sábado, novembro 12, 2011

Herói da Copa de 62, Amarildo enfrenta câncer na garganta com otimismo

12/11/2011 - 06h00
Bruno Freitas
Em São Paulo

Aos 72 anos, o ex-atacante Amarildo soube há dois meses que estava com câncer na garganta. Hoje, depois de enfrentar duas sessões de quimioterapia, o herói brasileiro da Copa de 1962 olha para seu desafio de saúde com otimismo. Conhecido por entrar no time brasileiro no Mundial do Chile como substituto de Pelé, lesionado, o jogador até fala com entusiasmo sobre o futuro, animado com a função de embaixador das categorias de base do Botafogo.

"Está tudo sob controle. Estou me sentindo bem, graças a Deus. São coisas que a gente tem que passar. Estou vendo isso com tranquilidade", disse Amarildo à reportagem do UOL Esporte.

Amarildo está passando por tratamento no Rio de Janeiro, perto de seus familiares. "Ele está animado. A princípio a pessoa leva um choque, mas ele está tendo todo o apoio nosso, da esposa também", afirma a irmã do ex-atacante, dona Maria do Carmo Silveira de Souza.

Durante o tratamento do câncer na garganta, Amarildo tem mantido contato com parte da turma de 1962, além de alguns companheiros do Botafogo. "Tenho falado com o Zagallo, estou sempre falando com o Britto, com o Jairzinho. De vez em quando falo com o pessoal de São Paulo também, com o Zito, Mengálvio, Coutinho, toda a velha guarda", relata.

Paralelamente ao tratamento de saúde, o ex-atacante tem se mantido ligado ao futebol. Amarildo diz que Leandro Damião tem muito a evoluir como centroavante da seleção brasileira e entende que Neymar fez a opção correta ao escolher passar os próximos anos no futebol nacional.

Nascido em Campos dos Goytacazes em 29 de julho de 1939, Amarildo vestiu as camisas de Flamengo e Vasco. No entanto, foi com o branco e preto do Botafogo que viveu seus melhores momentos no futebol brasileiro, no timaço de Garrincha, Didi, Nilton Santos e companhia. Na Itália, onde viveu por algumas décadas, o ex-atacante conhecido nos gramados como "O Possesso" defendeu Milan, Fiorentina e Roma.

Mas o instante mais célebre da carreira de Amarildo aconteceu mesmo no Chile, durante a Copa de 1962. O então jogador do Botafogo foi o escolhido pelo técnico Aymoré Moreira para substituir Pelé, machucado ainda na primeira fase. No entanto, o ex-atacante transformou o que poderia ser uma "roubada" , jogando na vaga do Rei, em uma missão cumprida com louvor.

O botafoguense foi fundamental na dramática vitória de virada por 2 a 1 sobre a Espanha no último jogo da primeira fase, tido como o mais complicado do Brasil naquele Mundial, com dois gols marcados. Amarildo voltaria a balançar as redes mais uma vez, no primeiro gol do triunfo por 3 a 1 sobre a Tchecoslováquia na final em Santiago.

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