sexta-feira, setembro 28, 2012

IBGE não explica o motivo pelo qual jovens estudam menos | No Mundo e Nos Livros

IBGE não explica o motivo pelo qual jovens estudam menos | No Mundo e Nos Livros


A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) realizada em 2011 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela um aumento na proporção de jovens que não estudam e não trabalham no País. Em 2009, 85,2% da população de 15 a 17 anos frequentava a escola. Dois anos depois, o porcentual caiu para 83,7%, interrompendo uma tendência de crescimento da taxa de escolarização nessa faixa etária verificada desde 2005.

O número absoluto de estudantes de 15 a 17 anos manteve-se estável em 8,8 milhões de 2009 para 2011, apesar do aumento da população nesse grupo no período. A explicação para a queda da taxa de escolarização entre os jovens não é a ida para o mercado de trabalho formal, diz a gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira. Segundo a Pnad, os jovens de 15 a 17 anos representavam 3,1% da população ocupada no País em 2009, participação que caiu para 2,8% em 2011, uma variação negativa de 11,1%. Em termos absolutos, houve uma diminuição no período de 319 mil pessoas dessa faixa etária trabalhando.

— Não conseguimos investigar exatamente a causa, mas a princípio eles não trabalham e não estudam.

Para o economista Cláudio Moura Castro, a queda da taxa de escolarização entre os jovens reflete uma "crise no ensino médio".

— A matrícula está caindo porque o médio é muito ruim, é chato. As pessoas desanimam. A explicação consensual é que se trata muito mais de uma expulsão do médio do que atração pelo mercado de trabalho.

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Segundo ele, estatísticas de censos educacionais já indicavam "estagnação e contração".

— A queda não é dramática, mas a gente esperaria uma expansão contínua.

Para Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE, o ensino médio é pouco estimulante e a perda de alunos é consistente. Ele lembra que o abandono é maior entre os homens. A atual presidente do IBGE, Wasmália Bivar, avalia que a população adolescente "ainda precisa de incentivos, de políticas mais específicas, para que a permanência na escola ocorra de fato". 

— Trata-se de um desafio, de uma mudança quase cultural, para que o adolescente troque a renda de hoje por uma renda melhor no futuro através da educação.

Entre as crianças de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização teve um aumento de 0,6 ponto porcentual, passando de 97,6% para 98,2% no mesmo período analisado.

Analfabetos

No entanto, a Pnad mostra que o País ainda tem 12,9 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais de idade. Para Moura Castro, ainda falta incentivos para combater este problema.

— Não há campanha que mude os números de analfabetismo. Quem resolve é Deus. A queda é mecanicamente previsível. Não vai haver surpresa. 

Informações do Portal R7


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