De acordo com a nossa boa e velha
Wikipédia, a produção e o refinamento de petróleo respondem a aproximadamente
60% das exportações, 60% dos rendimentos do governo local e 30% do Produto Interno Bruto do Bahrein – um
arquipélago de 35 ilhas e ilhotas que fica no Golfo Pérsico, a leste da Arábia
Saudita.
Em outras palavras, a galera do turbante
de lá, graças ao óleo negro extraído do abençoado subsolo, tem mais dinheiro do
que poderia gastar em uma vida só. E com toda essa grana sobrando, eles
resolveram construir, em Sakhir, um dos melhores autódromos do planeta. E em
menos de seis meses, atendendo a exigências de Bernie Ecclestone, o
todo-poderoso.
O traçado da pista de Sakhir foi
elaborado por Hermann Tilke, hoje o queridinho da FIA em matéria de designer de
circuitos. O alemão assinou, por exemplo, o desenho de Austin (Texas) e o de
Valência (Espanha). Mas acredito que uma das pérolas de sua carreira seja o
Circuito Internacional do Bahrein.
Porque é uma pista onde os melhores
conseguem se dar bem. Como aconteceu ontem, na prova de 57 voltas vencida pelo
compatriota de Tilke, Sebastian Vettel.
No sábado, apesar de todo o evidente
arrojo empregado para conquistar a pole position, Nico Rosberg dissera, com uma
sinceridade profética: “A corrida será uma história totalmente diferente”. E
foi isso o que justamente aconteceu. Ele cruzou a linha de chegada em 9º. Isso
aconteceu devido a vários fatores, tais como o acerto inadequado do carro e
estratégia malsucedida na escolha do tipo de pneu.
No entanto, quem deveria ocupar o lugar
mais alto do pódio (completado pelas Lotus de Kimi Raikkonen e Romain Grosjean)
tinha que ser mesmo um “diferenciado”, como Vettel. Alguém capaz de dominar a
corrida inteira justamente por entender bem que Sakhir não perdoa quem não
coloca a proverbial “faca nos dentes” na hora de negociar ultrapassagens –
ainda mais depois de desacelerar de mais de 300 para módicos 70, 65 por hora.
Quanto à prova em si, pode-se dizer que
foi muito boa. Alguns pilotos tiveram destaque bastante positivo. Um deles foi
Sergio Perez, que enfim justificou sua contratação pela McLaren. A duas voltas
antes da bandeirada, o mexicano estava em 8º, atrás de Fernando Alonso. Pois
ele tratou de deixar o espanhol comendo areia e, antes do encerramento dos
trabalhos, fez o mesmo com Mark Webber.
Perez é um piloto ainda em formação e
está na equipe certa para brilhar. O que precisa é de tempo para tirar de letra
as muitas críticas que recebe pelos maus resultados obtidos justamente em razão
de apresentar grande inexperiência em um time que durante muito tempo foi a
primeira força da Fórmula 1.
Por último, mas não menos importante.
Alonso e Massa. Repito: o Bahrein premia os melhores. E mostrou ao mundo quem é
quem, na Ferrari. A corrida poderia ter sido melhor se o Príncipe das Astúrias
a tivesse disputado volta a volta com Sebastian. Os dois ferraristas acabaram
sofrendo toda a sorte de problemas e despencaram para a zona intermediária da
classificação. Mas Alonso conseguiu se recuperar. Chegou em oitavo. Felipe se
conformou com o 11º lugar.
A diferença, senhoras e senhores, não
poderia ser maior.
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