Fora a barbeiragem de Felipe Massa,
outras duas se destacaram no Grande Prêmio de Mônaco.
A primeira: na 61ª volta, o alucinado
Romain Grosjean, da Lotus, simples e literalmente atropelou, na Nouvelle
Chicane, a Toro Rosso de Daniel Ricciardo. Isso depois de Grosjean ter passado
a maior parte do tempo – tanto nos treinos quanto na corrida – protagonizando
colisões bisonhas.
A segunda foi um susto só. Alex Chilton
(Marussia) e Pastor Maldonado (Williams) se acharam, enquanto completavam o 45º
giro. A “panca” foi bem forte. O bólido de Maldonado quase decolou. Por causa
dessa batida, a prova permaneceu sob bandeira vermelha durante meia hora.
O que isso tem a ver com o canadense
Gilles Villeneuve, que após a morte acabou se transformando em um dos mitos da
Fórmula 1? Bom, em primeiro lugar acho que vocês aí na plateia devem imaginar
como a história é um negócio esquisito.
Vou lhes dar um exemplo. Grande Prêmio
da Bélgica. Circuito de Zolder, 1982. O clima entre os pilotos não era dos
melhores. O GP anterior, em Imola, havia sido boicotado por várias das equipes,
em razão do conflito de interesses entre os times que faziam parte do grupo da
FOCA (associação dos construtores) e os pertencentes à FISA (Federação
Internacional do Esporte Automobilístico). A inimizade também reinava na
Ferrari. Didier Pironi e Gilles Villeneuve não se suportavam. E, por sentir que
sua equipe tendia para o lado do francês, o canadense começava a conversar com
Williams e McLaren.
Tudo isso está na história. Mas quem se
importa com essas picuinhas? O que importa para a história mesmo é que nos
treinos para a corrida, Villeneuve, em volta de classificação, bateu na lenta
March de Jochen Mass. Se Maldonado não voou ao ter sido atingido por Chilton, o
ferrarista não teve a mesma sorte. Seu carro capotou várias vezes, e o pobre
piloto foi catapultado para as redes de proteção. Villeneuve morreu ainda na
pista. A versão oficial garante que ele faleceu em Lovaina, na Bélgica. O certo
mesmo é que, com esse falecimento, Villeneuve entrou para a seleta lista de
fantásticos – em que se encontram, entre outros, Ayrton Senna, Juan Manuel
Fangio e Jim Clark. Basta assistir ao espetáculo que ele proporcionou no GP do
Canadá de 1981, debaixo de muita chuva e com a frente do seu carro detonada.
De novo: para a história, isso é tudo o que
importa.
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