quinta-feira, setembro 23, 2010

A BALADA DO APOCALIPSE

Você ainda não entendeu as transformações do mundo.
Ele agora é uma selva.
Uma bomba-relógio.
Um lugar para se ter medo.
E você conhece bem o medo.
É a emoção que nos faz descarrilar em madrugadas chuvosas.

As ruas estão desertas.
Você não pode mais sentir frio:
Os invernos estão mortos.
Ao mesmo tempo, flores e folhas secas
Atapetam o chão que nos leva ao Grande Nada.

Trevas. Sombras. Cinzas. Escuridão.
São os nomes que o jogo da existência recebeu,
Depois que o mundo se transformou na maior
De todas as armadilhas;
Em um pedaço de inferno;
No Grande Abismo, feito de lágrimas,
Banhado de sangue
E embalado pelo som dos gritos
E dos lamentos dos condenados.

Que somos nós.
Perdidos em uma densa floresta,
Sem estrelas que apontem
Para a salvação.

3 comentários:

Renata Ribeiro disse...

Até hoje não consegui escrever o conto para o jornal ^^"

Preciso aprender a trabalhar sob pressão...

É que a matéria que compõe os meus textos se elabora tão lentamente... Mas estou tentando discipliná-la, prometo que te mando em breve alguma coisa !

beeijo ! (Saudade)

Renata Ribeiro disse...

A propósito, que POEMA !!!

Gladson Fabiano disse...

Belo poema Ney!

"Quando eu me encontrava na metade do caminho de nossa vida, me vi perdido em uma selva escura, e a minha vida não mais seguia o caminho certo." DIVINA COMÉDIA.
^^