domingo, abril 14, 2013

O MELHOR TROFÉU


Antes de mais nada, um pouco de história. E que história.
Em 1993, Donington Park, na Inglaterra, sediou o Grande Prêmio da Europa. Um dos tantos artifícios empregados pela FIA para um país do Velho Continente receber pelo menos dois Grandes Prêmios por ano. Outro exemplo conhecido é a Espanha.
Pois bem. Vinte anos atrás, debaixo de um temporal daqueles, aconteceu em Donington algo que só não poderia ser chamado de milagre porque fruto do talento e da competência.
Em razão de um péssimo acerto na qualificação do sábado, Ayrton Senna se posicionando em quarto no grid. Dominaram a primeira fila as Williams, com Alain Prost (1º) e Damon Hill (2°). Em terceiro, Michael Schumacher. Em condições normais de temperatura e pressão, qualquer observador com um mínimo de bom senso diria: “Vai dar dobradinha da Williams, sem dúvida”.
Mas com Ayrton não existia esse negócio de “condições normais”. Ainda mais na chuva. Então, no que ficou conhecido como A Melhor Primeira Volta da Fórmula 1, Senna – depois de uma largada horrorosa – ultrapassou Schumacher logo na curva inicial. Na sequência estilosa ficaram para trás Karl Wendlinger (piloto da Sauber), Damon Hill e, por último, Prost. O tricampeão brazuca não largou mais a primeira posição até o fim da prova.
Duas décadas depois, aquele que muitos (inclusive o autor destas bem-traçadas) consideram o melhor piloto da categoria venceu o Grande Prêmio da China, realizado ontem. Ele não precisou de uma primeira volta “fantárdiga” – como diria o Jock. Contou com uma largada pavorosa de Raikkonen, posicionou-se atrás de Lewis Hamilton, com Felipe Massa em terceiro, e ao longo de 56 voltas mostrou mais uma vez que também é um piloto “diferenciado”, para importar um termo futebolístico.
Talentoso e competente, sim, mas também tem seus momentos de espírito de porco. Não leram a declaração grosseira dele, em relação aos bons resultados de Massa? Pois aqui vai: “Ando muito estressado. A verdade é que não durmo desde a Austrália. Meu cabelo cai... Um drama total”. Voltamos a dar razão a Massa: “Se quiser um amigo na Fórmula 1, compre um cachorro”. No Circo da Velocidade, o “cada um por si” sempre falará mais alto.
Todas as vezes em que ouço ou encontro na mídia um desses modelos de estupidez desnecessária, entendo que é muito melhor para os autores de declarações idiotas como as de Alonso realizarem calados o excelente trabalho de que são capazes.
Por outro lado, quando o piloto é elogiado por praticamente toda a imprensa esportiva de dois países (da Espanha e da Itália), dá até para não condenar o Príncipe das Astúrias por às vezes ficar um tom acima da cordialidade.
Marco Mensurati, blogueiro do jornal italiano La Reppublica, escreveu sobre a performance de Alonso o seguinte"Ele suportou toda a pressão que a imprensa colocou sobre ele. Com uma corrida excepcional e segura, Alonso amedronta todos. Ao fim das 56 voltas do GP da China, a mensagem é forte e clara: a Ferrari F138 é um grande carro e seu primeiro piloto está em alta".
Em alta inclusive no plano sentimental. Durante a corrida, pelo menos duas vezes a câmera captou a excepcional figura da namorada de Alonso. A modelo russa Dasha Kapustina é uma beldade espetaculosa que merece figurar na página 2 deste E+. Ainda mais com seu discreto sorriso de Mona Lisa, devidamente registrado em Xangai, que para o sortudo Alonso certamente significa o melhor dos troféus. É isso aí.

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