quinta-feira, julho 05, 2012

James Shapiro compara interesse por Shakespeare a vício em drogas

05/07/2012 - 19h42

RODRIGO LEVINO
ENVIADO ESPECIAL A PARATY (RJ)

Em entrevista na tarde desta quinta-feira (5), na Flip, o escritor norte-americano James Shapiro declarou, bem-humorado, que William Shakespeare foi "a droga mais pesada" na qual ele se viciou.

Acompanhe a cobertura da Flip

Estudioso da literatura no período elisabetano, Shapiro, autor do livro "Um Ano na Vida de William Shakespeare", é considerado um dos maiores especialistas em atividade na obra do dramaturgo inglês.

Ele dividirá com Stephen Gleenbath, outro expert no assunto, a mesa "O Mundo de Shakespeare", nesta sexta-feira (6), às 12h, na Tenda dos Autores.

Shapiro contou que, na infância, odiava as obras do dramaturgo por causa das obrigações escolares. "Mas a partir do momento em que me permiti conhecê-lo mais aprofundadamente, ainda na juventude, me viciei completamente."

A paixão, segundo ele, se explica pela vastidão da obra do bardo. "Não há aspecto da vida humana que Shakespeare não tenha abordado, esmiuçado, seja de aspecto político, econômico ou social", disse ele.

Para o especialista, a genialidade de Shakespeare estava no talento em construir, com seus livros, usando elementos comezinhos do dia a dia, desde a fofoca, passando por dogmas religiosos e miudezas do convívio social, uma identidade atemporal para a sociedade moderna.

Ao falar da face política das peças, Shapiro disse acreditar que Shakespeare pode ser analisado sob qualquer ideologia que nele serão encontrados elementos suficientes para desenvolver estudos, pendam esses aspectos mais para a direita ou para a esquerda.

"A prova dessa universalidade dele é ter rompido a barreira da linguagem e se tornado passível de adaptação a qualquer tempo, época ou realidade. Estejamos na Inglaterra, na China ou na Bulgária."

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