terça-feira, março 31, 2009

Morre o ex-presidente argentino Raúl Alfonsín


Alfonsín tinha 82 anos e tinha câncer de pulmão.
Ele foi o primeiro presidente após a ditadura que governou até 1983
Do G1, em São Paulo
O ex-presidente argentino Raúl Alfonsín morreu nesta terça-feira (31) em Buenos Aires, aos 82 anos, vítima de uma pneumonia agravada por um câncer pulmonar que o afetava desde 2007.
O anúncio oficial da morte de Alfonsín foi feito por seu médico, Alberto Sadler. Nos últimos dias, o estado de saúde dele se agravara muito. A última aparição pública havia sido em outubro passado, quando foi à inauguração de um busto com sua imagem no salão que lembra os ex-presidentes na sede do governo, homenagem liderada pela chefe de Estado, Cristina Fernández.
Alfonsín foi o primeiro chefe de Estado eleito após a última ditadura argentina, que ficou no poder até 1983. Apesar de estar doente há anos e de não ter nenhum cargo público, ele continuava sendo uma figura influente no partido União Cívica Radical, que faz oposição ao governo.

Ele governou até 1989 e ganhou admiração mundial por levar a julgamento líderes militares que torturaram e mataram ativistas de esquerda durante a chamada "guerra suja" da ditadura.
Brasil
O governo de Alfonsín ficou marcado por acordos com o Brasil que formaram o embrião do atual Mercosul. O presidente argentino assinou junto com o então presidente brasileiro, José Sarney, um acordo de integração econômica entre os dois países. Foi uma retomada na parceria política entre as duas nações que acabavam de sair de longos períodos autoritários.
Os dois assinaram, em 30 de novembro de 1985, na fronteira entre os dois países, a Declaração de Iguaçu, que colocou fim a décadas de desconfiança recíproca e estabeleceu as bases para a criação do futuro Mercosul. Por mais que o atual bloco de países (que hoje inclui ainda Paraguai e Uruguai) tenha um foco maior na economia, a parceria política também era discutida na época em que o acordo foi firmado.

Nenhum comentário: