segunda-feira, outubro 05, 2009

FEIRA DO LIVRO JÁ!

E a 3ª Feira do Livro foi adiada. Como diria o personagem de Charles Schulz, o filósofo contemporâneo Charlie Brown: “Que lástima!”.
À reportagem de O Estado, o presidente da Fundação Municipal de Cultura Func, Euclides Moreira Neto, disse que a mudança de data para o período de 20 a 29 de novembro “favorecerá um tempo maior para finalização dos ajustes técnicos, visando à montagem de uma estrutura da dimensão da Feira do Livro”.
No meu entendimento, a Feira foi relegada para um triste quinto plano, em relação a outros eventos presentes no calendário da fundação. A gestão municipal anterior deu ao evento o respeito devido: em outubro, mês para o qual estava marcado o evento, a Cidade das Letras foi erguida e durante duas semanas transformou a Ilha no país dos sonhos de Monteiro Lobato.
Um outro bom exemplo para a Func de Euclides Moreira é o Festival Geia de Literatura. Em setembro, dias antes da Romaria, a praça em frente à Igreja de São José de Ribamar torna-se um pequeno grande paraíso das letras, enquanto outros locais na Cidade Balneária voltam-se para o incentivo à educação – tão necessária para este país, que hoje, como se sabe, encontra-se na 75ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). E a educação se dá basicamente pela ascensão do livro na formação humanística dos indivíduos. Experiência que, no entendimento da inesquecível Hortência (não a do basquete e sim da atual turma de Letras da Universidade Federal do Maranhão), perpassa a experiência dos homens e promove sua transformação, pelo intelecto, dentro dos agrupamentos sociais aos quais pertencem e dos quais participam atualmente.
Para retornar aos trilhos: como diria um amigo meu em seus momentos “sem-noção”, nós não se podemos esquecer o 7º Salão do Livro de Imperatriz, que este ano foi maravilhosamente antecipado para este mês (de 17 a 25). O presidente da Academia Maranhense de Letras, Agostinho Noleto, declarou à imprensa que a mudança ocorreu em razão do adiamento, para o ano que vem, do Salão do Livro de Brasília. Segundo o imortal tocantino, o evento por ele capitaneado será “superlativo”.
Espero que a Feira do Livro seja assim. Mas vocês devem estar se perguntando por que entendo que os preparativos de um de nossos maiores eventos culturais não passaram de projetos colocados dentro de alguma gaveta, tendo sido colada neles a etiqueta com a frase “Amanhã a gente resolve”.
As respostas estão na página do Pergentino Holanda, neste jornal. “Nós realizamos uma programação junina que foi encerrada somente em agosto”, justifica-se o titular da cultura do Município. “Tivemos ainda a realização da programação do aniversário de São Luís e acabamos protelando projetos. Admitimos que perdemos alguns prazos que podiam inviabilizar, juridicamente, a execução do projeto dentro da legalidade”. Em outras palavras, nosso bom Euclides nos últimos tempos pensou em tudo. Exceto na Feira do Livro. Caso tenha pensado, foi atropelado pelas circunstâncias. Pelo jeito, há mais detalhes na programação de uma fundação de cultura do que sonha a nossa van – a nossa vã filosofia (essa oportunidade eu não podia perder).
Mas chega de críticas, né não? Muito pior teria sido se a Feira tivesse sido cancelada. Acreditamos que a Prefeitura de São Luís tem todas as condições de promover um evento de grande porte, inclusive erguendo uma Cidade das Letras – em que pese o espaço exíguo da Praça Maria Aragão – maior e melhor do que a apresentada pela administração pedetista. Só não digo que vamos torcer porque, para a Bruna Surfistinha, “torcer dói”.

Um comentário:

José Neres disse...

Muito bom esse artigo, Ney. Tudo nele reflete a mais pura verdade. Um abraço!