SÃO LUÍS - Morreu nesta segunda-feira (25), aos 86 anos, vítima de uma parada cardíaca, Dona Maria Celeste Santos, vodunsi da Casa das Minas Jeje, em São Luís. Segundo informações, Dona Celeste que usava marca-passo passou mal em casa e foi levada para o hospital Socorrão I, no Centro de São Luís, mas já teria chegado ao local sem vida. O corpo de Dona Celeste foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), e vai ser velado na Casa das Minas que fica na Rua São Pantaleão, no bairro Madre Deus. O enterro vai ser amanhã (26), às 16h, no cemitério do Gavião.
Dona Maria Celeste Santos começou a frequentar a Casa das Minas ainda jovem, em 1950, ao tempo da famosa mãe Andresa, foi iniciada vodunsi-he.
Dando continuidade a uma tradição que vem do século XIX, em 1968, Dona Celeste assumiu a responsabilidade pela organização da festa do Divino na Casa das Minas. Como especialista no assunto, ajudou a organizar essa e muitas outras festas, em várias casas e terreiros de São Luís e Alcântara. Era considerada uma das grandes conhecedoras da Festa do Divino no Maranhão.
Na missa campal que celebrou no aterro do Bacanga, quando visitou o Maranhão em 1991, o Papa João Paulo II recebeu presentes típicos das mãos de diversos representantes do povo maranhense. Dona Celeste ofereceu ao Papa uma pomba branca, símbolo dessa devoção, que em São Luís é assumida principalmente pela religião afro-brasileira.
Em 1993, quando visitou o Benin, a convite de Pierre Verger, participando da cerimônia de inauguração de um monumento que assinalava o local do embarque dos escravos em Ouidah, Dona Celeste entoou cântico da Casa das Minas, que foi reconhecido e acompanhado pelos mais velhos, conhecedores do culto, que estavam presentes.
Dona Maria Celeste dos Santos nasceu em 13 de abril de 1924.
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