terça-feira, janeiro 31, 2012

CABEÇA DE BOLEIRO

Costumo dizer que jogador de futebol passa por etapas bem distintas.
Em seu melhor momento, o boleiro, para lá de bem-humorado, aceita ser entrevistado por toda sorte de repórteres. Quando faz três, quatro gols, pede música no "Fantástico". Quando ajuda sua equipe a conquistar um título, então, aceita de bom grado o rótulo de "herói".
Agora, quando a fase não é boa, bico fechado.
Lembro quando Neymar se meteu naquela queda de braço com Dorival Júnior, no Santos. Um episódio foi sintomático: o "Moicano" caminhando por um aeroporto protegido por um segurança. Um repórter televisivo e o cinegrafista que o acompanhava aproximaram-se para falar com o garoto e foram repelidos violentamente pelo brucutu.
Quando está numa boa, ele aparece nos programas da Globo repondendo aos questionários mais tolos o tempo todo exibindo um sorriso falso e rindo de maneira mais falsa ainda.
Hoje, leio na Internet mais um exemplo de como funciona a cabeça do jogador. O elenco do Vasco, em razão de salários atrasados, decidiu não se concentrar para a partida de amanhã contra o Bangu.
Fico pensando: esse negócio de Roberto Dinamite não disponibilizar na conta dos jogadores os valores devidos certamente já era um problema que originou-se ano passado e que, por causa do bom momento vivido pelo Gigante da Colina - venceu a Copa do Brasil e batalhou, sem sucesso, pela Sul-Americana e pelo Brasileirão -, jogou-se tudo para as famosas "entocas", para não atrapalhar o bom desempenho da equipe.
Diz-se que carreira de boleiro é igual a viaduto: uma hora você está por cima, na outra está por baixo. Mas acho muito mais jogo o boleiro se comportar de forma natural tanto nas vitórias quanto nos maus momentos.
Para que se evite esse "pacto da mediocridade" comum a quem se envolve com o universo do esporte bretão - que só é legal nas quatro linhas. Fora, é uma sucessão de situações vergonhosas.

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