Antes de mais nada, um pouco de
história. E que história.
Em 1993, Donington Park, na Inglaterra,
sediou o Grande Prêmio da Europa. Um dos tantos artifícios empregados pela FIA
para um país do Velho Continente receber pelo menos dois Grandes Prêmios por
ano. Outro exemplo conhecido é a Espanha.
Pois bem. Vinte anos atrás, debaixo de
um temporal daqueles, aconteceu em Donington algo que só não poderia ser
chamado de milagre porque fruto do talento e da competência.
Em razão de um péssimo acerto na
qualificação do sábado, Ayrton Senna se posicionando em quarto no grid.
Dominaram a primeira fila as Williams, com Alain Prost (1º) e Damon Hill (2°).
Em terceiro, Michael Schumacher. Em condições normais de temperatura e pressão,
qualquer observador com um mínimo de bom senso diria: “Vai dar dobradinha da
Williams, sem dúvida”.
Mas com Ayrton não existia esse negócio
de “condições normais”. Ainda mais na chuva. Então, no que ficou conhecido como
A Melhor Primeira Volta da Fórmula 1, Senna – depois de uma largada horrorosa –
ultrapassou Schumacher logo na curva inicial. Na sequência estilosa ficaram
para trás Karl Wendlinger (piloto da Sauber), Damon Hill e, por último, Prost.
O tricampeão brazuca não largou mais a primeira posição até o fim da prova.
Duas décadas depois, aquele que muitos
(inclusive o autor destas bem-traçadas) consideram o melhor piloto da categoria
venceu o Grande Prêmio da China, realizado ontem. Ele não precisou de uma
primeira volta “fantárdiga” – como diria o Jock. Contou com uma largada
pavorosa de Raikkonen, posicionou-se atrás de Lewis Hamilton, com Felipe Massa
em terceiro, e ao longo de 56 voltas mostrou mais uma vez que também é um
piloto “diferenciado”, para importar um termo futebolístico.
Talentoso e competente, sim, mas também
tem seus momentos de espírito de porco. Não leram a declaração grosseira dele,
em relação aos bons resultados de Massa? Pois aqui vai: “Ando muito estressado.
A verdade é que não durmo desde a Austrália. Meu cabelo cai... Um drama total”.
Voltamos a dar razão a Massa: “Se quiser um amigo na Fórmula 1, compre um
cachorro”. No Circo da Velocidade, o “cada um por si” sempre falará mais alto.
Todas as vezes em que ouço ou encontro
na mídia um desses modelos de estupidez desnecessária, entendo que é muito
melhor para os autores de declarações idiotas como as de Alonso realizarem
calados o excelente trabalho de que são capazes.
Por outro lado, quando o piloto é
elogiado por praticamente toda a imprensa esportiva de dois países (da Espanha
e da Itália), dá até para não condenar o Príncipe das Astúrias por às vezes
ficar um tom acima da cordialidade.
Marco Mensurati, blogueiro do jornal italiano La Reppublica,
escreveu sobre a performance de Alonso o seguinte: "Ele
suportou toda a pressão que a imprensa colocou sobre ele. Com uma corrida
excepcional e segura, Alonso amedronta todos. Ao fim das 56 voltas do GP da
China, a mensagem é forte e clara: a Ferrari F138 é um grande carro e seu
primeiro piloto está em alta".
Em alta inclusive no plano sentimental.
Durante a corrida, pelo menos duas vezes a câmera captou a excepcional figura
da namorada de Alonso. A modelo russa Dasha Kapustina é uma beldade
espetaculosa que merece figurar na página 2 deste E+. Ainda mais com seu discreto sorriso de Mona Lisa, devidamente
registrado em Xangai, que para o sortudo Alonso certamente significa o melhor
dos troféus. É isso aí.
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