sábado, dezembro 18, 2010

Inter supera trauma, garante 3º lugar com 4 a 2 e leva Roth às lágrimas

Jeremias Wernek
Em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos)


O Inter ainda estava abatido e melancólico. Mas mesmo assim conseguiu vencer o Seongnam, da Coreia do Sul, por 4 a 2 e garantiu o terceiro lugar no Mundial de Clubes da Fifa, em Abu Dhabi. Tinga, Alecsandro duas vezes e D’Alessandro marcaram para os brasileiros. Molina descontou quase no final, por duas vezes. O técnico Celso Roth, pressionado após o vexame vermelho contra o Mazembe, caiu em lágrimas na comemoração do segundo gol.

Roth foi vaiado quando teve sua imagem reproduzida no telão. Dirigentes não vêem nele capacidade para reverter o ambiente após a campanha no Mundial. Sua chance de seguir trabalhando no estádio Beira-Rio em 2011 é quase nula. O gol de Alecsandro, garantindo a vitória ainda na etapa inicial, permitiu o profissional extravasar.

Não foi uma atuação luxuosa, muito menos vistosa do time vermelho. Mas permitiu que Renan, Guiñazu, D’Alessandro e companhia recuperassem um pouco da moral nos Emirado Árabes. O Zayed Sports City, que também é palco da grande decisão, recebeu um bom contingente de colorados. Em sua maioria, os torcedores apoiaram a equipe.

Tensão e gol
O começo de jogo para o Inter carregava ainda os resquícios da semifinal com o Mazembe. Assim, o time mostrava grande abatimento. Durante 10 minutos, foi o Seongnam quem comandou a partida. Mas não se aproveitou para tentar abrir o marcador. Lentamente, se aproveitando das limitações sul-coreanas, os gaúchos partiam mais para frente.

Aos 14 minutos, em jogada pela direita, saiu o primeiro gol do Inter em Abu Dhabi. Um jogo depois do esperado. Mas aconteceu. Alecsandro foi para fora da área e tocou para o meio. Tinga, de ombro, desviou do goleiro. Na comemoração, o camisa sete se ajoelhou no campo, abraçado pelos companheiros.

Era o 'estopim' para o despertar do Inter em campo. Ainda titubeando na defesa, os brasileiros tomaram um susto quando Molina ajeitou e bateu por cobertura de fora da área. O chute do colombiano raspou no travessão e saiu. Sorte de sobra, ausente na partida contra o Mazembe.

Aos 19, Alecsandro – vaiado pelos torcedores do Inter no estádio, tentou aplacar todas as críticas com um gol de classe. O centroavante dominou de costas e arriscou uma bicicleta, mas tocou por cima do gol. Oito minutos mais tarde, depois de D’Alessandro driblar marcador, o próprio camisa nove bate colocado para ampliar o marcador.

Na comemoração, Alecsandro correu em direção ao banco. Não para saudar Celso Roth, mas para reverenciar Abbondanzieri, que se aposentou neste sábado. No meio do caminho, no entanto, o técnico vermelho roubou a cena ao aparecer chorando, na celebração do gol.

Antes do intervalo, o Internacional ainda teve outra boa notícia: Jang Suk Won foi expulso depois de cometer duas faltas fortes em Tinga. Mais liberdade em uma partida que começou extremamente tensionada.

O cenário imaginado contra o Mazembe, de vitória, se confirmou no segundo tempo. O Inter ampliou o marcador cedo. Em contra-ataque rápido, Rafael Sóbis progrediu pela direita e serviu D’Alessandro. O argentino deslocou o goleiro com um chute rasteiro, no canto esquerdo.

Homenagem para Pato
Com um a mais em campo, o Internacional avançou sua linha de marcação e encurralou por completo do Seongnam. Aos 25 minutos, depois de uma séria de tentativas com conclusão equivocada, Alecsandro desviou para o fundo da rede após cruzamento de Nei. O camisa nove do Inter estava impedido, mas a arbitragem não assinalou e confirmou o gol.

Celso Roth ainda prestou uma homenagem para o argentino Abbondanzieri. Encerrando a carreira em 2010, o gringo entrou aos 28 minutos no lugar de Renan e foi ovacionado por companheiros e torcida. Mas dez minutos mais tarde, Molina tocou no canto superando Pato e descontando para os sul-coreanos.

Posto assegurado e moral um pouco recuperada. O Inter não reduz seu vexame, muito menos ameniza a dor da torcida que viajou até o Oriente Médio. Mas breca o que poderia ser um final ainda mais trágico de ano.

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