quinta-feira, fevereiro 16, 2012

LUCIANO DO VALLE

A idade avança e os efeitos vão se fazendo cada vez mais evidentes.
Lembro de uma ocasião, eu com uns 12 anos, em que precisei ir rapidamente da feira do Bairro de Fátima para casa. Na minha cabeça adolescente, "vem rápido" significava correr como o vento (aqui eu pego uma fala de Forrest "Tom Hanks" Gump).
Vários anos depois, já com meus 30 e poucos, ficando barrigudo por causa da cerveja e do sedentarismo, perguntem se aguento correr vinte metros. É fazer isso e demorar bastante para recuperar o fôlego. Ora, direis, é só uma questão de que se vá a uma academia. O negócio é que um de meus defeitos é ser diariamente seduzido pelo canto das sereias. E elas, aparentemente, não prezam a qualidade de vida.
Todo esse preâmbulo para tratar de Luciano do Valle. Acabo de saber que o narrador foi afastado da Bandeirantes por causa de "problemas psicológicos". Parece que, no jogo Santos x Palmeiras, o jornalista cometeu muitas gafes e trocou nomes e posições de alguns jogadores. E dizem que na última Copa do Mundo o indivíduo deu tanto trabalho nesse sentido que acabou sendo dispensado nos últimos dias.
O esporte brasileiro muito deve a iniciativas de Luciano do Valle. Foi graças a ele que o Brasil ficou sabendo da Fórmula Indy e das 500 Milhas de Indianápolis. Graças a ele, Adilson Maguila Rodrigues tornou-se um fenômeno do boxe mundial, com direito a lutar pelo título mundial dos pesos-pesados. E muitos de nós ainda se lembram com muito carinho da Seleção Brasileira de Masters. Mas como o peso da idade afeta todos os seres humanos - inclusive o próprio Maguila, que hoje sofre do Mal de Parkinson -, Luciano também vai sentindo as consequências do peso da idade. Afinal, já são 68 anos.
É nesse ponto que a qualidade de vida aos 30 e poucos deve fazer a diferença.
Fica a lição. Não apenas para mim. Mas principalmente.

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