Andréia Martins
Do UOL Eleições
Em São Paulo
A candidata do PMDB, Roseana Sarney, vai assumir o governo do Maranhão pela quarta vez. A governadora, que liderou a corrida estadual durante toda a campanha, conseguiu reverter a possibilidade de um segundo turno, já que nas pesquisas mais recentes a peemedebista, apesar de liderar, não apresentava a maioria dos votos necessária para vencer as eleições contra Jackson Lago (PDT) e de Flávio Dino (PC do B) já no primeiro turno.
Candidata da coligação “O Maranhão não pode parar”, Rosane tem 15 partidos aliados (PT, DEM, PTB, PV, PR, PSC, PRB, PRTB, PSL, PHS, PMN, PTN, PTdoB, PP e PRP), além de contar, desde o início oficial da campanha, com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo tendo alianças com partidos que apoiam, em plano nacional, a candidatura do presidenciável José Serra (PSDB).
Lula e a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, gravaram depoimentos para o programa da peemedebista no horário eleitoral gratuito na TV, enquanto outros ministros e lideranças locais da legenda, apoiaram o candidato comunista.
Roseane já governou o Maranhão por três vezes. Em 1994, quando era filiada ao PFL, venceu as eleições e se tornou a primeira mulher a governar o Estado, sendo reeleita em 1998.
Ao final de seu segundo mandato de governadora, em 2002, lançou-se como pré-candidata à Presidência, mas retirou sua candidatura depois de uma operação da Polícia Federal, deflagrada em março de 2002, apreender 1,3 milhão de reais na sede da construtora Lunus, em São Luís, no Maranhão. A empresa, de propriedade de Roseana e do marido dela, Jorge Murad, tornou-se o epicentro de uma crise política que modificou os rumos da campanha. Acabou eleita senadora pelo Maranhão.
Em 2006, já no PMDB, disputou novamente o governo, mas ficou em segundo lugar, atrás de Jackson Lago (PDT), numa das mais acirradas campanhas eleitorais da história maranhense.
De volta ao Senado, em 2007, dois anos depois, com a cassação do governador Jackson Lago pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Roseana assumiu novamente o governo do Maranhão.
Polêmicas de campanha: acusações e greve de fome
O apoio à candidata do PMDB gerou divergências entre o PT nacional e o PT local. Na decisão do encontro estadual do partido, havia sido definido que a legenda apoiaria a candidatura do deputado Flávio Dino. Mas, pouco antes do início oficial da campanha, o PT nacional decidiu retomar o apoio a Roseana, seguindo a aliança nacional com o PMDB.
Em represália à decisão do PT nacional de obrigar o diretório regional do partido a apoiar a candidatura de Roseana, o deputado Domingos Dutra (PT) e Manoel da Conceição Santos, um dos fundadores do PT, protagonizaram uma greve de fome que durou uma semana. Depois do impasse, ficou decidido que o PT nacional apoiaria Roseana e que a legenda local estaria livre para apoiar a candidatura de Dino.
Ainda durante a campanha, apesar de ter o registro de candidatura deferido pelo TRE-MA (Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão), a vice-procuradora geral eleitoral, Sandra Cureau, tentou impugnar sua candidatura.
Em um parecer enviado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), contra a candidata, Sandra alegava que Roseana se enquadraria nos casos de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa por ter sido condenada pela prática de propaganda eleitoral fora de época. Mas, Cureau teve seu pedido negado.
Falta de referência ao pai, José Sarney
Ao longo da campanha, Roseana foi questionada por muitos sobre o motivo de não exibir a imagem e o sobrenome do pai, o atual presidente do Senado, José Sarney.
Durante a campanha, o ex-governador e ex-aliado dos Sarney no Maranhão, o candidato ao Senado José Reinaldo Tavares (PSB), abordou o tema no horário eleitoral gratuito, dizendo que Roseana tinha “vergonha do próprio pai”. O único momento em que Roseana foi vista com o pai durante a campanha foi na convenção do PMDB, em 14 de agosto.
Segundo a coordenação de campanha da peemedebista, a falta de referência ao nome Sarney é uma estratégia para tornar Roseana mais popular.
Dados do governador eleito
Nome Roseana Sarney Murad
Data de nascimento 01/06/1953
Escolaridade Superior Completo
Profissão Socióloga
Patrimônio R$7.838.530,34
Um comentário:
Caro Ney mandei um email pra vc.
¬¬ também achei estranho ela não usar tanto o sobrenome.
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