domingo, junho 02, 2013

GILLES VILLENEUVE

Fora a barbeiragem de Felipe Massa, outras duas se destacaram no Grande Prêmio de Mônaco.
A primeira: na 61ª volta, o alucinado Romain Grosjean, da Lotus, simples e literalmente atropelou, na Nouvelle Chicane, a Toro Rosso de Daniel Ricciardo. Isso depois de Grosjean ter passado a maior parte do tempo – tanto nos treinos quanto na corrida – protagonizando colisões bisonhas.
A segunda foi um susto só. Alex Chilton (Marussia) e Pastor Maldonado (Williams) se acharam, enquanto completavam o 45º giro. A “panca” foi bem forte. O bólido de Maldonado quase decolou. Por causa dessa batida, a prova permaneceu sob bandeira vermelha durante meia hora.
O que isso tem a ver com o canadense Gilles Villeneuve, que após a morte acabou se transformando em um dos mitos da Fórmula 1? Bom, em primeiro lugar acho que vocês aí na plateia devem imaginar como a história é um negócio esquisito.
Vou lhes dar um exemplo. Grande Prêmio da Bélgica. Circuito de Zolder, 1982. O clima entre os pilotos não era dos melhores. O GP anterior, em Imola, havia sido boicotado por várias das equipes, em razão do conflito de interesses entre os times que faziam parte do grupo da FOCA (associação dos construtores) e os pertencentes à FISA (Federação Internacional do Esporte Automobilístico). A inimizade também reinava na Ferrari. Didier Pironi e Gilles Villeneuve não se suportavam. E, por sentir que sua equipe tendia para o lado do francês, o canadense começava a conversar com Williams e McLaren.
Tudo isso está na história. Mas quem se importa com essas picuinhas? O que importa para a história mesmo é que nos treinos para a corrida, Villeneuve, em volta de classificação, bateu na lenta March de Jochen Mass. Se Maldonado não voou ao ter sido atingido por Chilton, o ferrarista não teve a mesma sorte. Seu carro capotou várias vezes, e o pobre piloto foi catapultado para as redes de proteção. Villeneuve morreu ainda na pista. A versão oficial garante que ele faleceu em Lovaina, na Bélgica. O certo mesmo é que, com esse falecimento, Villeneuve entrou para a seleta lista de fantásticos – em que se encontram, entre outros, Ayrton Senna, Juan Manuel Fangio e Jim Clark. Basta assistir ao espetáculo que ele proporcionou no GP do Canadá de 1981, debaixo de muita chuva e com a frente do seu carro detonada.
 De novo: para a história, isso é tudo o que importa.


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