quinta-feira, junho 04, 2009

Vigília em Hong Kong lembra 20 anos do massacre da Praça da Paz Celestial

Manifestantes fazem vigília em memória das vítimas do massacre da Praça da Paz Celestial nesta quinta-feira (4) em Hong Kong. A China voltou a sofrer pressão internacional para esclarecer a repressão ao movimento pró-liberdade de 1989. (Foto: AP)

Vigília em Hong Kong lembra 20 anos do massacre da Praça da Paz Celestial

Cerca de cem mil pessoas se reuniram nesta quinta-feira (4) no Parque Victoria, em Hong Kong, para lembrar os 20 anos da violenta repressão aos protestos da Praça da Paz Celestial.
A vigília à luz de velas em Hong Kong foi o único evento realizado na China para lembrar os acontecimentos de 1989.
Correspondentes dizem que a vigília é realizada anualmente, mas o evento atraiu uma multidão muito maior neste ano.
O número de pessoas foi tão grande que algumas das ruas mais movimentadas da cidade tiveram que ser fechadas.

Censura

Hong Kong é o único lugar da China onde o aniversário de 20 anos dos confrontos da Praça da Paz Celestial é lembrado e discutido abertamente.
O governo, porém, barrou a entrada de dissidentes que viajariam a Hong Kong para participar dos eventos de lembrança da data.
Hong Kong tem a tradição de ser o lugar mais livre da China porque Pequim não pode censurar o conteúdo que é veiculado pela imprensa local.
Comandado pela Grã-Bretanha até 1997, o território foi devolvido aos chineses sob a condição de que, por 50 anos, as liberdades individuais fossem respeitadas como determina a lei britânica.
Por causa desse acordo, a imprensa de Hong Kong não precisa responder ao Ministério da Propaganda, que regula as notícias publicadas na China.
Os livros didáticos da região autônoma também não suprimem o episódio da Praça da Paz Celestial, que é tabu nas escolas do governo comunista.
Em Hong Kong, o debate sobre os 20 anos dos confrontos entre estudantes e governo está muito vivo e tem dominado as páginas dos jornais.
Na capital chinesa, a polícia impediu o acesso à Praça Celestial, para impedir eventuais manifestações.
Dissidentes disseram ter recebido a recomendação de deixar Pequim às vésperas do aniversário. Correspondentes dizem que policiais à paisana vigiam possíveis manifestações em universidades.

1989

Em 1989, inúmeros estudantes e populares ocuparam a praça no centro de Pequim para reivindicar mudanças democráticas.
O governo chegou a negociar com os estudantes, mas mudou de posição por temer que sua liderança pudesse ser comprometida e entrou em confronto com os manifestantes.
A imagem de um manifestante, até hoje anônimo, tentando conter o avanço de tanques circulou o mundo e se tornou um símbolo do episódio.
A ONG de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional afirma que até 200 pessoas permanecem presas por causa dos eventos de 1989.
Estima-se que centenas de pessoas morreram na repressão aos protestos, mas a China nunca divulgou o número oficial de mortos do que diz ter sido um movimento contrarrevolucionário.

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