Chico Landi, Nano da Silva Ramos,
Emerson Fittipaldi, José Carlos Pace, Ingo Hoffmann, Alex Ribeiro, Nelson
Piquet, Chico Serra, Raul Boesel, Roberto Pupo Moreno, Ayrton Senna, Maurício
Gugelmin, Rubens Barrichello, Ricardo Zonta, Enrique Bernoldi, Felipe Massa...
Sim, a lista dos pilotos brasileiros que participaram da Fórmula 1 é considerável
e “considerada” – como diria qualquer legítimo regueiro daqui de São Luís.
Essa participação brasileira teve
diferentes graus de sucesso. Senna e Piquet foram tricampeões. Emerson
conquistou dois títulos. Já Boesel, Zonta, Moreno e Bernoldi não passaram de
“meros” figurantes. (O meros vai entre aspas porque eles chegaram ao “circo”
tanto em razão da quantidade de dinheiro que gastaram para realizar o sonho
quanto por seus méritos. E mérito só o tempo, que é o senhor da razão, pode
julgar com propriedade.)
O Brasil chegou até mesmo a contar
com uma equipe 100% verde e amarela. A Copersucar (ou, como querem os puristas
e saudosistas, Escuderia Fittipaldi), diferentemente do que se aponta como um
“episódio risível e melancólico da história da F-1, foi uma equipe que terminou
o campeonato de 1980 na oitava colocação, duas à frente da poderosa Ferrari. Em
1978, Emerson, ao volante do modelo F5A, chegou em segundo no Grande Prêmio do
Brasil, disputado no Rio de Janeiro.
Caso
esse feito magnífico tivesse ocorrido nos tempos atuais, em Interlagos, muito
provavelmente Galvão Bueno, ao narrá-lo, teria dado à luz sem ser mãe.
Assim
como o desempenho dos “brazucas” variou muito, o apreço do nosso torcedor pela
principal categoria do automobilismo já foi bem maior. Graças basicamente a
Nelson Piquet e Ayrton Senna. Com seu bicampeonato, Emerson foi o primeiro a
nos ensinar a ficarmos sentados na frente da tevê ou com a orelha colada ao
radinho durante mais de 50 voltas. Anos mais tarde, foi por causa dele que
também passamos a gostar de Fórmula Indy, via Bandeirantes, ainda mais com sua
vitória épica nas 500 Milhas de Indianápolis.
Mas
Senna e Piquet, com seus confrontos acirrados e a rivalidade estendida para o
plano pessoal, fizeram o número de aficionados pela Fórmula 1 triplicar. Com a
morte de Ayrton e sem outro brasileiro voltar a ganhar um título que fosse,
essa paixão pela velocidade reduziu-se drasticamente. Hoje, eu me disponho a
ficar acordado madrugadas inteiras à espera das sessões de treinos e das
corridas. Para não precisar assistir ao VT na manhã seguinte. Muitos
jornalistas especializados e os fanáticos mesmo por esse esporte podem fazer o
mesmo. No entanto, nove entre dez brasileiros preferem passar essas mesmas
madrugadas dormindo tranquilamente. E não dá para condená-los. Quem os
criticaria, se estivesse no lugar deles?
Estou
escrevendo a esse respeito em razão de um comentário que “pesquei” durante a
transmissão do Grande Prêmio da Austrália. Não lembro agora quem o fez. Em todo
caso, aventou-se a possibilidade de Felipe Massa – único brasileiro a
posicionar-se nos grids da F-1 -, em caso de fracasso na temporada atual, seria
demitido da Ferrari. Nesse caso, ele não encontraria espaço nas demais equipes
de ponta e, por fim, desistiria de sua trajetória na categoria.
Não
acho que seria para tanto. Creio que sempre haverá um piloto brasileiro no
“circo”. A Fórmula 1 ainda conta com um mercado sensacional aqui no Brasil. Sem
um representante local, a perda de dinheiro e de audiência seria catastrófica.
Agora,
seria também muito bom se aparecesse outro brasileiro genial, capaz de ganhar
um título. Para a galera daqui voltar a ficar em peso diante da telinha nas
manhãs (e madrugadas) dominicais.
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