quinta-feira, janeiro 12, 2012

MARANHÃO DA PISTOLAGEM

Dois irmãos empresários foram executados a tiros ontem, na BR-135.
Até onde sei, os assassinos chegaram ao estabelecimento de propriedade deles, pediram documentos (na certa na base da coação, com armas encostadas na cabeça), certificaram-se de que eram de fato seus alvos e em seguida cumpriram o contrato: dois tiros na cabeça de um, dois tiros na cabeça do outro.
Esse crime bárbaro colocou novamente o Maranhão da pistolagem de volta à mídia. Acho que desde o caso (jamais solucionado, como tantos outros) do prefeito Bertin não se dava tanto espaço nos meios de comunicação aos crimes por encomenda.
O que parou um pouco foram os homicídios cometidos em bares. Imagine a situação: o sujeito está em um boteco, sentado sozinho ou acompanhado por amigos... e de repente aparece, do nada, um indivíduo com uma pistola ou revólver. Ele se dirige especificamente até o sujeito - diante dos olhares estupefatos dos companheiros deste, que não acreditam que aquilo está mesmo acontecendo - e, sem titubear, dispara uma, duas, no máximo três vezes na cabeça do desafeto de alguém (raramente é do próprio homicida) e na sequência estilosa deixa tranquilamente o bar, com a certeza de que ninguém irá, em sã consciência, correr atrás dele.
Para encerrar, anoto aqui um trecho do estudo Reflexões sobre a pistolagem e a violência na Amazônia, de Violeta Loureiro e Ed Carlos Guimarães (em http://www.direitogv.com.br/subportais/publica%C3%A7%C3%B5e/RDGV_05_pp221-246.pdf):
"O pistoleiro, nessa esteira de raciocínio, é mais um dente na engrenagem do sistema da pistolagem e, uma vez contratado, cumpre de modo impessoal ordens superiores.
É exatamente essa a lógica da pistolagem que permite que um pistoleiro possa
rondar a casa da vítima, conversar naturalmente com parentes e esposas a respeito
do paradeiro de quem deverá ser morto por ele mais tarde."
Sinistro, não? O melhor que devemos fazer é dar poucas ou mesmo nenhum mijada fora do penico. As consequências podem ser terríveis.

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