segunda-feira, julho 18, 2011

OS DEGRAUS DA FAMA

Assim como o fundo do poço às vezes tem porões, a fama apresenta seus degraus. Diferentes níveis entre indivíduos com algum destaque na mídia.
A propósito de que venho eu com esta análise? Bom, é que outro dia li na “Revista da TV” a palavra “subcelebridades” relacionadas a duas das espetaculosas panicats – Juliana Salimeni e Nicole Bahls -, que recentemente se estranharam no Twitter e por isso foram afastadas temporariamente do “Pânico”.
Nunca assisti a esse programa. Pelo que sei dele, usa e abusa do besteirol para fazer graça e amealhar os preciosos índices de audiência. Mas não como negar uma estratégia do caramba adotada pelos seus criadores: colocar no palco mulheres belíssimas, muito gostosas e, mais importante, seminuas. A ideia deve ter sido esta: fazer as teúdas e manteúdas rebolarem à vontade para atenuar os efeitos das bobagens despejadas no juízo do telespectador.
Pois essas benditas “panicats” acabam de ser rebaixadas a subcelebridades. Ou seja, são famosas, mas nem tanto. Podem ser classificadas (até pela questão do corpaço que apresentam) como “fenômenos”. Nesse caso, não como deixar de lembrar do pintor norte-americano Andy Warhol, um dos primeiros artistas que trabalharam com produtos de larga aceitação popular, como, por exemplo, garrafas de Coca-Cola.
Disse Warhol: “Um dia, todos terão direito a 15 minutos de fama”. Ainda que ninguém precise de uma bola de cristal para prever o óbvio ululante, essa profecia começou a se confirmar com maior contundência quando apareceu na televisão o primeiro reality show. Ou seja, os 15 minutos iniciais de Andy extrapolaram para o tempo de duração de um Big Brother.
Uma crítica comum feita a essas pessoas que tem uma noção por vezes equivocada de sua própria importância na seara midiática é que elas não primam pela inteligência. Nem pelos dons artísticos que porventura possam apresentar. Não posso concordar com ela. Uma Vênus platinada que posa para a “Playboy” ou a “Sexy” não se limita apenas a seios e bumbuns siliconados ou a um abdômen sarado. Pode ser que não tenha capacidade de escrever contos, peças, crônicas, romances e novelas. Mas pode muito bem se mostrar brilhante em alguma área do conhecimento.
Também não posso concordar com reflexões segundo as quais a explosão desses fenômenos se deve a uma “queda de valores da sociedade atual”. Até porque todos os grupos sociais minimamente bem-informados ou capazes de formar opinião ao longo da história observaram criaturas que buscaram a glória instantânea e na sequência estilosa desapareceram ou então procuraram modificar seu ramo de atuação para permanecer em evidência por mais 15 minutos.
Agora, o problema dessas subcelebridades é que a maioria não consegue se manter depois da atração de que fizeram parte. Quem sabe o que faz hoje em dia um desses “brothers” eliminado logo na fase inicial do programa? Em boa parte dos casos, só vamos ter notícias desses indivíduos infelizmente quando aparece no telejornal a notícia de que faleceram – como no caso do André Caubói, assassinado com um tiro na nuca no interior de São Paulo.
Ou como diram os Titãs: “Quinze minutos de fama/ Mais um pros comerciais/ Quinze minutos de fama/ Depois descanse em paz”.

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