AgNews
A escritora Rosiska Darcy de Oliveira
A escritora Rosiska Darcy de Oliveira
Natural do Rio, Rosiska é bacharel em direito pela PUC e já trabalhou como jornalista na TV Globo e no "Jornal do Brasil". Durante a ditadura militar, viveu na Suíça, onde se tornou doutura na Universidade de Genebra. Trabalhou no governo federal, presidindo o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.
Seus dois primeiros livros, "Le Féminin Ambigu" e "La Culture Des Femmes", foram publicados na Europa. Entre suas principais obras, estão "Outono de Ouro e Sangue" (2002), "Reengenharia do Tempo" (2003), "A Natureza do Escorpião" (2006) e "Chão de Terra" (2010).
Nelas, discute temas como o desejo da sociedade por status, a organização do cotidiano, a ditadura do corpo, entre outros.
"A Academia sempre escolhe bem. É uma pessoa representativa da área cultural e que vai contribuir grandemente", disse o senador e imortal José Sarney.
Os acadêmicos também destacaram o fato de Rosiska ser apenas a quinta mulher entre os agora 39 membros da ABL. "A cota de mulheres aqui está insuficiente, e a Academia não pode projetar essa imagem machista", disse Portella.
"Até pouco tempo, a Academia não aceitava mulheres, por um argumento que nos parece bizarro, o estatuto dizia que ela era privativa de 'brasileiros'. Mas tivemos a abertura da Casa com a Raquel de Queiroz e grandes mulheres têm passado por aqui", afirmou Sarney.
A nova imortal, que concorria pela primeira vez, terá assento na cadeira nº 10 da ABL, que já foi ocupada por Rui Barbosa e estava vaga desde a morte de seu último ocupante, o poeta Lêdo Ivo (1924-2012), em dezembro passado.
A posse da eleita será marcada em até 60 dias, segundo o secretário-geral da ABL, Geraldo Holanda Cavalcanti, que presidiu a sessão em substituição à presidente Ana Maria Machado, ausente por motivos particulares.
"Foi uma bela eleição, tivemos candidatos muito fortes", afirmou Cavalcanti. "Rosiska é uma pessoa conhecida nacional e internacionalmente, tem um histórico ímpar em movimentos sociais. Estamos satisfeitos por ter uma pessoa do gabarito dela e com projeção no trabalho social."



quarta-feira, abril 10, 2013

Gays enfrentam dilema para sair do armário em Brasil 'polarizado'

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/04/10/gays-enfrentam-dilema-para-sair-do-armario-em-brasil-polarizado.htm


A decisão da cantora baiana Daniela Mercury de assumir um relacionamento afetivo com uma mulher trouxe à tona um dilema enfrentado pelos gays brasileiros atualmente. Se por um lado mudanças recentes criaram um ambiente mais aberto para que homossexuais possam "sair do armário", por outro, a sociedade brasileira vive hoje um cenário de crescente polarização sobre o assunto.
  • instagram/danielamercury
    Imagens divulgadas por Daniela Mercury no Instagram mostram a cantora com a companheira, a jornalista Malu Verçosa
O quadro atual inclui a conquista de direitos pelos gays, como a decisão do STF que aprovou a união civil estável, e a mobilização dos movimentos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais) para mantê-los e ampliá-los. Mas há também confrontos acirrados com grupos religiosos e uma preocupação cada vez maior com ataques homofóbicos em todo o país, que matam uma pessoa a cada 26 horas - segundo o Relatório de Assassinato de LGBT de 2012, publicado pelo Grupo Gay da Bahia.

Lideranças de movimentos gays apontam que parte deste momento de tensão na sociedade brasileira se intensificou com a eleição do deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) - acusado de homofobia - para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias do Congresso (CDHM). A posse de Feliciano no cargo desencadeou uma série de protestos.

O acirramento do debate, no entanto, é visto como consequência natural do processo democrático, na visão dos entrevistados pela BBC Brasil.

"É natural que quanto mais direitos a comunidade LGBT obtenha e mais a sociedade avance, maior seja também o extremismo dos que são contra", diz Rafael Puetter, ativista baseado no Rio de Janeiro conhecido por seus vídeos em que seu personagem "Rafucko" satiriza a "ditadura gay" - regime que, segundo algumas lideranças evangélicas, os homossexuais estariam tentando implementar no Brasil.

"A discussão está num ponto muito nervoso no país nesse momento", diz ela.

Aos 27 anos, Rafael representa a geração atual, que faz questão de defender seus direitos. Seu blog e suas manifestações já foram alvo de reportagens no Jornal do Brasil e na Folha de S. Paulo. No Twitter, ele já tem quase 9 mil seguidores, e no Facebook, mais de 5 mil.

A opinião do carioca é partilhada pelo jornalista Julio Wiziack, de 39 anos, autor do livro Abrindo o Armário: Encontrando uma Nova Maneira de Amar e Ser Feliz, que reconta suas experiências ao se declarar abertamente gay.

"Eu ainda estou com dúvida se o surgimento de Marco Feliciano é bom ou ruim, porque nunca se falou tanto da comunidade gay no país. O confronto é inevitável, e é difícil prever o que vai sair daí, mas acho que não há como avançar sem termos esse confronto, que pode ter um saldo muito positivo", diz.
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Famosos que "saíram do armário"29 fotos

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A cantora Marina Lima assumiu sua bissexualidade em entrevista à revista "Slogan", em 1983 Folha Imagem

"Hoje em dia é muito mais fácil se assumir abertamente gay, e creio que não há espaço para retrocesso. A abertura é irreversível e acho que não está em risco. (...) Antes não havia confronto porque todo mundo estava dentro do armário", avalia.

Mercury

Foi exatamente neste cenário de polêmica que Daniela Mercury publicou, na semana passada, uma série de fotos em sua conta na rede social Instagram, tornando público seu relacionamento com a jornalista Malu Viçosa: "Malu agora é minha esposa, minha família, minha inspiração pra cantar".

Dias antes, diversas celebridades já haviam engrossado a lista dos que protestam contra o deputado Marco Feliciano. A atriz Fernanda Montenegro, de 83 anos, beijou a colega Camila Amado, de 77, na boca, durante a entrega de um prêmio teatral, e os atores Bruno Gagliasso e Matheus Nachtergale protagonizaram manifestação semelhante.

Mas a cantora foi a primeira figura de destaque nacional a mencionar o parlamentar ao tomar uma decisão deste porte.

"Eu comuniquei meu casamento com Malu para tratar com a mesma naturalidade que tratei outras relações. É uma postura afirmativa da minha liberdade e uma forma de mostrar minha visão de mundo. Numa época em que temos um Feliciano desrespeitando os direitos humanos, grito o meu amor aos sete ventos. Quem sabe haja ainda alguma lucidez no Congresso Brasileiro!", disse em um comunicado.

Em entrevista ao Fantástico, programa da TV Globo, Daniela disse que "não foi por causa dele (Marco Feliciano) que fiz isso, mas fico muito feliz que essa minha necessidade pessoal tenha coincidido com esse momento em que isso se faz tão necessário para o Brasil. (...) Não gosto de rótulos, mas estou nessa luta, na luta da comunidade LGBT, sem dúvida".

'Momento contraditório'

Luiz Mott, antropólogo e fundador do Grupo Gay da Bahia, que há mais de três décadas integra o movimento LGBT no Brasil, diz que o país vive um momento "extremamente contraditório" e que o cenário para os 20 milhões que integram a comunidade e são cerca de 10% da população ainda é incerto.

"Do lado cor de rosa, abrigamos a maior parada gay do mundo, temos a união civil aprovada pelo STF e em dez Estados já se pode casar diretamente, sem passar pela união estável. Mas também somos campeões no índice de assassinatos de homossexuais e transsexuais, com 338 execuções em 2012, e há que se ressaltar que a realidade ainda é muito pior no interior do que nos grandes centros", avalia.

Mott cita como exemplos negativos o veto da presidente Dilma Rousseff a uma cartilha contra a homofobia, que seria divulgada nas escolas brasileiras e já havia sido aprovada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e pelo Conselho Federal de Psicologia, e a um material de campanha de prevenção ao HIV/Aids durante o último Carnaval, retirado de circulação por fazer menções a relações homossexuais.

Já a decisão de Daniela, sua conterrânea, é vista como um bom sinal. "Com certeza muitos jovens com medo de se assumir vão se inspirar na Daniela Mercury", diz.

Observando os avanços e retrocessos da sociedade brasileira nos últimos 30 anos, o baiano é categórico ao avaliar o momento atual. "O Brasil é um país onde os gays podem se casar, mas não podem andar de mãos dadas nas ruas".
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Casamento coletivo gay reúne 92 casais no Rio36 fotos

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9.dez.2012 - A cerimônia coletiva de casais homossexuais uniu 92 casais, no auditório do Tribunal de Justiça do Rio, no centro da capital fluminense Leia mais Marcelo de Jesus/UOL

terça-feira, abril 09, 2013

Nanda Costa aparece de calcinha e sutiã na "Playboy"; veja


09/04/2013 - 15h27
DE SÃO PAULO
A atriz Nanda Costa, 26, é um dos destaques da "Playboy" de abril.
A Morena de "Salve Jorge" (Globo) aparece de calcinha e sutiã nas páginas da revista.
Antes de topar fazer o ensaio desinibido, ela foi convidada --no começo do ano-- para aparecer nua na publicação.
"Foi uma sondagem e não chegamos a falar sobre valores", afirmou ela na ocasião. "Estou focada na novela e, depois, tenho três filmes para gravar. Além disso, prefiro ficar nua em trabalhos que têm relação com minha carreira de atriz."
O rumor era que a revista teria oferecido R$ 1,5 milhão pelo ensaio.

segunda-feira, abril 08, 2013

Filha de chefão de F-1 posa seminua para ensaio da 'Playboy' europeia

28/03/2013 - 20h16

DE SÃO PAULO


A modelo Tamara Ecclestone, 28, filha do chefão comercial da F-1, Bernie Ecclestone, fez um ensaio de oito páginas da edição europeia da Playboy, que serão publicadas na edição de abril.
Ela e a revista divulgaram uma foto da sessão que fez em Los Angeles, nos Estados Unidos. O pai deu 'todo o suporte e apoio' para que ela posasse, diz comunicado da revista.

Ecclestone e família

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Reprodução/instagram/playboydotcom
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Tamara Ecclestone em foto divulgada pela revista 'Playboy' europeia
Tamara é italiana de nascimento, e casada com o corretor de ações Jay Rutland. Ela é filha do primeiro casamento de Bernie, com a croata Slavica, e tem uma irmã Petra, além de uma meia-irmã, Deborah.
Ainda no comunicado, ela e a revista garantem que a motivação para as fotos não foi o dinheiro.
O pai administra a F-1 desde os anos 1980 e a categoria, estima-se, fatura cerca de R$ 2 bilhões anuais. Tamara circula pelos boxes da F-1 desde criança.

quarta-feira, abril 03, 2013

Juiz de Minas diz que torcedor não deve esperar por 'conforto' em estádio

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1256796-juiz-de-minas-diz-que-torcedor-nao-deve-esperar-por-conforto-em-estadio.shtml


PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

Um juiz mineiro negou a um torcedor o ressarcimento pelo ingresso pago e indenização por dano moral devido às confusões ocorridas na reabertura do estádio Mineirão, em 3 de fevereiro. O motivo: torcedores não devem ir ao estádio esperando por "conforto", diz a decisão da última segunda-feira (1º).
Os 52.989 torcedores que pagaram para ver, há dois meses, o clássico Cruzeiro e Atlético no estádio recém-reformado para a Copa enfrentaram falta de água e de comida, já que os bares estavam quase todos fechados, e banheiros sem a devida higienização e papel.
O advogado Pedro Henrique Ramirez Pires, que estava no estádio, entrou com ação na Justiça criticando as condições do estádio.

Reinauguração do Mineirão

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Bruno Figueiredo/Folhapress
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Vista da arquibancada na reinauguração do Mineirão
Mas o juiz Sergio Castro da Cunha Peixoto, do Juizado Especial Cível, considerou que "ninguém frequenta um estádio de futebol em busca de alimentação ou conforto, mas da emoção de presenciar ao vivo e junto a inúmeros outros torcedores a partida do time de futebol da sua preferência".
Na sentença, Peixoto escreveu que "a obrigação contratual das rés" (Cruzeiro e Minas Arena, a gestora do estádio) foi cumprida. Ou seja, o jogo se realizou.
O magistrado afirmou ainda que já era de se esperar que o Mineirão não apresentasse condições ideais no dia da reinauguração, principalmente porque o evento "ocorreu às pressas por questões meramente políticas". Para o juiz, o "desconforto" já era "previsível" e, portanto, o torcedor deveria ter se "preparado".
O autor da ação disse à Folha que vai recorrer da sentença por entender que não houve a "interpretação correta do caso". Pires não quis dizer se é torcedor do Cruzeiro ou do Atlético-MG.
DIREITO DO CONSUMIDOR
O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Minas, Marcelo Barbosa, disse que toda prestação de serviço tem que ser "adequada, eficaz e confortável para o consumidor".
Segundo Barbosa, que também é coordenador do Procon da Assembleia Legislativa, o Código de Defesa do Consumidor garante reparação patrimonial e moral quando esses direitos não são respeitados.
"O que tem que deixar claro é que houve lesão ao direito do consumidor, tanto é que o Estado multou a empresa [Minas Arena em R$ 1 milhão]", disse.