quinta-feira, julho 10, 2008

Vitalidade na arte de Winnie Colvin


Por Carolina Folegatti


Foto: Acervo do artista

A pintura sempre esteve presente em sua vida. Desde a infância, Winnie Colvin é fascinado pelo universo das cores, linhas e formas, paixão que o introduziu aos pincéis, no final dos anos 90. “Após algumas viagens e visitas a museus com minha esposa, decidi levar a pintura a sério. Não é um hobby”, explica. Winnie trabalhou com design e ilustração, antes de prestar consultoria de marketing no segmento de moda, sua ocupação atual. “Nunca quis me sustentar pintando”, avisa, preocupado com a interferência do foco comercial na produção de suas obras. “Pinto por prazer”.
Em 2001, ele passou a frequentar os cursos de arte do Parque Lage. Em março deste ano, seus trabalhos e de outros alunos foram selecionados para a exposição coletiva “Pintura no Parque”, que abriu a programação da Galeria Anna Maria Niemeyer, no Rio de Janeiro, com curadoria de Chico Cunha, seu professor desde 2004.
Foi a primeira vez que expôs, o que gerou algumas preocupações. “Queria ver a reação das pessoas diante dos meus quadros, mas não tinha intenção nenhuma de vendê-los”. Revelando uma relação paternal com suas obras, Winnie contou que teve receio de que surgisse algum comprador. “ Prefiro doar a uma pessoa que colecione arte, que a valorize tanto quanto eu”. O auto-retrato foi dado de presente a um amigo: “tenho certeza de que estará em boas mãos”.
O artista busca inspiração na escola figurativa inglesa e aponta como influência os trabalhos de Lucian Freud, Francis Bacon e Frank Auerbach, assim como os dos brasileiros Iberê Camargo e Beatriz Milhazes. Ele leva cerca de um ano para concluir uma pintura: “Elas têm um tempo de fermentação; reflito muito sobre cada traço”. Winnie já descartou duas telas finalizadas. “Não gostei dos resultados”, justifica.
Sobre os vestígios de uma tendência “fake”, ele esclarece não ter sido intencional, embora reconheça essa faceta. “De fato, a impressão é de que utilizo tinta à óleo, devido ao excesso de material, mas uso acrílica. Da mesma forma, engana-se quem pensa tratar-se de uma arte gestual, de linhas contínuas. É uma arte escultural”.
As telas de Winnie retratam pessoas de seu convívio íntimo, como Craig, seu irmão. Produzidas a partir de fotos particulares, elas não souberam que seriam imortalizadas por suas pinceladas. “Minha arte é uma coisa orgânica, cheia de luz e vitalidade. Uma realidade exagerada”, define ele.

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