DEU BRASIL NAS 500 MILHAS DE
INDIANÁPOLIS!
Acho que essa deveria ser a manchete dos
nossos principais cadernos esportivos, do famoso Oiapoque ao não menos célebre
Chuí. E ao fim e ao cabo é muito melhor comentar o que aconteceu na Indy-500.
Porque o GP de Mônaco foi quase uma chatice só.
“Quase” graças à barbeiragem de Felipe
Massa. Não fosse pela batida bisonha do ferrarista, a corrida no principado
teria sido uma completa chateação. Imaginem um monte de automóveis de corrida se
arrastando num circuito sem pontos de ultrapassagem ao longo de 78 voltas.
Valeu, Felipe! Depois que você saiu da corrida, os bólidos se juntaram e aí sim
os pilotos se lembraram de que fazem parte de uma competição.
Chega de Fórmula 1. Falemos de Tony Kanaan.
Certa vez, em outra 500 Milhas, ele
ousou blasfemar. Declarou para o repórter da Band de então – Antônio Pétrin, se
a memória não falha – que a prova não passava de “uma corrida qualquer”. Depois
de ontem, duvido que volte a fazer ou mesmo pensar em uma declaração tão
estapafúrdia.
Logo no início, ele deu mostras de que
estava mesmo a fim de vencer a Indy-500. Na largada, já foi deixando para trás
pelo menos cinco adversários. Mas até aí outros pilotos também queriam muito
vencê-la. Ed Carpenter, por exemplo. Marco Andretti também. Vou confessar: para
mim, o neto do grande Mario Andretti iria levar o caneco e o milhão de dólares
da premiação concedida ao vencedor. O carro dele conseguia ser mais forte que o
de Carpenter, principalmente nas retas, quando o motor tinha de falar mais
alto.
Mas quem assistiu às 200 voltas não
podia determinar o vencedor com tanta facilidade. Não com as constantes
mudanças de líderes. Até um estreante como A.J. Allmendinger conseguiu chegar à
ponta. Quem chegava ao primeiro posto não ficava uma volta nessa posição.
Kanaan estava em 12º quando recebeu a
bandeira verde. Recebeu a quadriculada dupla em primeiro porque colocou a
Indy-500 como sua prioridade. Outra: não estava disposto a deixar os erros
cometidos em São Paulo o atrapalharem. Para tanto, a KV Racing trabalhou
direito, feito relógio mesmo, nas paradas para reabastecimento e troca de
pneus.
Tudo bem medido e bem pesado,
Indianápolis se tornou verde e amarela por um domingo. Se a corrida tivesse
sido transmitida pela Globo, teríamos o “Tema da Vitória”. Como não foi, só nos
resta dar graças pelas pequenas grandes bênçãos.
Um comentário:
Parabéns Ney, primeira vez que escrevo a vc, pois vê um comentarista local falando com tanta propriedade sobre automobilismo é novidade pra mim, alias sua coluna é até melhor do que muitos que se acham donos da verdade por esse Brasil a fora.
Parabéns pela forma sincera e clara dos comentários, principalmente pela F1 que esta se tornando a cada hora mais chata, principalmente por esses pneus que mais parecem de plásticos ou algo assim.
Parabéns por enfatizar as 500 milhas que foi D+ e merecida a vitoria do Tony e parabéns principalmente por enaltecer um evento que nao faz parte da programação de sua emissora matriz dominante, o que mostra que vc nao tem rabo preso com ninguém.
Parabéns pela coragem, os fas de automobilismo agradecem.
Att.
Marcos Mendes.
Personal Trainer
Fã de Automobilismo desde 1989.
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