Com tapete vermelho e 'esquema de guerra', Vasco realiza eleição marcada por polêmicas

02/08/2011 - 07h00
Pedro Ivo Almeida
No Rio de Janeiro

Após cerca de três meses de um processo eleitoral marcado por polêmicas, acusações entres as chapas e uma "batalha de liminares", que ameaçaram a realização da mesma até poucas horas antes do início previsto, o Vasco realiza, nesta terça-feira, a partir das 9h, a eleição que irá apontar o presidente do clube para o triênio 2011/12/13. A votação que só deverá conhecer o seu vencedor na madrugada de quarta-feira, terá direito ainda a um tapete vermelho para os associados que participarem do pleito e um verdadeiro esquema de guerra nos arredores da sede histórica de São Januário.

Mesmo questionado pela oposição e apontado como o grande "vilão" da eleição, o presidente da Assembleia Geral do Clube, Olavo Monteiro de Carvalho, responsável por conduzir o processo, garante que os vascaínos poderão se orgulhar de terem participado das eleições mais limpas e organizadas dos últimos tempos.

"Estamos preparando uma autêntica festa da democracia, como nunca foi visto na história do Vasco. O objetivo do tapete vermelho é para mostrar o respeito pelos sócios e o entendimento de que eles são as peças mais fundamentais do nosso clube. Além disso, mobilizamos vários batalhões da polícia, de choque, do GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios), contratamos seguranças particulares, e teremos a presença de membros do Ministério Público. Tudo para acabar com essa imagem de que nossa eleição é uma bagunça. Apesar da briga na Justiça, o pleito será tranquilo. Briga em dia de eleição aqui é coisa do passado", afirmou Olavo.

Candidato à reeleição, o atual presidente Roberto Dinamite, representante da chapa "O sentimento tem que continuar", fez um balanço positivo da atual gestão e acredita nos resultados conquistados dentro e fora de campo para cumprir a meta. Segundo ele, agora é a hora dos resultados mais concretos, já que um mandato é pouco para as transformações que projetou.

"Desde que entrei, tinha essa ideia de buscar mais um mandato. Três anos é pouco para realizar todas as mudanças que o clube precisava, mas ainda assim conseguimos resultados expressivos. Devolvemos credibilidade, conquistamos um título de expressão dentro de campo e melhoram a imagem do Vasco dentro e fora de campo. Tenho certeza que vamos continuar bem esse trabalho", disse Dinamite.

Principal representante da oposição, Pedro Valente, candidato do grupo político do ex-presidente Eurico Miranda e representante da chapa "Vasco Valente", afirmou ter desistido da disputa, mas não retirou a sua candidatura de maneira oficial, participando normalmente da eleição desta terça.

"O que estamos vendo é simplesmente o maior golpe eleitoral da história do Vasco. Uma vergonha. Falaram tanto do Eurico e estão fazendo muito pior", esbravejou Valente, que priorizou os ataques à atual administração em sua campanha.

Representante da chapa "Cruzada Vascaína", Leonardo Gonçalves surge como provável segundo colocado na eleição e já tem seus planos bem definidos para as vagas que deverá ter no Conselho Deliberativo.

"Procurei respeitar todos os adversários e não quero saber de acusações. Penso no Vasco, ao contrário da maioria que só enxerga a si mesmo. Quero poder oxigenar o nosso Conselho e trazer os torcedores, que são o bem maior do clube, de volta", explicou Gonçalves.