quarta-feira, julho 01, 2009

Conferência sobre Manuel Bandeira abre a Flip 2009

Davi Arrigucci Jr analisou fases da carreira do poeta. Festa Literária de Paraty começou nesta quarta (1º) e vai até domingo.

Shin Oliva Suzuki
Do G1, em Paraty

A Festa Literária Internacional de Paraty seguiu o costume e abriu a edição 2009, na noite desta quarta-feira (1º), com uma conferência sobre o homenageado da vez. O poeta Manuel Bandeira, um dos porta-estandartes do modernismo brasileiro, teve momentos de sua obra analisados pelo crítico Davi Arrigucci Jr.

Autor de importantes ensaios sobre a poética bandeirista, Arrigucci centrou sua palestra na fase em que Bandeira está no Rio de Janeiro, na década de 20, pobre e doente, e passa a incorporar em seu trabalho a observação do cotidiano humilde carioca.

O Bandeira doente de tuberculose, doença com a qual convive por boa parte de sua vida, é refletido na sua trajetória poética, em que tenta se desgarrar dos ecos do romantismo e a ideia da morte precoce que permeia o estilo, segundo o crítico. O poeta nascido no Recife (1886-1968) se volta, assim, ao que vê de sua morada na rua do Curvello, na capital fluminense.

"Bandeira vê que é preciso transmitir o sublime por uma linguagem baixa. Falar com humildade de coisas complexas", disse Arrigucci na apresentação na Tenda dos Autores.

O ensaísta, ex-professor de literatura comparada da USP e autor de "Paixão e Morte: a poesia de Manuel Bandeira", ainda analisou particularmente dois poemas, “Momento um café” e “Poema só para Jayme Ovalle”, em que Arrigucci observa a dialética entre o dentro e o fora, o que é vivido dentro do quarto por Bandeira e no exterior.

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