quarta-feira, maio 14, 2008

Romance I ou das resenhas

Esta aconteceu no tempo em que surgiram dois grupos muito importantes para a cena musical brasileira: a Bandandré e Ronaldo e Seus Travecos.Começa com o bom e (muito velho) “Era uma vez...”. Acorda! É claro que precisa começar assim. É para a história ter alguma credibilidade. Mesmo que pareça frescura. Portanto, era uma vez uma estudante universitária chamada Amanda.É, eu sei. A última Amanda que mereceu uma crônica me trouxe alguns dissabores, por causa de tolos mal-entendidos. “Ai, palavras, ai, palavras,/ que estranha potência, a vossa!/ Éreis um sopro na aragem.../ - sois um homem que se enforca!”. Ainda bem que dessa o meu pescoço se safou.Mas essa nova Amanda não me trará dores de cabeça ou semelhantes preocupações. Ou pelo menos assim espero. Por enquanto, ela protagoniza uma história - e, como eu já afirmei em anteriores ocasiões, fazemos todos parte de um universo propício às histórias. Um universo no qual tais contos de fato não chegam ao fim e solicitam continuações. “Também muitas vezes me perguntei se devia obedecer a esse apelo dos meus fantasmas, e tomar o encargo de narrar a estranha história de que haviam participado e de que me obrigaram a participar também, tantos anos depois, de modo tão diferente, porém, com a mesma, ou talvez maior, intensidade”.Portanto, era uma vez uma estudante universitária chamada Amanda. Ela fez o vestibular 2008 para a UFMA e achou de passar. Digo isso porque já estava no Cefet, se virando nos 30 a fim de dar conta de outro curso de nível superior. Não importa qual. Importa mesmo é que está conosco, na mesma nau daqueles que entenderam ser boa idéia passar algum tempo (ou mesmo os longos nove períodos) no curso de Letras. “Vencendo o tempo, fértil em mudanças,/ conversei com doçura as mesmas fontes,/ e vi serem comuns nossas lembranças”.Há poesia nesta página, como já deu para perceber. E quem não a percebeu é porque na certa deve ter gelo no lugar ao coração reservado. Pois não ocorre o mesmo com Amanda. Como posso ter tanta certeza? Outro dia, ela fez 21 anos. Não sei se comemorou com seus familiares. Comemorou conosco. E vamos colocar os nomes dos culpados, certo? Fabrício, Leandro, Israel, Carla. Há mais, há tantos outros. São mais de 40. Uns estudam, alguns passeiam, um tanto viaja, este namora, aquela não sai da cantina. E aquela outra ali é Talita. Perdoai se não lhes escrevo corretamente os nomes. Afinal, “minha sorte se inclina junto àquelas/ vagas sombras da triste madrugada,/fluidos perfis de donas e donzelas”.Todavia, para esta crônica precisa haver a questão das resenhas. E poucas palavras vêm tirando o sono dos de Letras tanto quanto esta: resenha. Uma definição para ela: “É um estilo literário em que se propõe a construção de relações entre as propriedades de um objeto analisado, descrevendo-o e enumerando aspectos considerados relevantes sobre ele”. Está na internet, para quem quiser saber mais ou para quem já esqueceu. Como devem ser muitos os esquecidos, em nossa tribo letrada! Se bem que todos apresentaram as suas - se erradas ou certas, Conceição (a feliz esposa do Mendes) nos dirá.“Ai, palavras, ai, palavras,/que estranha potência, a vossa!/ Todo o sentido da vida/ principia à vossa porta;/ o mel do amor cristaliza/ seu perfume em vossa rosa;/sois o sonho e sois a audácia,/calúnia, fúria, derrota...”. De onde tirei estes versos, que permeiam esta crônica? Em primeiro lugar, do “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles. Livro que estou a resenhar também, apenas para não perder um bom costume, recém-adquirido. Em segundo, dos lindos olhos claros de Amanda. E de seu sorriso. Pronto e acabou.

Um comentário:

Renata Ribeiro disse...

como vc colocou essa janelinha de comentários ? hsaushauhsa

nao nao, eu queria dizer q li a sua crônica no jornal, e agora a vejo aqui : )
a Amanda ficou mto feliiz.. hihi
só nao entendi o título, me perdoa a ignorânciaa..
dá uma olhadinha no meu : D

bjinhoo, Ney ! fica na Paz...