sexta-feira, novembro 22, 2013

PREVISÃO NEBULOSA

Pelo jeito, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 não será aquele sucesso de audiência. Muito menos de público presente. Muita gente vai deixar de ir ao Autódromo José Carlos Pace, não apenas por causa do mau tempo.
            Todos os envolvidos com a organização do evento certamente ficaram preocupados com as imagens dos primeiros treinos em Interlagos. Quem fez valer o preço do ingresso para os três dias viu muita chuva e pouca movimentação na pista.
            Na primeira sessão, confirmando que neste ano foram os carros que mais se destacaram em velocidade final, as Mercedes formaram a primeira fila. Nico Rosberg em primeiro e Hamilton em segundo. Sebastian Vettel, por ser Sebastian Vettel, figurou em terceiro, rodando já com os pneus 2014 da Pirelli.
            Na segunda, Rosberg ficou novamente em primeiro. Seguido por Vettel e Mark Webber. Felipe Massa, que registrara o 11º tempo pela manhã, à tarde melhorou e foi o 7º. Stefano Domenicali, diretor da Ferrari, disse esperar muito uma vitória de Felipe. Não passa de média. Seu quase ex-piloto vai transitar por essa faixa intermediária, da terceira fila para baixo. Como aconteceu durante toda a temporada. É uma previsão tão nebulosa quanto verdadeira.
            O que remete a um comentário de Téo José: o torcedor que comparecia em massa a Interlagos gostava de ver um brasileiro no ponto mais alto do pódio. O jornalista fez esta afirmação a partir de depoimento dado a ele pelo próprio Emerson Fittipaldi, nesse sentido. Em Monza, por exemplo, ocorriam os maiores carnavais quando um piloto italiano vencia em Monza com uma Ferrari. “Fazia barba e cabelo”, como diriam os antigos.
            No nosso caso, nem precisa o brasileiro andar numa Copersucar da vida. Basta que vença. Como isso não tem acontecido já faz muito tempo, o interesse dos locais na Fórmula 1 tem decaído. Até onde sei, ainda somos o país que mais assiste aos grandes prêmios – mesmo com Vettel ganhando todas há oito provas – possivelmente encaminhando-se para a nona. Téo José ainda questiona se, nesta situação de franco desprezo do público pela corrida, valeria a pena investir quase R$ 200 milhões em reformas do circuito.
            Eu penso que sim. A Fórmula 1 precisa muito do Brasil. O Brasil ainda gosta muito dela. Esse relacionamento de décadas não poderia acabar de uma maneira tão insólita – apenas por uma (cada vez mais) possível ausência de pilotos locais no grid. Creio que seria um desastre, inclusive para a economia do país. Acho que só o carnaval atrai mais turistas. Mesmo em tempos de vacas esquálidas.        


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