
"É CLARO QUE, COMO TODO ESCRITOR, TENHO A TENTAÇÃO DE USAR TERMOS SUCULENTOS: CONHEÇO ADJETIVOS ESPLENDOROSOS, CARNUDOS SUBSTANTIVOS E VERBOS TÃO ESGUIOS QUE ATRAVESSAM AGUDOS O AR EM VIAS DE AÇÃO, JÁ QUE A PALAVRA É AÇÃO, CONCORDAIS?" CLARICE LISPECTOR - "A HORA DA ESTRELA"
domingo, agosto 31, 2008
Máquinas pensarão melhor que o homem em 2030

sábado, agosto 30, 2008
ELIO GASPARI
Se Barack Obama vencer a eleição de novembro, ele será o terceiro americano a sair direto do Senado para a Casa Branca.
Os dois outros foram Warren Harding, eleito em 1921, e John Kennedy, eleito em 1960.
Nenhum dos dois terminou o mandato. Harding morreu do coração e Kennedy tomou um tiro na cabeça.
Em fevereiro passado, a escritora Doris Lessing enunciou uma maldição que paira sobre as cabeças de milhões de pessoas: “Eles vão matá-lo”.
Revista supõe manipulação em Brasil x Gana
Segundo a publicação, os apostadores teriam investido grandes somas de dinheiro em uma vitória do Brasil com pelo menos dois gols de diferença sobre Gana e teriam contatado uma rede internacional ganesa para servir de intermediária. Gana acabou perdendo por 3 a 0.
As informações da revista alemã são de um jornalista investigativo canadense, Declan Hill, que publicou um livro sobre as apostas no mundo do esporte.
quinta-feira, agosto 28, 2008
De onde vem a expressão "rodar a baiana"?

Rodar a baiana é armar um barraco, fazer uma confusão - pare cinco minutos em algum evento popular e você verá alguém rodando a baiana. Mas de onde saiu isso?
O Carnaval já era uma farra no início do século, e como toda bagunça que se preze, tinha confusão. A mais repetida explicação para a expressão "rodar a baiana" vem justamente daí: em meio aos desfiles da época no Rio de Janeiro, que não tinham televisão e nem Joãosinho Trinta, alguns gaiatos já tinham a mania de passar a mão no bumbum da mulherada.
Isso também acontecia com as baianas - era um beliscão, um grito e um giro. Até que elas começaram a desfilar com guarda-costas disfarçados, capoeiristas vestidos como elas que revidavam com navalhas, e aí você tem a autêntica rodada de baiana: belisco, giro, confusão.
Seria uma excelente explicação, pena é que não há como saber ao certo se ela procede. Não apenas nesse caso, mas na maioria das expressões do nosso idioma. O professor e doutor em Letras Cláudio Moreno explica que rastrear a origem dessas explicações é tarefa quase impossível.
Qual a origem do termo "erro crasso"?

quarta-feira, agosto 27, 2008
Mas os seus cabelos...

Por ERIKA GONÇALVES, filha de Vani e Beto
Não é porque a preocupação aumentou quando você descobriu que seria mãe que vai se descabelar, né? Porque durante a gravidez muitas mulheres deixam de cuidar dos cabelos; afinal, é tanta coisa pra cuidar! E ainda tem o risco de tingir, a vontade de cortar depois do parto... Você não precisa mesmo ser uma supermulher e dar conta de tudo. Mas como a vaidade faz parte da feminilidade, não custa lembrar que além de mãe, você não deixou de ser mulher. Então descole um tempinho e dê um trato nas madeixas, seguindo os conselhos a seguir:
Queda de cabelo
Uma grande vantagem das grávidas é que durante a gestação a queda de cabelo diminui por causa da progesterona, hormônio cuja principal função é preparar o interior do útero para receber o ovo fecundado. Como resultado os cabelos ficam mais bonitos e volumosos. Porém, três meses após o parto há uma queda intensa de cabelo. Isso tende a se normalizar depois de um ano.
Tintas no cabelo
Quanto a pintar ou não os cabelos, as informações são muito limitadas, e é por isso que muitos médicos recomendam evitar o uso de tinturas pelo menos nos três primeiros meses de gestação. Existem 3 tipos de tinturas capilares:
- Temporárias: são aquelas que apenas se depositam no fio dando brilho, luminosidade e são removidas com a lavagem. Não são absorvidas e podem ser usadas durante a gestação.
- Semi-permanentes: podem ser de dois tipos: Natural (Hennas) e Sintéticas - são absorvidas e tem risco provocar dermatites. São aquelas que vão saindo com várias lavagens. Por precaução é recomendado que sejam usadas apenas a partir do 4º mês de gestação.
- Permanentes: penetram na estrutura do cabelo e estudos mostram a presença de substâncias na urina após 24 horas da aplicação da tintura.
“Também podem causar reações alérgicas e como não tem estudos conclusivos de sua segurança durante a gestação, só podem ser utilizadas a partir do 4◦ mês”, afirma a dermatologista Solange Pistori Teixeira.Não misturar cores evita a formação de compostos químicos prejudiciais e o uso de tinturas com acetato de chumbo e amônia está totalmente proibido, mas o fundamental é sempre ouvir a opinião do médico.
Como as semi-permanentes e os tonalizantes estão liberados, aqui vão alguns produtos recomendados, que você pode usar sem medo:- Direct Color e Semi Color, Keune; - Diacolor Richesse, Dédicace e Casting, L′Oréal; - Soft Color e Color Charm, Wella.
terça-feira, agosto 26, 2008
Com medo de perder medalha, Maurren tem insônia

segunda-feira, agosto 25, 2008
Julgamento
CAIRO - Um tribunal na Arábia Saudita deve julgar o pedido de divórcio feito em nome de uma menina de 8 anos de idade que foi casada pelo pai com um homem de mais de 50 anos, segundo o jornal saudita “Al Watan”. O pedido foi feito pela mãe da garota e o caso será julgado em setembro na corte de Unayzah, distante cerca de 220 km da capital do país, Riad. O advogado contratado pela mãe, Abdullah Jtili, afirmou que o pai acertou o casamento sem comunicar à menina, que ainda freqüenta a escola primária. “Ela ainda não sabe que se casou”, disse ele ao jornal. O “Al Watan” afirma ainda que parentes da menina estão lutando pela anulação do casamento.
“Lobos ferozes”
Não existe idade mínima para o casamento na Arábia Saudita. A autoridade encarregada de oficializar uniões, o Mathoon, pode realizar a cerimônia apenas com o consentimento verbal do noivo e da noiva ou de seu guardião. Em tese, um pai pode casar sua filha em qualquer momento, desde que o marido se abstenha de fazer sexo com ela até que atinja a puberdade, afirmou o Mathoon Ahmad Al Muabi à TV árabe LBC. “Um homem pode firmar um contrato de casamento com uma garota de 1 ano, para não mencionar garotas de 9, 7 ou 8 anos. Esse é apenas um documento indicando o consentimento e o guardião deve ser o pai”, disse ele. Muabi defende a prática, dizendo que ela pode ser positiva em casos em que o pai tenha várias filhas. “Não é melhor casar sua filha com um homem que a proteja, sustente e, quando chegar à idade certa, faça sexo com ela? Quem disse que todos os homens são lobos ferozes?”, questionou.
Modelos de biquíni pilotam tratores

domingo, agosto 24, 2008
Adeus, Pequim-2008

sábado, agosto 23, 2008
Fofão se despede e diz que Seleção não amarela

A levantadora Fofão se despediu da Seleção Brasileira feminina de vôlei após 17 anos de serviços prestados e com a medalha de ouro no peito. Titular na campanha de Pequim e no bronze de Sidney 2000, a atleta ficou no banco em outras três Olimpíadas. "Demorou, mas veio", comemorou após a final contra os Estados Unidos.
sexta-feira, agosto 22, 2008
Maurren está "imortalizada"

"Não podia pedir mais nada. A Maurren era uma das favoritas, podia pegar qualquer medalha. Ela fez a prova da vida dela. Ela está imortalizada", destacou Moura.
Saladino conquistou a prova masculina do salto em distância com 8,34 metros. Maurren levou o ouro com 7,04 m. Após o pódio da saltadora, o treinador não tinha como esconder a felicidade.
terça-feira, agosto 19, 2008
Audi traz carro de corrida com motor 16 cilindros para o Brasil

segunda-feira, agosto 18, 2008
POR TRÁS DA MINIGUERRA NO CÁUCASO, O XADREZ GEOPOLÍTICO
(Publicado na Folha de São Paulo - domingo, 17 de agosto de 200 - tradução de Clara Allain)
IMMANUEL WALLERSTEIN, pesquisador sênior na Universidade Yale, é autor de "O Declínio do Poder Americano"
O mundo testemunhou nesta semana uma miniguerra no Cáucaso, e a retórica tem sido intensa, embora em grande medida irrelevante. A geopolítica é uma série de gigantescas partidas de xadrez disputadas entre dois jogadores, nas quais estes buscam posições de vantagem. Nessas partidas, é crucial conhecer as regras vigentes que regem os lances. Os cavalos não podem andar na diagonal.
Entre 1945 e 1989, a partida principal de xadrez era disputada entre os Estados Unidos e a União Soviética. Ela se chamava a Guerra Fria, e as regras básicas do jogo eram conhecidas metaforicamente como "Yalta". A regra mais importante dizia respeito a uma linha que dividia a Europa em duas zonas de influência.
Essa linha foi chamada por Winston Churchill de "Cortina de Ferro" e se estendia de Stettin a Trieste. A regra dizia que, não importasse quanta turbulência fosse instigada na Europa pelos peões, não haveria guerra de fato entre os Estados Unidos e a União Soviética. Ao final de cada instância de turbulência, as peças voltariam a suas posições originais.
Essa regra foi respeitada cuidadosamente até a queda dos comunismos, em 1989, marcada mais notadamente pela destruição do Muro de Berlim.
É inteiramente verdade, como todos observaram na época, que as regras de Yalta foram anuladas em 1989 e que a partida disputada entre os Estados Unidos e (desde 1991) a Rússia mudou de maneira radical.
O maior problema desde então é que os Estados Unidos não compreenderam direito as novas regras do jogo. Eles se proclamaram, e foram proclamados por muitos outros, a única superpotência mundial. Em termos de regras de xadrez, isso foi interpretado como significando que os Estados Unidos tinham liberdade para movimentar-se pelo tabuleiro de xadrez como bem entendessem e, especialmente, para transferir antigos peões soviéticos para sua esfera de influência. Sob Clinton, e mais notadamente sob George W. Bush, os Estados Unidos passaram a jogar a partida dessa maneira.
Só havia um problema nisso: os Estados Unidos não eram a única superpotência mundial - nem sequer eram uma superpotência.
sexta-feira, agosto 15, 2008
Programa Alfa e Beto visa reduzir evasão escolar e a repetência
Publicada em: 22 de março de 2005
Para reduzir os índices de repetência e evasão nas primeiras séries do ensino fundamental, a prefeitura de Alto Alegre do Pindaré, por meio da Secretaria de Educação, implantou em 26 escolas do município o Programa Alfa e Beto. Trata-se de uma nova metodologia de alfabetização que utiliza a concepção fônica como principal ferramenta no processo de ensino e aprendizagem.
O programa Alfa e Beto, cujo idealizador é o professor mineiro João Batista Oliveira, foi desenvolvido para buscar soluções para os problemas que afetam a eficiência e a qualidade do ensino fundamental no Brasil. Baseado no método metafônico, isto é, que obedece ao princípio do ensino sistemático da relação entre sons e letras, o programa considera que uma criança esteja alfabetizada quando fizer a leitura de palavras com compreensão e fluência e escrever palavras simples, frases e pequenos textos de forma concatenada.
Outro fator relevante a ser considerado nessa avaliação é o hábito pela leitura que a criança precisa ter cultivado durante essa fase de sua vida escolar, ressalta o secretário de Educação, Altemar Lima.
O programa divide-se em duas etapas: na primeira, com duração de 50 dias letivos, as crianças aprendem a ouvir e a falar o som das letras; a segunda e última fase é a mais longa com 150 dias letivos, nela os professores dão ênfase para o desenvolvimento da leitura e da escrita.
Para sua aplicação são utilizados materiais didáticos diferenciados: 130 minilivros com pequenas histórias ilustradas, livro gigante para leitura coletiva, coletânea com 60 textos ilustrando 15 diferentes gêneros literários, letras do alfabeto, cartazes e bonecos Alfa e Beto.
Os alunos ganham quatro livros para uso individual e os professores recebem manuais de aplicação da nova metodologia de ensino. O programa também inclui as competências de matemática e iniciação aos estudos sociais e ciências e oferece subsídios para uma prática docente de qualidade na educação, acrescentando mais experiência ao professor, visando ao aperfeiçoamento no processo de alfabetização.
QUALIDADE - Em Alto Alegre do Pindaré, as atividades do programa foram iniciadas no retorno das aulas nas escolas da rede municipal. A nova metodologia de alfabetização está sendo trabalhada em 41 turmas de 26 escolas, sendo três da sede e as demais da zona rural.
Para o prefeito Ozéas Azevedo Machado (Negão), a adoção do programa na prática pedagógica foi mais uma alternativa do poder público local em busca do aprimoramento do sistema educacional. Ele observa que, apesar dos bons indicadores alcançados por Alto Alegre nesta área, tornando o município referência nacional em educação, a rede municipal ainda não conseguiu acabar com o problema da evasão e da repetência, com maior incidência nas primeiras séries do ensino fundamental.
Conforme explicação do secretário de Educação, em 2004, o número de alunos evadidos das salas de 1ª a 4ª série foi superior a 8 %. O percentual de reprovação nestas mesmas séries foi maior, variando entre 18 a 24%, e atingiu mais as turmas de 1ª e 2ª séries.
“Não são índices alarmantes, mas são problemas que precisam ser superados dentro de um sistema de ensino”, avalia Altemar Lima, ressaltando que o essencial no programa Alfa e Beto é que o aluno precisa escrever, ler e interpretar o que está fazendo, com ritmo, influência na leitura, na escrita e na comunicação verbal, “com isso vai estar nos ajudando também a solucionar a deficiência de leitura e escrita identificadas em alunos ingressos nas turmas de 5ª séries”.
quarta-feira, agosto 13, 2008
CERIMÔNIA DE ABERTURA DAS OLIMPÍADAS DE PEQUIM

São cinco mascotes (Beibei, Jingjing, Huanhuan, Yingying e Nini) representando, com suas cores, os cinco continentes e arcos do símbolo dos Jogos Olímpicos. Serão realizados 302 eventos esportivos, sendo 165 provas masculinas, 127 femininas e 10 mistas.
segunda-feira, agosto 11, 2008
O EROS DO PROCESSO
(Publicado na Folha de São Paulo - domingo, 10 de agosto de 2008)
JOSÉ GALISI FILHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE HANNOVER (ALEMANHA)
Numa conferência pronunciada no Fórum Cultural Austríaco em 28/4/04, intitulada "O Fim das Lendas", o biógrafo de Franz Kafka (1883-1924) Reiner Stach dizia: "Não preciso apontar o enorme abismo entre aquilo que o nome de Kafka significava duas gerações atrás e o que representa hoje. Kafka era, nos anos 1960, uma supernova literária, seu trabalho era discutido com paixão e até mesmo se tornou uma fonte de esperança política".
"Hoje, em contrapartida, Kafka é uma estrela, uma espécie de figura pop. Os originais escritos com suas canetas se tornaram objeto de culto, cuja propriedade podem se permitir. Surgiu até mesmo uma espécie de turismo literário em todos os lugares que freqüentou, cercados por uma aura que quase nada mais tem a ver com o nome do indivíduo histórico e representam muito mais um conceito, uma marca comparável às de Mozart, Einstein ou Marilyn Monroe".
Há mais de 13 anos, Stach se ocupa pacientemente em desmontar as lendas do edifício literário desse clássico moderno.
E o segundo volume de sua enorme biografia, "Die Jahre der Erkenntnis" (Os Anos do Conhecimento, ed. Fischer, 726 págs., 29,90 euros, R$ 73), concentra-se na fase final da carreira do autor, entre 1915 e 1924, marcada pela doença, pela guerra e pelo desmoronamento de suas relações.
"A guerra arruinou sua vida", reconhece. Mas, em contrapartida, a experiência profissional direta de Kafka - ele trabalhou com seguros à epoca - com a nova dimensão tecnológica do conflito, a guerra total com armas químicas e a legião de mutilados a ser administrada pelos Estados-maiores no front doméstico se transfigurou, em sua escrita, em uma opção pela parábola e por um depuramento formal extremos.
Para Stach, Kafka foi, de fato, o único escritor do idioma alemão à epoca a perceber a essência do mundo administrado emergente.
Sua biografia pode ser lida como um romance em aberto, no qual nos confrontamos com todas as virtualidades de decisão que não se tornaram realidade na vida de Kafka.
quinta-feira, agosto 07, 2008
Vasco confirma saída de Lopes e anuncia Tita
Depois de negar a saída de Lopes, o presidente Roberto Dinamite e o vice-presidente de futebol Manuel Fontes tiveram uma reunião com o treinador em São Januário. Ao fim do encontro, confirmaram que o jogo de número 600 do técnico à frente do time foi seu último, ao menos nesta passagem.
A reunião seguinte em São Januário foi com Tita. Caso o diálogo tenha ocorrido da maneira esperada pelos dirigentes, o ex-jogador foi anunciado. Sua missão será tirar o Vasco das últimas colocações do Campeonato Brasileiro, uma vez que a equipe está apenas um ponto acima da zona de rebaixamento.
"O Vasco me contratou para tentar resolver o problema. Vou trabalhar para tirar o Vasco desta situação", disse Tita, que começou sua carreira de jogador no Flamengo, mas viveu grandes momentos no Vasco. Foi dele o gol do título carioca de 1987, justamente sobre o arqui-rival.
O presidente Roberto Dinamite, que também estava naquele time, explicou os motivos que o levaram a optar pela saída do experiente Antônio Lopes. "Se a coisa não acontece, o caminho natural é a mudança. O Lopes entendeu bem", disse o dirigente, que já havia entrado em contato com Tita há cerca de um mês.
quarta-feira, agosto 06, 2008
Japão lembra bomba de Hiroshima

segunda-feira, agosto 04, 2008
Carol Castro no Pelourinho

sábado, agosto 02, 2008
ELIO GASPARI
Carla Bruni-Sarkozy deu uma entrevista à “Vanity Fair” comparando-se a Jacqueline Kennedy.
Há uma diferença entre as duas: La Bruni apareceu pelada (pela sua vontade) 15 anos antes de se tornar mulher do presidente da França. Jackie só foi fotografada em pêlo (sem o seu conhecimento, numa trama de Aristoteles Onassis, seu segundo marido) seis anos depois da morte de John Kennedy.
A POLÍTICA EXTERNA MUTANTE DE BARACK OBAMA
(Transcrito da Folha de São Paulo - 27/07/2008)
ROBERT DREYFUSS, DA "NATION" (Tradução de CLARA ALLAIN)
"Vale lembrar que Barack Obama não é um messias", diz Richard Danzing, assessor de segurança nacional do candidato democrata à Casa Branca, em tom de semichacota. Em nenhum outro setor as expectativas quanto a uma possível Presidência de Obama são tão grandes quanto na política externa, em que muitos americanos - e a maior parte do mundo - não vêem a hora de chegar ao fim a abordagem demolidora de George W. Bush.
Obama modificará ou inverterá o rumo atual em algumas áreas importantes: ele reduzirá as forças americanas no Iraque; lançará um diálogo com adversários como Irã, Síria e Cuba; fechará Guantánamo; renunciará ao unilateralismo e às guerras preventivas, reconstruirá os laços dos EUA com seus aliados e fará o país assinar o Protocolo de Kyoto para reduzir as emissões de gases.
Já prometeu buscar "um mundo sem armas nucleares". Em contraste com o rival republicano John Mccain, colocará a ameaça do terrorismo numa perspectiva adequada, elevando a importância de outras ameaças à segurança, da pobreza às doenças pandêmicas e ao aquecimento global.
Sob muitos aspectos, porém, parece provável que Obama presida sobre um retorno ao consenco bipartidário que regeu a política americana durante a Guerra Fria e os anos 90, atualizado para o mundo pós-11 de Setembro.
Essa conclusão nasce de um exame das opiniões do democrata, além de dezenas de entrevistas com especialistas em política externa - inclusive com o núcleo principal da equipe de Obama -, e de uma revisão de discursos e artigos, como o que ele assinou na "Foreign Affairs" em 2007, e no capítulo "O Mundo para Além de Nossas Fronteiras" de seu livro "A Audácia da Esperança".
sexta-feira, agosto 01, 2008
MESTRE PALAVRADOR
Meu caro Ney, agradeço a alta consideração em que você me tem e que demonstrou na sua crônica de segunda-feira. Mas preciso dizer que não lhe informaram os fatos com a devida precisão. A casa não foi vendida, apenas juntamente com meus familiares, me mu-dei dela, no Monte Castelo, para outra no Calhau. Um problema de saúde é que me tem dificultado escrever e às vezes me impedido até de ler, razão por que estou cogitando de ir a São Paulo para um tratamento. O jornal vem publicando crônicas antigas. Um abraço afetuoso e agradecido de quem também é seu leitor. José Chagas.
Não sei se o poeta ainda se recorda. Um tempo atrás, ajudei uma amiga a produzir sua monografia de conclusão de curso. O nome dela é Eline e fazia Letras, primeiro no Ceuma e, após o período de transferência, na UFMA. O título do trabalho era, se a memória não naufraga, “O cotidiano maranhense sob o olhar do cronista José Chagas”. E foi um “trabalho” como está definido nos dicionários: emprego da força física ou intelectual para realizar alguma coisa. Visitei as principais bibliotecas do Centro – a Benedito Leite e a da Casa de Cultura Josué Montello. Não sei dizer quantas horas passei em cada uma, assim como não sei dizer quantas crônicas do “mestre palavrador” analisei. Lembro de uma agora – está arquivada, à espera de uma pesquisa que Deus e eu sabemos que a preguiça vedará -, cujo título, prosaico para o bem da verdade, é “Babaçu com acento e sem cedilha”. Uma pérola da crítica mergulhada em chistes jocosos e cheia de malícia venenosa.
Ás vezes, o exercício da prosa é semelhante ao das artes plásticas. Requer tempo para ser aperfeiçoado ou então corrigido. Escrevi esta crônica com tanta lentidão – também bastante interrompida pela faina cotidiana – que ela acabou sendo alcançada pela notícia do falecimento do radialista Antônio Bartolomeu Martins Cabral – o Deny Cabral, como todos nós o conhecíamos e respeitávamos como um dos grandes nomes do radialismo brasileiro. O que me leva a alterar os rumos desta minha conversa comigo mesmo e também com meus leitores, os quais, a exemplo de Machado de Assis nas “Memórias póstumas” não tenho a ambição de que sejam milhares.
Dedicarei à memória de Deny alguns versos do livro De lavra e de palavra, de José Chagas. “Livro dedicado a todos os homens de boa vontade que amam a terra e na terra lutam realmente pelo bem-estar do camponês”, segundo o autor. Se entendermos camponês como sinônimo para as camadas populares humildes de São Luís e do Maranhão, temos a descrição perfeita da vida e da obra do excelente profissional e – tenho certeza – pai de família que agora parte, deixando saudades. Assim canta o lavrador da palavra, que, como verdadeiro poeta, assume o compromisso consigo mesmo e com sua própria realidade:
“Todos temos direito ao sonho e ao pão/ e ambos podem sair do mesmo trigo,/ que sonhar e lavrar sempre serão/ as duas faces de um modelo antigo,/ a nos mostrar como, a partir do grão,/ vem flor, vem fruto, vem fartura e abrigo,/ e vem também a paz do amor cristão,/ pois o pão do labor traz Deus consigo,/ para nos ser servido em comunhão,/ na mesa posta onde um sorriso amigo/ dá graças e forças aos que à mesa estão,/ e a essa mesa quero estar contigo,/ ó inocente ser, posto em castigo,/ ó enteado da pátria,/ ó meu irmão”.
Um presente: o ouro parnasiano de Chagas para o coração de ouro de Deny.