sexta-feira, julho 22, 2011

JANOTA NA OUVIDOR

(ALUÍSIO AZEVEDO)


Hipérbole fatal de nossos dias,

Arremedo de um quê, que não é nada

Bagatela do tom, moço pomada

Eterno prosa das confeitarias;


Ceando na Raveaux comifas frias;

Vestindo ao Raunier roupa fiada;

Pince-nez de uma cor sempre azulada;

Entre dentes charutos - Regalias;


Francês notado em trato e pedantismo,

E secas em francês sempre que amola;

Não é um homem, não, é um galicismo.


Eis o tipo fiel d'alta bitola!

Que se sustenta com o mior cinismo

Da Rua do Ouvidor - leão Pachola.


Poema de Aluísio Azevedo, de 15 de janeiro de 1817, publicado pela revista da Academia Brasileira de Letras em 1931.

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