sexta-feira, maio 13, 2011

Sete trens mitológicos e seus belos roteiros

Do luxo extremo às melhores aventuras sobre os trilhos em diversas partes do planeta

1. Expresso do Oriente, Paris-Istambul
Exemplo de luxo e história sobre trilhos

POR QUE IR? Em apenas uma única data do ano, dia 27 de agosto, bem-aventurados viajantes têm a oportunidade de percorrer aquela que é, provavelmente, a mais clássica e charmosa de todas as rotas férreas do mundo, a conexão entre duas grandiosas cidades e dois continentes. Ir de Paris a Istambul, a bordo do Venice-Simplon Orient Express, considerado por muitos como a suprema referência de luxo, elegância e sofisticação, é o perfeito exemplo de quando a viagem não é o destino final e sim o próprio percurso.

A partir da estação Gare de l'Est, em Paris, viaja-se seis dias e cinco noites pelos campos e montanhas do Leste Europeu, com direito a pernoite em luxuosos hotéis em Budapeste, na Hungria, e em Bucareste, na Romênia. O luxo, aliás, é tão importante nesta viagem quanto os trilhos. O trem recebe seus afortunados passageiros em vagões originais da década de 1920, que retratam todo o esplendor da art déco e dos áureos tempos das grandes epopéias sobre rodas.

PARA CHEGAR LÁ- Viajar no Venice-Simplon Orient Express vale US$ 9.190, em cabine dupla e tudo incluído (orient-express.com).- Para esta rota é difícil conseguir lugares. Mas o trem faz outras viagens com outros destinos durante o ano.

2. Transiberiano, Moscou-Pequim
O mítico caminho no interior da Ásia

POR QUE IR? Embarcar em Moscou e desembarcar em Pequim significa atravessar uma das linhas férreas mais lendárias do planeta. O famoso trajeto há décadas atrai viajantes curiosos em se deparar com a vastidão da Sibéria e as estepes da Mongólia, até chegar à milenar capital chinesa. São mais de 8 mil quilômetros (semelhante ao tamanho de toda a costa do Brasil) entre Moscou e Pequim, numa viagem que pode ser feita em seis dias, sem escala. No entanto, para viver com mais intensidade a experiência de viajar por terras tão longínquas, é recomendável fazer ao menos duas paradas, que podem ser em Irkutsk (próximo ao Lago Baikal), e em Ulaan Baatar, a capital da Mongólia. Pernoitando duas ou três noites em cada cidade, a aventura dura aproximadamente 12 dias.

PARA CHEGAR LÁ- É possível aventurar-se sem ajuda de agência de turismo, mas esteja preparado para testar seus conhecimentos em cirílico, pois pouca gente nas cidades e paradas do caminho fala inglês.- Há uma agência inglesa que vende diversos pacotes no Transiberiano, variando o número de dias, paradas e opcionais. A viagem de 15 dias custa entre R$ 4 mil e R$ 6 mil (trans-siberian.co.uk).

3. Rovos Rail, Cidade do Cabo-Dar Es Salaam
Elegância no coração da África

POR QUE IR? Uma viagem épica, cercada de luxo e glamour é o que espera os 72 privilegiados passageiros que se dispõem a cruzar em 14 dias a África, da Cidade do Cabo, na África do Sul, a Dar Es Salaam, na Tanzânia, passando antes por Botsuana, Zimbábue e Zâmbia. Desde seu lançamento, em 1989, o Rovos Rail tem se posicionado como um dos trens mais luxuosos do mundo, combinando a aventura de percorrer sobre trilhos as majestosas paisagens da África com a atmosfera romântica da era das grandes viagens de trem. Fazer parte desse clima todo tem um preço e não é baixo, pois o requinte e a sofisticação são a marca dos trens Rovos. Portanto, prepare-se para ver a África com muito estilo e pagar bem por isso.

CHEGAR LÁ- A viagem custa entre US$ 8.900 e US$ 15.950, variando conforme a cabine (rovos.co.za).- A South African Airways voa semanalmente de São Paulo para a Cidade do Cabo, com escala em Joannesburgo. O preço da passagem custa em torno de mil dólares, por vezes até menos.

4. Tren a las Nubes, Salta-La Polvorilla
Nas alturas dos Andes argentinos

POR QUE IR? Depois de ficar suspenso por três anos, o Tren a las Nubes foi reativado em agosto de 2008, e voltou a ser um dos trens em atividade mais altos do mundo. Os vagões partem da cidade argentina de Salta, a 1.187 metros de altitude, com destino ao viaduto La Polvorilla, a 4.200 metros, ponto máximo da viagem. O viaduto é uma obra de 224 metros de comprimento por 64 de altura, onde, após uma breve pausa para apreciar a paisagem, o trem inicia o retorno a Salta, chegando por volta da meia-noite. No trajeto de 434 quilômetros (ida e volta), a composição sobe a Cordilheira dos Andes pela região noroeste da Argentina, cruzando pontes, viadutos e túneis, em meio a um cenário árido e de montanhas multicoloridas.

PARA CHEGAR LÁ- O trem parte da ferroviária de Salta às quartas, sextas e domingos, às 7h.- Há médicos a bordo, caso alguém sinta-se mal devido a elevada altitude, inclusive com garrafas de oxigênio.- A passagem custa US$ 120 na temporada baixa e US$ 140 na alta, incluindo café da manhã e almoço (trenalasnubes.com.ar).

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