domingo, novembro 24, 2013

AS ÚLTIMAS EMOÇÕES

A temporada 2013 da Fórmula 1 chegou ao fim. Terminou com o tetracampeonato de Sebastian Vettel, o Demolidor de Recordes – definição de Galvão Bueno, em nova tentativa de empolgar o telespectador após mais uma corrida com poucas emoções. Ainda que, pela largada, tenha dado a entender que seria a melhor do ano.
O problema foi não ter chovido. Jamais deixarei de repetir que aguaceiros são muito bem-vindos para qualquer grande prêmio. Como São Pedro não colaborou, as Red Bulls deram o baile de sempre. Ocorreu uma inédita confusão nos boxes – momento “Os Trapalhões” da equipe que também tem a marca histórica do pit stop mais rápido, estabelecido na prova de Austin, nos Estados Unidos.
O abandono de Romain Grosjean logo no princípio também não foi legal para a prova no Autódromo José Carlos Pace. A Lotus nas últimas corridas vinha desenvolvendo um sistema de estratégias de fato muito interessante, razão pela qual “intrometeu-se” no passeio da Red Bull no Texas. E era um dos pilotos candidatos ao pódio.
Coube novamente a Fernando Alonso protagonizar algumas das últimas emoções da Fórmula 1 este ano, lutando curva atrás de curva com Webber. Seu terceiro lugar foi mais do que merecido por tudo o que fez nas pistas ao longo de 2013, fazendo por merecer sua condição de primeiro piloto da Ferrari.
O que nos faz pensar em Felipe Massa. Um vacilo dele mesmo tirou-o do pódio. Sim, ficam na história e no coração as homenagens prestadas pela equipe que defendeu durante tantos anos. Por outro lado, o que aconteceu com ele ontem (o drive-through que o fez perder as estribeiras e a esportiva) mostrou como ele não se transfere para a Williams com a cotação dos seus dólares em alta. Espera-se que tenha um bom desempenho em 2014, como autoproclamado “líder” na escuderia de Frank e Claire. Vamos ver no que vai dar, certo?
Por fim, acho que a grande imagem da corrida de ontem foi a despedida de Mark Webber. Ao tirar o capacete na “volta dos vencedores”, o australiano respirou o ar frio de São Paulo, sentiu no rosto os respingos da garoa e – suponho – deve ter pensado da seguinte forma: “Saio de cabeça erguida”. Ou então o que lhe passou pela cabeça foi a sensação do dever cumprido, de ter trabalhado da melhor forma possível para não se encontrar numa situação de inferioridade. Não se conformou e foi à luta.

Não deixa a Fórmula 1 como campeão, mas sim como um profissional correto e respeitado. Título muito mais importante.

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